Oiê! ^u^/
Primeiramente, desculpem a demora!!! >_< Esses dias foram meio trash para traduções. =X
Mais um capítulo de Perseguindo o Verão e, dessa vez, finalmente vamos conhecer a condição do Eren. Não se desesperem ainda hehe
Aproveitem a leitura!
Lena.
Petra sendo linda.❤
Capítulo 11: Cem Milhões de Estrelas
Resumo:
Apenas por um minuto, o
céu divido de prata lhe iluminou como uma estrela que vou seguir
Tinha
alguma coisa incrível sobre acordar perto de Eren, nossas pernas entrelaçadas,
a mão morna dele pressionado na minha lombar. Eu mantive meus olhos fechados,
apenas escutando o som de sua respiração irregular. A sensação delicada do
peito dele se movendo contra o meu com cada respiração quase me ninou de volta
ao sono, um conforto descoberto, mas então ele disse, em uma voz rouca de sono
terrivelmente fofa, “Eu tenho que fazer xixi.”
Eu
segurei o riso até que este escapou de mim de qualquer jeito. Ele era sempre
brusco assim pela manhã? “Eu vou lhe carregar para o banheiro em um minuto.”
“Mkay”,
ele murmurou, parecendo meio dormindo. Ele se aconchegou mais perto de mim,
pressionando o rosto em meu ombro. “Mm, você cheira bem pela manhã.”
Eu
abri meus olhos para ver que ele estava usando minha camiseta. Ela tinha subido
até seu estômago, revelando seu longo torso. “Camisa
legal.”
“Eu fiquei com frio durante a noite,
então eu a coloquei. Ela
pareceu uma melhor opção do que minha própria camisa. Sabe” – ele, de repente,
se sentou, o cabelo um completo desastre – “Você poderia sempre vestir minha
camisa. Ah meu Deus. Por favor, faça isso.”
“Passa
pra cá, então”, eu disse estendendo minha mão. Não é como se eu tivesse alguma
objeção em vestir as roupas dele.
Ele
remexeu em volta até encontrar o que estava procurando. Ele jogou sua camisa
enrolada para mim e eu me sentei para vesti-la. Ficava grande em mim;
comprimento passando um pouco do meu quadril. Eu não achava que isso fosse
grande coisa, mas Eren estava me observando como se tivesse visto algo
inacreditavelmente fofo. Ele levou as mãos à boca enquanto dizia, “Eu preciso de
uma foto disso.”
“Você
está sem sorte”, eu lhe disse. “Você não trouxe sua câmera.”
“Eu
posso não estar com minha câmera, mas eu tenho isso.” Se inclinando, Eren pegou
seus jeans, enfiando a mão no bolso traseiro. Ele
puxou um celular. “Graças
a meu pai por ser super protetor e me fazer trazer isso. Agora” – ele levantou
o celular – “eu posso capturar esse momento puramente adorável”.
Eu
fiz uma careta. “Adorável?”
“Sim.
Bem adorável e incrivelmente sexy.”
Depois
de um minuto dele tirando fotos minhas, eu arrebatei o celular da mão dele. Eu
virei o celular para que a tela ficasse voltada para mim e o vi ali, centenas
de pixels unidos para formar o rosto dele, seu pescoço esguio que mergulhava em
seus ombros. Eu tirei uma foto dele, capturando um repentino olhar tímido, e
disse, “Mande essa pra mim. Eu quero.”
“Você
não divide um celular com o Jean e a Petra?” ele perguntou, pegando de volta
seu celular.
“É,
mas nós nunca usamos ele. Eles nem vão notar se ele desaparecer.”
“Então”,
ele começou, “Eu posso lhe enviar nudes aleatórias no meio da noite?”
“Eu
o encarei, sem piscar. “Isso é uma promessa?”
“Só
se você me mandar uma de volta.”
Nós
realmente trilharíamos esse caminho. Nós éramos adolescentes tão idiotas, mas
eu não me importava nem um pouco. “Feito. Agora levante para que possa lhe
levar até o banheiro.”
Eu
vesti minha boxer, que de alguma forma tinha ido parar em um canto do forte,
amassada e esquecida. Ajustando-a em meu quadril eu me levantei, mas, antes que
eu pudesse me virar para o Eren, ele passou os braços pelos meus ombros. Ele
sorriu cinicamente para mim bem quando pulou, aquelas pernas longas envolvendo
minha cintura. Eu fiquei de pé ali por dez longos segundos, decidindo naquele
momento que ser o namorado dele era a melhor coisa.
Enquanto
eu andava pelo corredor, ele espalhou beijos pelo meu pescoço e clavícula, me
deixando doido. Eu acho que ele sabia exatamente o que estava fazendo comigo,
porque sempre que eu fazia mesmo o menor som ele ria, a respiração morna
lavando minha pele. Deus, eu queria jogar ele na minha cama e esquecer o resto
do mundo pelo dia. Ele estava fazendo ser difícil eu me comportar.
Quando
eu alcancei o banheiro, eu empurrei a porta entrando para sentá-lo no balcão.
“Petra e Jean lhe trouxeram uma muda de roupa noite passada”, eu disse com a
voz rouca. Eu limpei minha garganta logo em seguida, ignorando o sorriso
conhecedor que agora estava ocupando a metade de baixo do rosto dele. “Eu vou
busca-la.”
“Eu
prefiro as suas roupas, na verdade.”
“É,
eu sei que você prefere. Você já tem duas das minhas jaquetas.” Eu coloquei
minhas mãos nas pernas dele, puxando-as um pouco para trazê-lo para mais perto
de mim. “Eu vou pegar pra você uma das minhas blusas limpas.”
Ele
sorriu. “Você é realmente o melhor namorado que alguém poderia pedir.”
“Eu
duvido muito disso.”
“Eu não. Nem um pouco. Eu poderia sentar aqui e
nomear todas as razões, mas qual seria o ponto disso? Apenas saiba que quando
olho pra você, meus problemas parecem incrivelmente distantes, intangíveis.
Eles não estão mais me sufocando e eu não posso lhe agradecer o suficiente por
isso.”
Eu
entendia o que ele queria dizer. Antes de ele vir para essa cidade, meus
problemas estavam sempre me atormentando, apenas esperando por uma desculpa
perfeita para vir derrubando. Por muito tempo eu tentei fugir deles, tentado a
deixar tudo para trás com a esperança de que nada me seguiria. Agora eu sabia
que deixar esse lugar não me livraria daqueles problemas, porque eles não foram
resolvidos e eu estava surpreso em descobrir que eu era, finalmente, corajoso o
suficiente para encará-los.
“Eu
acho que fazemos bem um pro outro”, eu disse. Eu não queria adicionar que ele
me fazia sentir atrevido, poderoso, como se ele tivesse pegado um marcador
permanente e me delineado com isso. Isso soava barato, até para mim, mas era
verdade.
Eu
sabia que a felicidade era uma emoção ilusória. Um minuto estava lá, potente e
inegável, no seguinte desaparecia, nada além de uma memória distante que nunca
podia ser lembrada muito bem. Alguma coisa sempre era adicionada ou removida
quanto mais você tentava relembrar dela, o que a fazia parecer melhor, ou pior,
do que realmente fora. Então eu sabia, enquanto estava aqui neste banheiro
pequeno demais, que eu não seria capaz de lembrar de todos esses momentos com clareza.
Eles seriam manchados com o tempo. Então eu estava determinado a me agarrar a
eles, e à sensação de felicidade que eles evocavam, pelo máximo de tempo que eu
pudesse, porque eu não queria esquecer.
“Eu
acho isso também”, Eren me disse.
Eu
trouxe a mão dele para minha boca, segurando-a ali contra meus lábios. Então,
eu a coloquei no colo dele, de repente consciente de cada segundo que passava. Eu
queria alongar todos os minutos, todas as horas que rastejavam por nós
despercebidas, e coloca-los todos juntos até que eles formassem uma eternidade,
um mundo silencioso para nós dois. “Eu já volto”, eu disse. “Fique à vontade
para usar o que você quiser daqui. Cuidado com as coisas do Jean, no entanto.
Elas podem causar estupidez repentina.” Ele riu enquanto eu virava para a
porta.
O
quarto que Jean e eu dividíamos parecia diferente de alguma forma, menor,
apesar de eu saber que era o mesmo. Eu estava
diferente. Alguma coisa em mim tinha mudado.
Deslizando
a porta do guarda-roupa, eu remexi pelas minhas roupas até que encontrei uma
blusa cinza escura de manga comprida, a qual eu queria ver Eren usando. Eu a
puxei e joguei sobre meu ombro antes de refazer meus passos para o banheiro.
Foi
enquanto eu entregava a blusa para ele que nós dois ouvimos a porta da frente
se abrir. Eu fiquei parado, ouvindo, e então eu ouvi a voz barulhenta de Jean.
“Eles trouxeram sua escova de dentes”, eu disse, “mas tem novas naquela
gaveta”. Eu apontei para ela. “Apenas use uma delas.”
“Okay”, Eren disse. “Você vai ver o que está
acontecendo?”
“É.”
Eu
o deixei sentado na bancada para seguir a voz de Jean até a cozinha. Ele estava
de pé ao lado do fogão, onde Petra estava colocando três pratos de brownies
recém-assados. Aquele não era um bom sinal. Petra não fazia isso a não ser que
estivesse muito chateada, o que geralmente só acontecia quando os pais dela
estavam envolvidos de alguma forma.
“Brownies?”
Eu questionei.
Petra
nem levantou os olhos para mim enquanto dizia, “Tem mais na minha casa. Eu
estava pensando em deixar alguns na casa do treinador Smith. Você sabe como ele
tem uma coisa por doces. Eu sei que você não gosta deles, mas Eren pode comer
quantos ele quiser.”
“Petra”.
Eu esperei até que o olhar dela encontrasse o meu e adicionei, “O que
aconteceu?”
Os
olhos dela se encheram de dor antes de baixarem para o piso de madeira. “Meus
pais ligaram noite passada, disseram que não poderão vir amanhã.” Ela deslizou
a mão dentro do bolso da frente de sua jaqueta vermelha e puxou seu cartão de
débito. “Entretanto, eles depositaram mais dinheiro na minha conta. Não é
atencioso da parte deles?”
Os
ombros dela sacudiram quando ela começou a chorar. Eu fui até onde ela estava e
a envolvi com meus braços. Eu a abracei até que ela parasse de tremer. “Eu
queria que você me deixasse dar o fora neles.”
“Eles
não valem isso”, ela sussurrou. “Eu nem sei porque eu estou chorando por causa
deles. Eu já deveria estar acostumada com isso. Eles sempre cancelam nossos
planos.”
Jean
andou até nós e inclinou a cabeça para descansar o queixo no ombro dela. “Isso
é porque eles são completamente totais imbecis. A propósito, Levi, você está nu
debaixo dessa camisa que eu sei não é sua?”
“Não”,
eu deixei escapar rápido demais, recuando. Eu tinha esquecido que estava
perambulando em nada além de minha boxer e a blusa de Eren. “Eu estou com roupa de baixo por baixo disso. Agora eu vou buscar o
Eren. Quando
eu voltar, nós vamos a algum lugar. Vamos fazer o que você quiser, Petra.”
Ela
enxugou as bochechas com as costas da mão, um pequeno sorriso aparecendo. Isso era o que eu queria ver.
Que se fodam os pais dela. Algum dia eu diria a eles
exatamente como eu me sentia a respeito deles.
De
volta ao banheiro, Eren ainda estava sentado na bancada, aconchegado em minha
blusa cinza, uma escova de dentes branca pendendo na boca dele. Eu me aproximei
da pia e peguei minha própria escova de dentes, espremendo pasta de dentes nas
cerdas. Nós escovamos nossos dentes em silêncio e fiquei surpreso no quanto eu
estava confortável.
Depois
de lavarmos nossas bocas, um borrão de espuma branca desaparecendo pelo ralo,
ele se inclinou e me beijou. “Menta”, ele comentou.
Eu
beijei ele mais uma vez antes de perguntar, “Você está afim de fazer alguma
coisa relativamente idiota hoje? Petra está com um humor
ruim.”
“Claro, estou disposto a qualquer
coisa. Meu
pai mandou uma mensagem mais cedo essa manhã. Acho que ele está indo para Trost
buscar mais alguns cilindros de oxigênio. Aparentemente, companhias de entrega
não enviam grandes remessas aqui para Shiganshina.”
“Então
você finalmente entende minha dor”, eu brinquei.
Ele
deu um leve palmada na minha bochecha. “Mhm. Então, que tipo de coisa idiota
você tem planejado para nós, adolescentes selvagens?”
“Eu
não faço ideia.”
“Nesse
caso”, ele disse, pulando para o chão, “Eu acho que sei de um lugar que podemos
ir, mas eu, definitivamente, vou precisar colocar umas calças antes, então.”
“Então
vamos fazer isso.” Eu o levantei em um só movimento, jogando-o sobre meu ombro.
Ele bateu em minha bunda algumas vezes, então eu o fiz o mesmo no dele em retorno.
Demorou
uma boa hora para que nós saíssemos da casa, porque Jean tinha que devorar seis
brownies bem antes de sairmos. Nós acabamos na casa de Eren, mesmo que não
soubéssemos o que ele tinha planejado para nós. Com a cânula no lugar, ele foi
o primeiro a sair da caminhonete, marchando para sua porta da frente com passos
determinados. No tempo que o resto de nós o seguiu para dentro, ele já estava
voltando, uma tela e cavalete debaixo do braço.
“Okay!”
ele gritou assim que o cavalete estava arrumado, batendo as mãos juntas.
“Petra, visualize sua raiva ou desapontamento. Que cor é?”
Petra
pareceu confusa, mas então ela fechou os olhos se concentrando. “É vermelho sangue, escuro e enlouquecedor.”
Eren
acenou como se entendido. Ele tirou um tubo de tinta escura de seu bolso
traseiro. Abrindo a tampa, ele espremeu um pouco no cavalete. Com dedos hábeis,
ele começou a espalhar a tinta com movimentos rápidos e habilidosos. Eu o
observei, completamente cativado com como ele estava criando o retrato de
alguém com nada além dos dedos.
“Essa
é minha mãe”, Petra declarou depois de alguns minutos. “Como você sabe como ela
é?”
“Você
tem muitas fotos penduradas na sua casa”, Eren disse a ela. “E eu tenho uma boa
memória.”
Pouco
tempo depois ele também tinha pintado o pai dela. Lá estavam eles, os pais
dela, desenhados em tonalidades escuras de vermelho. Eles não estavam sorrindo.
Seus olhos estavam voltados para baixo, bocas abertas como se estivessem
prestes a falar, mas eles permaneceriam em silêncio para sempre, suas palavras
perdidas. Eles ficariam sempre imóveis, assim como eternamente jovens na tela.
“Arruine
isso”, Eren disse de repente. Ele entregou o tudo de tinta para Petra.
“Estrague isso e esgote toda a raiva causada por eles.”
Por
um longo minuto Petra não fez nada. Ela ficou ali, encarando a tela sem
expressão no rosto. Então, com uma emoção vívida queimando em seus olhos, ela
pegou o tubo dele. Ela espremeu uma linha grossa de tinta bem acima das cabeças
dos seus pais, assistindo ela escorrer, casando com os cabelos deles. Depois de
um batimento, ela esfregou a mão sobre os rostos deles, destruindo suas
expressões vazias.
“Continue”,
Eren encorajou. Eu me perguntei quantas vezes ele mesmo tinha feito isso.
Petra
começou a chorar, mas não era como antes. Essas não eram lágrimas silenciosas
que escondiam sua agonia; eram soluços furiosos que sacudiam toda sua
estrutura. Logo, as mãos dela estavam voando pela tela, apagando completamente
a imagem de seus pais. Eles não eram nada mais que manchas vermelho-sangue
agora.
Depois
que ela terminou, ela levantou as mãos ao nível dos olhos, analisando a tinta
em suas palmas. “Obrigada, Eren”, ela disse com um pequeno e trêmulo sorriso.
“Eu não pensei que isso me faria sentir melhor, mas na verdade fez.”
“Bem”,
Jean latiu, jogando o braço sobre os ombros dela, “Você está pronta para meus
planos agora?”
Meus
olhos dispararam na direção dele. “Deixe Petra se lavar antes de tentar matar a
todos nós.”
Ele sorriu. “Certo. Eu vou dar vinte minutos
pra vocês se arrumarem.”
Eren
guiou Petra para dentro de sua casa, levando-a em direção ao banheiro. Eu segui
atrás deles, olhando todas as fotos adornando as paredes. Tinham muitos
trabalhos de arte pendurados e eu me perguntei se Eren havia feito eles. Haviam
diversas paisagens de cidades, então algumas de pessoas, mas seus rostos eram
sempre deixados em branco.
“Eu
não queria lembrar as expressões deles quando eles olhavam pra mim”, Eren me
contou, vindo ficar em pé atrás de mim. “Essa é minha enfermeira ou, bem, era minha enfermeira.” Ele apontou para
a pintura de uma mulher loira e pequena que vestia roupa de bloco. “Eu não
gostava dela. Ela sempre me dava um olhar de pena sempre que entrava no meu
quarto.”
Eu
levei minhas mãos para trás e alcancei as mãos dele, puxando-as até que os
braços dele estavam em volta de minha cintura. “Ninguém deveria ter pena de
você. Você é muito forte.”
“Nem
todos pensam isso.” Ele descansou o queixo em minha cabeça, mãos vagando pela
minha camisa. “Eu não sei porque meu pai pendura estes. Eu não gosto
deles. Os que
eu gusto, ou realmente odeio, são mantidos em meu quarto.”
Eu
me virei em seu abraço. “Posso vê-los?”
Várias
expressões passaram pelo rosto dele no tempo de um segundo e, então, ele pegou
minha mão, me levando pelo corredor. O interior da casa dele era todo em cores
pastéis, cremosas e claras. Parecia que eu tinha entrado em um castelo de
contos de fadas. Isso foi até ele empurrar a porta no fim do corredor,
revelando onde toda a escuridão estava escondida.
As
paredes dele erem pintadas de preto, mas você mal as podia ver por trás de
todas as pinturas que foram penduradas. Haviam diversas de dálias florescendo,
algumas da cor de pêssego, outras brancas e vermelhas. Haviam muitas do pai
dele, sempre sorrindo, parecendo feliz, e algumas de uma mulher que parecia com
ele. Eu estava imaginando que era a mãe dele. Em todas, ela havia sido pintada
como se o sol estivesse brilhando sobre ela e apenas nela. Mas, enquanto eu
olhava em volta no quarto, eu notei que haviam muitas pinturas de um garotinho
sombreado em cores escuras. Ele parecia estar sangrando em todas elas, rios
escuros de sangue escapando dele pelo peito.
Eu
olhei para elas por um longo tempo até que meus olhos pousaram em uma tela
enfiada em um canto, malmente visível. Era uma pintura de pulmões. Manchas pretas
foram esculpidas sobre eles, destruindo o tecido saudável, tornando-os inúteis.
“Eles
são meus pulmões”, Eren sussurrou, bem atrás de mim agora. Eu não conseguia me
fazer olhar para ele, então eu continuei olhando para a pintura até meus olhos
arderem. “Quando os médicos deram nome pra minha dor eu senti alívio. Eu
tolamente pensei que poderia ser concertado, mas nem tudo pode ser curado. Existem
algumas doenças que tiram e tiram até que não tenha mais nada para ser dado.”
Eu
engoli, meu coração martelando em meu peito. Ele soava barulhento em meus
ouvidos e eu desesperadamente precisava me sentar, mas eu não podia me mexer. Minhas pernas estavam inutilizáveis sob mim.
“Eles
continuam me prescrevendo comprimidos que não fazem nada além de atenuar a dor
que vem de mãos dadas com o ato de respirar. Esses comprimidos não fazem nada
para me ajudar a longo prazo. Eles só estão aí para amenizar meu sofrimento,
para encobri-la, para esconder a feiura. Isso os dá falsa esperança, mas, no
fim, eles ainda vão bater no chão que tem esperado por eles desde que eles
saltaram.”
Pare. Por favor, pare.
Mas
ele continuou.
“FPI”,
ele disse em um tom amargo. “Fibrose Pulmonar Idiopática. É como é chamada essa
doença que está me roubando de tudo.”
“Você
está”, eu comecei, mas não podia continuar. Minha voz não queria cooperar
comigo, finalizar a sentença que eu tinha começado. Mas ela continuou ecoando
na minha cabeça, no entanto, um mantra sem fim.
Você está morrendo, não é?
Você está morrendo, não é?
Eren
cruzou os braços sobre o peito, olhos distantes, vazios de qualquer emoção. “Me
desculpe, Levi. Eu disse que estava sendo egoísta, mas ver você assim...” Ele
pausou, engolindo. “Eu me pergunto se vale a pena. Eu não quero machucar você
pelas minhas necessidades egoístas.”
Eu
balancei minha cabeça, mas ainda não conseguia dizer nada. Não eram
necessidades egoístas. Todos os outros queriam experimentar o que ele queria
experimentar. É só que a maioria de todos os outros tinham mais tempo dentro do
qual fazer isso.
“Eu
sei que você notou que eu estou movendo as coisas bem rápido”, ele continuou. “Eu
não me arrependo de nada que fizemos, mas isso é justo com você? Você não deveria estar com alguém como eu. Você merece mais. Eu acho que todos merecem.”
Eu
sussurrei, “Eu não quero mais ninguém”. Ninguém mais serviria. Ele não podia
ver isso?
“Estou
doente, Levi. Eu tenho uma data de validade que você vai ultrapassar. Eu disse
que eu tomaria tudo o que você é e tornar meu, que eu roubaria cada momento de
felicidade. Eu falei sério, mas você deve ter a opção de ir embora.” Ele estava
chorando agora, lágrimas silenciosas deslizando pelas bochechas dele.
“Você
sabe que não vou embora”. Eu não podia. Eu o queria muito.
“Eu
sei?”
Eu
cruzei a distância entre nós dois, empurrando-o contra a parede. Eu cobri a
boca dele com a minha própria, provando sua respiração. “E eu disse que
deixaria, por vontade própria, deixar você me arruinar por qualquer outro. Eu quero
estar com você, independentemente de suas falhas e condição. Você disse que eu
tenho a opção de sair, mas eu não escolho ela. Eu quero experimentar tudo com
você.”
Mesmo
que isso fosse me machucar muito no fim, eu não queria desistir. Eu queria tudo
que ele queria me dar.
“Mas
você deveria estar com alguém melhor”, Eren disse.
“Ninguém
se compara a você.”
“
‘As coisas não vão embora. Elas se tornam você. Não há fim.’ Você sempre vai
carregar a dor que eu vou lhe causar.”
Eu
dei um passo para mais perto dele. “Sim, mas eu também vou carregar a
felicidade que você trouxe para mim.”
Eren
me encarou bastante por um longo tempo, como se estivesse tentando decifrar o
significado por trás de minhas palavras. Ele estava assustado, se apressando
com todas as coisas porque ele tinha medo que não pudesse experimenta-las. Talvez
seja por isso que nos beijamos no primeiro dia que começamos a sair. Talvez seja
por isso que noite passada ele queria que eu o tocasse. Mesmo assim, isso não
parecia errado. Eu não me arrependia, e isso era porque eu tinha feito essas
coisas com ele.
A
verdade era, eu precisava dele tanto quanto ele precisava de mim. Ele não sabia
que tipo de pessoa eu era não muito tempo antes de ele vir, como eu estivera
constantemente lutando contra meus demônios e como eles quase venceram. Ele não
sabia que, por causa dele, eu estava finalmente vendo a beleza que esse mundo
tinha para oferecer. Nem tudo era ruim. Nem todo mundo queria me machucar do
jeito que meu tio tinha feito. Eu não precisava mais fugir, e eu não iria fugir
disso.
“Você
é a melhor coisa que já aconteceu pra mim”, eu disse. “Eu sei que isso parece
cliché, mas é a verdade. Eu não quero que você se
afaste disso. Nós
só começamos, Eren. Nós ainda temos tantas coisas pra experimentar juntos.”
Ele
encontrou meus olhos com os dele. “Você ainda quer ficar comigo?”
“Sim.
Você disse antes que eu faço seus problemas parecerem distantes. Eu quero que
continuemos assim. Apenas esqueça o resto do mundo e foque em mim, porque eu
sou egoísta também.”
“Qui craint de souffrir, il souffre déjà de ce
qu’il craint. ‘Aquele
que teme o sofrimento já está sofrendo aquilo que ele teme’. Eu não quero
sofrer mais. Eu só quero ficar com você. Eu quero ser feliz, e estar com você
me faz feliz.”
Eu o puxei para mais perto e nós
ficamos ali em silencio até que sua porta voou em suas dobradiças. Jean enfiou
a cabeça para dentro e disse, “Vocês estão prontos para se divertir um pouco?”
Eren se afastou, reajustando a cânula
no rosto. “Eu sempre estou pronto para diversão.”
“Então vamos dar o fora daqui!” Jean
gritou, já fazendo seu caminho pelo corredor.
Assim que ele saiu, Eren segurou meu
rosto com as duas mãos, olhos transmitindo mensagens que eu não podia entender
bem, e então ele me puxou para fora do quarto dele.
(x)
A ideia de Jean de diversão era estacionar em frente ao mercado
local. Ou pelo menos foi o que pensei até ele apontar para uma placa que dizia:
NOSSOS CARRINHOS TRAVARÃO SE LEVADOS ALÉM DO PERÍMETRO DO ESTACIONAMENTO.
“Eu sempre quis ver se isso era verdade”, ele disse. “Então,
está na hora de descobrir. Levi, venha comigo.” Contra meu melhor julgamento, eu o segui
saindo da caminhonete. Nós atravessamos o estacionamento para o curral de
carrinhos e Jean puxou dois carrinhos amarelos. Ele empurrou um na minha direção.
“O que você está planejando fazer?” Eu perguntei, parando o
carrinho antes que batesse em mim. “Apenas empurrá-los para a rua pra ver se as
rodas travam?”
“Bem, é, mas Eren e Petra estarão dentro deles.”
Eu o encarei. “Você está falando sério agora?”
“Eu não estou sempre sério? Vamos lá. Eu acho que a Ymir está
trabalhando hoje e, se ela nos ver, nós podemos estar mortos.”
Eu o segui de volta para a caminhonete, tudo com pressa, e Eren
empurrou a porta do passageiro quando nos viu chegando. Ele olhou o carrinho de
compras antes de olhar para mim. “Então”, ele disse, “O que vamos fazer
exatamente?”
“Jean quer que você entre no carrinho”, eu disse a ele. “Negue. Ele
não pode lhe forçar a fazer qualquer coisa.”
Eren simplesmente encolheu os ombros para minha sugestão e saiu da
caminhonete, pegando seu cilindro de oxigênio do piso para que ele pudesse colocá-lo
no carrinho de compras. Quando isso estava em uma posição segura, ele esticou
os braços para mim e eu revirei meus olhos, porque ele realmente seguiria o
plano de Jean, que nunca era uma boa ideia. Ainda assim eu o levantei para o
carrinho de todo modo.
“Agora você”, Jean disse para Petra, que estava ao meu lado
agora.
Ela o fitou com uma expressão cautelosa. “O que fazemos se as
rodas realmente travarem?”
“Você pula pra fora e finge que nada aconteceu.”
“Você sabe que o xerife Flagon leva a sério pequenas coisas como
essa. Especialmente quando diz respeito a você e Levi.”
Isso era muita verdade. O xerife Flagon não confiava em nós, e
eu não o culpava. Nós estivéramos no nosso pior momento uns dois anos atrás:
destruindo lixeiras conteiner, incendiando coisas só para vê-las queimar,
vandalizando prédios com latas e latas de tinta spray, pregando peças perigosas
em cidadãos inocentes. Nós éramos crianças horríveis com as quais ele tinha de
lidar, porque nossos guardiões legais não estavam por perto para fazer seus
trabalhos.
Jean suspirou. Eu podia
ver o desapontamento no rosto dele. “Eu ia colocar os
carrinhos de volta, droga.”
“Nós não estamos machucando ninguém”, Eren adicionou. “Nós só
estamos sendo estúpidos e nos divertindo.”
Jean sacudiu um dedo para ele. “Exatamente! Obrigado por ficar
do meu lado, bebê”. Petra e eu
congelamos, apenas o encarando. “Que? Que foi? Nós estamos
perdendo um tempo precioso.
“Você chamou ele de ‘bebê’”, eu disse, como se fosse óbvio o
motivo de estarmos encarando-o, o que era. “Você não chamou ninguém assim além
de Petra e eu.”
“Com ciúmes?” Ele levantou uma sobrancelha, sorrindo
cinicamente.
Eu ri bufando. “Não.
Só estou um pouco surpreso.”
“O mesmo aqui”, Petra falou.
Eren levantou ficando de joelhos, se inclinando para fora do
carrinho para puxar Jean para um abraço. Por um momento, os braços de Jean
permaneceram ao lado do corpo, flácidos como macarrão, e então ele os levantou
para abraçar Eren de volta.
Bem, droga. Eu nunca pensei que veria o dia em que Jean deixaria
alguém tocá-lo além de Petra e eu. Esse realmente era um momento Kodak.
“Agora vamos!”
Eren gritou, lançando o punho no ar. “Levi, me empurra!”
Eu lancei a Petra um olhar de ah-bem antes de pegar no punho, empurrando
o carrinho para frente. Só custou alguns segundos para Petra pular para dentro
do outro carrinho de compras e, então, Jean estava bem ao meu lado, um sorriso
enorme no rosto dele. Nós aceleramos, as solas de nossos sapatos tapeando
contra o asfalto. Quanto mais perto chegávamos do fim do estacionamento, mais
alto ficavam os guinchos de Eren. Ele estava se preparando para o carrinho
parar com um tranco.
Mas ele nunca
parou.
O carrinho de compras continuou rodando e Jean soltou um grito
vitorioso que foi rapidamente seguido por gargalhada. Então estávamos todos
gargalhando, o vento frio chicoteando nossos cabelos para trás.
Isso era felicidade, estar com essas pessoas, e eu estava
determinado a dar ao Eren a felicidade que ele merecia.
Eu faria o tempo que lhe restava valer a pena.
Notas da Autora:
Eu estou um pouco triste que eu vá perder alguns leitores por
eles estarem com medo de um final feliz. NÃO DESISTAM DO EREN! Tenham esperança. Isso
é tudo que tenho a dizer.
Outra coisa, Jean finalmente chamou Eren de “bebê”. Vamos ter um
momento se silêncio para apreciar isso. *soluça silenciosamente*
Eu realmente quero ver alguém desenhar a gangue toda. Apenas Levi
de um lado e Jean do outro, enquanto Petra e Eren estão esmagados entre eles
dois, todos sorrisos. Isso seria legal. Isso me faria feliz.
Bem, muito obrigada por leren e por serem pacientes comigo! Eu amo
todos vocês. Vocês são o melhor grupo de leitores que alguém poderia desejar. :)
bom se eu soubesse desenhar eu faria um lindo desenho deles pois na minha imaginação eles são os melhores,Obrigado bjsss
ResponderExcluirCoração não aguenta tanta emoção...
ResponderExcluirMesmo que eu acreditar que o final pode ser triste eu continuo lendo essa historia pois o amor puro deles e eterno portanto e com essa pequena coragem que vou seguir lendo aff😌
ResponderExcluirQue linda historia, muita emoção envolvida !
ResponderExcluirEssa história é maravilhosa demais pro meu coração aguentar
ResponderExcluirEssa história ensina muita coisa. Vamos "olhar" para pessoas com alguma doença, com um olhar de apoio, coragem, estímulo, enfim, tentar viver da melhor forma possível!
ResponderExcluir