Oi gente!!!!

Demorei? XD 

Espero que estejam gostando de Perseguindo o Verão, porque sou apaixonada por essa fic! <3 hehehe E sou mega fã da autora, porque ela é uma fofa!
Falando nela, se quiserem deixar uma mensagem pra ela aqui ou no próprio Instagram dela (link na página da fic aqui) fiquem a vontade. Não tenham medo! Juro que ela é um amor. hehehe


Bjssss
Lena Jaeger.
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Capítulo 9: Buraco negro


Resumo:
Desesperadamente, eu lhe darei tudo
Mas eu não desistirei de você

Notas da autora:
Mais uma fanart foi feita para mim! Você pode vê-la aqui. É tão ridiculamente fofo, eu não posso aguentar. Apenas olhe para ele. Olhe esse garotinho fofo.

Bem, vá em frente e leia. :)
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O tempo de Eren era areia em uma ampulheta e, aquele dia na ponte, ele tinha virado essa ampulheta. Agora, cada minuto era contado, minúsculos grãos de areia que, quando colocados juntos, se somavam. Eu não queria pensar em quanto tempo lhe restava, então eu fiz o que ele me pediu: eu fingi que nós tínhamos todo o tempo do mundo.
Na semana seguinte, nós flutuamos pelos dias restantes de escola até que era noite de graduação. Diferente de todos os outros formandos na escola Shiganshina, eu não andaria ao palco da formatura. Filmes sobre adolescentes sempre fazem parecer que todo formando está empolgado com a entrada junto com seus colegas estudantes, mas se recusavam a colocar a luz sobre pessoas como eu: as pessoas que preferiam ter seus diplomas enviados pelo correio.
Então, na noite da formatura, nossa pequena gangue sentava-se na sala de estar de Petra, assistindo um filme excepcionalmente chato que ela insistira em assistir. Não que eu estivesse ao mesmo prestando atenção nisso. Eren estava sentado ao lado da lareira, desenhando alguma coisa em uma cartolina marrom. Vários lápis coloridos estavam espalhados em volta dele, mas tudo o que eu via era sua expressão intensa. Ele parecia concentrado: sobrancelhas próximas, olhos levemente estreitos, lábios definindo uma linha fina. Eu queria ir me sentar atrás dele e enterrar meu rosto na curva de seu pescoço.
Depois de outra tentativa fracassada de focar minha atenção na tela da TV, eu me levantei e fui até onde ele estava sentado. Ele virou a cartolina quando me viu indo em sua direção, mas não disse nada enquanto eu me instalava atrás dele. Eu passei meus braços pela cintura dele e virei minha cabeça para descansar minha bochecha entre suas omoplatas. Eu o abracei apertado, deixando seu cheiro familiar me envolver. Isso me confortava de formas que mais nada podia.
“Você pode continuar desenhando”, eu disse. “Eu não vou olhar.”
Ele derrubou a cabeça em meu ombro, virando a cabeça para o meu pescoço. “Não, tudo bem. Eu preciso de uma pausa, de qualquer forma. Minhas pernas estão todas rígidas”. Ele as esticou diante de si e eu levei minhas mãos para esfregar círculos nos topos de suas coxas. “E também, eu quero um lanche. Eu fico bem faminto quando desenho”.
Eu sorri de encontro a sua blusa preta, porque como alguém podia ser tão adorável? “Que tipo de lanche você tem em mente?”
“Eu quero uma barra de cereal”.
Petra não tinha barras de cereal. “Você está disposto a fazer uma viagem até o mercado?”
“Isso depende: eu vou ser considerado um mau namorado por fazer você fazer todo o caminho até o mercado só por barras de cereal?”
“Não”, eu disse, apoiando meu queixo no ombro dele, “porque eu estou disposto a ir no mercado, se é o que você quer.”
“Eu estou vomitando arco-íris aqui”, Jean declarou do sofá. “Vocês estão visando ser nauseantemente fofos ou o quê? Mas se vocês forem ao mercado eu vou junto, porque eu quero salgadinhos, biscoitos e um refrigerante. Basicamente qualquer coisa que me garanta um ataque cardíaco na idade de vinte e cinco. Esse é meu objetivo de vida no momento. Não me julguem.”
Petra desligou a TV com um suspiro. “Nós todos vamos. Esse filme parecia muito mais interessante do que acabou sendo e, Jean, você não vai comprar todas essas porcarias.”
“O que? Por que não? Eu posso pelo menos comprar um sorvete de Twix?” ele levantou e a puxou para ficar de pé.
“Por que não?”, ela repetiu em um tom condescendente. “Não é saudável, por isso que não, e eu não vou ter você morrendo com vinte e cinco, ou combatendo diabetes.”
Enquanto eles continuavam a se bicar, Eren olhou para mim e sussurrou, “Eles discutem como casados”.
“Eu sei”, eu disse. “Eu tenho que ouvir isso o tempo todo”.
Ele virou e se levantou sobre os joelhos. “Isso quer dizer que eu não deveria me sentir muito mal sobre todas as vezes que eles nos ouviram beijando?”
“Claro que você não deveria se sentir mal. Me beije agora mesmo.”
Com um sorrisinho, ele se inclinou e pressionou seus lábios contra os meus. “Eu poderia lhe beijar para sempre.”
“Não tenho certeza se acredito em você”, eu sussurrei, pegando seu queixo entre polegar e indicador para fazer contato visual. “Você vai ter que provar isso.”
Enquanto ele se inclinava para fazer isso, Jean se virou para nós com um olhar de ah-deus-de-novo-não. Ele esperou que nós nos afastássemos, mas quando não fizemos ele disse, “Eu vou ter que começar a carregar uma garrafa de água gelada para todo lugar que eu for? Aparentemente vocês dois precisam ser separados como cachorros no cio.”
Eren riu daquilo, leve e baixo, logo antes de ele gentilmente morder meu lábio inferior. Ele olhou nos meus olhos enquanto fazia isso, que era tão incrível que eu quase gemi. Eu pensei que ele fosse parar depois disso, apenas uma simples provocação para fazer Jean pagar pelo comentário, mas ele surpreendeu a nós dois quando sua língua saiu para persuadir meu lábio em sua boca. Ele o sugou forte, aqueles olhos inacreditáveis nunca deixando os meus e, se ele fizesse aquilo de novo, eu não teria a presença de espírito para me importar que Jean e Petra estavam no mesmo cômodo que nós. Por mim, eles podiam assistir.
“Acho que essa é a nossa deixa para esperar na caminhonete”, Jean disse com uma leve tossida.
“Acho que você está certo”, Petra concordou.
Então eles se foram, nada mais que passos apressados e portas bem fechadas que me deixaram a sós com Eren na sala de estar.
Ao invés de dizer qualquer coisa sobre a saída apressada deles, Eren continuou a sugar meu lábio inferior. Eu não conseguia pensar mais nada além do quanto a sensação era incrível, então, quando a ponta da língua dele deslizou no meu lábio para dentro da minha boca, tudo o que eu podia fazer era reagir. Um leve som entre um gemido e uma arfada saiu de minha garganta antes que eu pudesse pensar em controlar isso. Nós não tínhamos feito isso antes e eu não acho que ele compreendia completamente o que estava fazendo comigo, como ele estava me transformando em uma completa bagunça com o simples ato de passar a língua contra a minha.
Meu corpo saiu da paralisia quando ele subiu em meu colo. Eu rapidamente coloquei minhas mãos em seus quadris e afastei a bainha de sua camisa com meus polegares. A pele dele parecia incrivelmente quente contra minhas palmas. Uma imagem dele sem blusa, sentado perto da lareira depois da festa da praia, veio para a frente da minha mente. Ele era magro, flexível como uma pantera, mas seu peitoral era bem definido. Eu queria tocá-lo, sentir cada linha e curva do corpo dele com minhas mãos, lábios e língua.
“Nós deveríamos ir”, ele sussurrou, mas pressionou sua mão contra minha nuca, me mantendo no lugar.
“Por favor, me diz que está brincando.”
“Não estou”. Ele brincou com a gola da minha camisa antes de deslizar a mãos para baixo dela, pontas dos dedos vagando sobre minha costa. “Petra e Jean estão nos esperando lá fora na caminhonete.”
Eu o puxei para mais perto de mim. “Parece que eu dou a mínima?”
“Hmm, não, mas é culpa minha eles estarem lá fora”, ele disse. “Foi eu quem quis barras de cereal, então, deixamos para depois?”
“Você percebe que está me matando, certo?”
“Contanto que você perceba que eu vou compensar você”. Ele se levantou depois de dar uma última mordidela no meu lábio, de olho em sua cadeira de rodas todo o caminho. Ele não queria usá-la, esse tanto eu já sabia, mas ele não tinha muita escolha. Depois do que o treinador Smith me dissera na viagem de Trost, eu não queria correr riscos. Eu era como uma mãezona implacável quando se tratava dessas merdas, porque eu não queria que ele se esforçasse muito quando não precisava.
Então, antes que ele pudesse me dar aquele olhar de filhotinho que me fazia querer lhe dar tudo o que quisesse, eu fiquei de pé e o carreguei. Então eu o joguei no sofá. “Coloque seus sapatos”, eu lhe disse quando ele se ajeitou. “Eu vou levar sua cadeira de rodas para a caminhonete.”
“Você vai voltar para me pegar?” Ele pegou um de seus sneakers e colocou no pé.
“Sim, eu vou voltar pra você, então não se levante ou vou mastigar seus pés.”
Eren riu, levantando seu pé para balança-lo em minha direção. “Quer que eu coloque algum tempero neles? Deixá-los saborosos pra você?”
“É. Por que você não assa eles para mim enquanto está se oferecendo?” Eu peguei o pé dele. “Você é tão espertinho. Se você não fosse tão fofo, eu lhe daria um bom tapa na nuca”.
Ele deu um sorriso cínico. “É uma boa coisa que você me ache fofo então, huh?”
“É, considere-se sortudo.”
Eu dobrei a cadeira de rodas dele e empurrei para fora da sala de estar. Do lado de fora, a noite estava escura e amargamente fria. Os faróis da caminhonete de Petra iluminavam uma pequena parte da estrada a frente, a lua nada além de um orbe pálido acima que estava coberta com um forro de nuvens grossas. Eu olhei para ela enquanto descia a entrada de carro, vendo as nuvens se moverem lentamente para a direita. Ainda assim, ela permanecia escondida atrás delas, e isso me fez pensar em Eren: como ele era como a lua, belo e iluminado, mas ainda oculto pela sua doença. Apesar disso, ele me afetou: eu era a maré que era influenciada pela sua força gravitacional.
Enquanto eu colocava a cadeira de rodas na carroceria, Jean empurrou a porta do lado do passageiro. “Deveríamos colocar camisinhas na nossa lista de compras? Estou promovendo sexo seguro, você deveria ficar orgulhoso.”
“Eu ficarei feliz quando você puder ficar quieto por mais de cinco segundos”, eu disse a ele. “Nós acabamos de começar a namorar, Jean. Não precisamos de camisinhas.”
Ele colocou a mão no peito. “Tão cavalheiro. Eu lhe criei bem.”
“Se você tivesse me criado, eu teria perdido minha virgindade muito tempo atrás.”
“Isso não é verdade”, ele disse. “Quero dizer, olhe pra mim. Tenho dezesseis e ainda virgem.”
Eu lhe lancei um olhar, porque nós dois sabíamos a razão por trás disso. “Eu me pergunto por que será.”
“Porque a maioria das pessoas não aguenta tudo isso”. Isso sendo o corpo dele, enquanto ele demonstrava passando a mão por seu peito e barriga. “É muito para assimilar.”
“É, por isso, tudo bem.” Não tinha nada a ver com a garota atualmente sentada atrás do volante. “Eu voltarei em um minuto. Só preciso ir buscar o Eren.”
Dentro da casa, Eren estava desenhando novamente. Quando ele me ouviu atrás dele, ele girou e disse, “Feche os olhos”. Eu fechei meus olhos. “Eu sei que você não quer comemorar sua formatura de ensino médio, mas, bem, isso não é bem uma celebração. Eu queria desenhar alguma coisa pra você.” Ele colocou o papel na minha mão. “ ‘Quand il me prend dans ses bras, Il me parle tout bas, je vois la vie en rose’. ‘Quando ele me tem em seus braços, e fala comigo suavemente, eu vejo o mundo através de vidros cor de rosa’. Parabéns pela formatura, Levi. Você pode abrir seus olhos agora.”
Eu abri, e a cartolina que eu estava segurando havia sido transformada na primeira paisagem que alguém via ao entrar em Shiganshina. Tudo era pálido, lavado, mas eu havia sido desenhado em cores saturadas que se destacavam, uma mancha vívida contra o fundo quase incolor. Eu parecia tão real naquele pedaço de papel que era incrível. “Eren, isso é–“ eu não conseguia encontrar as palavras. Eu era terrível em me expressar.
“Está horrível?” ele perguntou, a voz suave.
“Quê? Não! É incrível. Você é incrível. Só…” Eu peguei o rosto dele e beijei diversas vezes. “Eu sou uma droga com palavras e, por isso, me desculpe, porque você merece ouvir coisas bonitas. Eu o beijei mais uma vez. “Obrigado.”
Ele envolveu meu pescoço com seus braços. “Eu quero desenhar o mundo pra você.”
Em meu peito, meu coração fez uma coisa estranha que acelerou minha respiração. Eu queria dizer a ele que já estava desenhando o mundo para mim apenas por estar aqui, que ele estava pintando meu mundo em cores intensas e brilhantes que faziam até as coisas mais singelas se destacarem. Ainda assim, tudo o que eu disse foi, “Fique comigo, Eren.”
“Até as estrelas se apagarem”, ele respondeu.
Tinham tantas coisas que eu queria dizer, mas ao invés disso eu o levantei em meus braços e me perguntei como alguém como ele podia ter feito seu caminho até minha vida. Ele queimava brilhante como um fogo e eu estava no meio dele, sendo consumido.

(x)

Ir ao mercado com Jean estava se provando o maior erro da noite. Ele ficava escondendo comida no carrinho enquanto Petra não estava olhando, mas ele nunca falhava em se virar no segundo que ele fazia para tirar os lanches ofensivos. Se ele continuasse com isso, nós ficaríamos aqui a noite toda. Eu perdi a conta de quantas vezes Petra colocou de volta o sorvete de Twix que ele continuava pegando da seção refrigerada.
“Vamos ali”, Eren disse apontando para a padaria.
Aliviado de me afastar de Jean, que estava reclamando dos bolinhos de arroz que Petra havia pegado (de acordo com ele, eles eram secos demais para serem considerados bons lanches de TV), eu empurrei Eren até a vitrine curva que mantinha quantidades infinitas de pastéis, bolos e pães. Ele olhou todos eles e a expressão que ele mostrava valia eu ter que sentir o esmagador cheiro de abóbora. Não é que eu não gostasse do doce ocasional, mas eu preferia comidas mais suaves.
“Ei, olha”, ele exclamou empolgado. “É um shortcake japonês de morango. Parece tão chique.” Ele olhou para mim por cima do ombro, parecendo sério. “Eu quero esse.”
Eu não pude conter a risada que explodiu pelos meus lábios. “Você parece tão sério agora.”
“Eu estou tão sério agora”, ele disse. “Eu quero a coisa toda.”
“Então eu vou pegar pra você.”
Depois de ter comprado o bolo com Sasha, que trabalhava na padaria durante o verão, nós voltamos para o corredor onde Petra e Jean estiveram por último. Como eu esperava, eles ainda estavam lá, mas não estavam mais discutindo. Julgando pelo pote de sorvete de Twix no carrinho, Petra finalmente tinha cedido, o que sempre acontecia no final. Eles mais como um casal do que Eren sabia. Um dia eles perceberiam que eram perfeitos um para o outro.
“Bolo?” Jean questionou quando ele viu o bolo no colo de Eren.
“Hmm”, Eren respondeu, rindo. “Não é só um bolo. É um shortcake japonês de morango.”
Jean olhou para mim e deu de ombros. “O que você disser. Agora, vamos sair em uma outra direção, porque eu estou cansado de ver a Petra pegando comida que parece que um pássaro comeria.”
“Isso é granola!” Petra gritou de volta, mas Jean já estava empurrando Eren pelo corredor. “Eu juro que ele não come nada que lembre remotamente algo saudável. Se eu não estivesse o alimentando a força com shakes nutritivos de manhã, ele iria literalmente viver de café e donuts. Quê? Por que você está me olhando desse jeito?”
Eu sorri tolamente, porque ela era completamente abstraída do jeito que ela falava sobre ele. “Não é nada.” Me virando para as prateleiras, eu avaliei os diversos tipos diferentes de barras de cereal. Sem saber qual tipo Eren queria, eu peguei uma de cada. “Eu posso ver esse sorriso. Para com isso.”
“Você realmente gosta dele, não é?”
“É, muito”, eu admiti. “Isso meio que tá me assustando.”
Ela colocou a mão no meu ombro. “Não deixe isso te assustar. Ele é maravilhoso, Levi: bom, carinhoso, forte e criativo. Sem mencionar que ele olha pra você como se você fosse o sol.”
Eu podia sentir minhas bochechas queimarem em resposta àquela última frase, então eu a encarei por um longo tempo, mas ela apenas continuou sorrindo. “Eu não sei o que ele vê em mim.”
“Não me vem com essa”, ela disse. “Não seja tão autodepreciativo, Levi. Só porque você costumava se meter em problemas não quer dizer nada. Eu conheço você. Você é uma boa pessoa. Na minha opinião, Eren deu sorte. Eu sei que você vai tratá-lo bem.”
Ela não estava errada. Eu o trataria do jeito que ele merecia ser tratado, mas o meu passado ainda me atormentava. Um tio que desaparecera anos antes, me deixando para trás para me tornar uma pequena versão dele. Tomou muito tempo para eu me libertar da imagem dele, para me tornar a pessoa que eu era hoje. Se não fosse por Jean e Petra ficando comigo por tudo isso, eu teria acabado exatamente como o Kenny. Eu devia tudo a eles e, agora, de pé aqui nesse mercado carregando uma caixa de barras de cereal de banana e amêndoas, eu cheguei a realização repentina de que não havia nenhum outro lugar onde eu quisesse estar.
Shiganshina era minha casa, tinha sido minha vida inteira. Eu me esquivara disso por anos, a culpando por tudo que tinha dado errado na minha vida, mas não tinha sido a cidade que me fizera mal. O homem responsável por isso se fora há tempos e, pela primeira vez, eu esperava que ficasse daquele jeito.
“Vamos encontrar Jean e Eren”, eu disse.
Nós os encontramos no corredor de materiais de festas. Jean tinha aberto um pacote de adesivos de Alice no país das maravilhas para decorar as costas da cadeira de rodas de Eren. O Gato de Cheshire agora agraciava cada punho, enquanto o Chapeleiro Louco, Alice e o Coelho Branco estavam colados perto das rodas, um monte de xícaras de chá pairando sobre eles.
“Eu te deixei por cinco minutos”, eu disse.
Jean deu um passo até mim é pregou um adesivo da Lagarta na frente da minha jaqueta. “Aí está, bebê. Agora você se encaixa.”
Eu estava prestes a fazer uma observação cínica quando uma garota que ia para a nossa escola – Qual era mesmo o nome dela? Mina? – nos viu e, imediatamente, veio até Petra para convidá-la para uma festa da casa de Ymir. Aparentemente, todos estavam lá. Reiner tinha levado bebidas escondido por conta de ser a noite de formatura, então todos estavam bêbados como gambás, o que não parecia em nada atraente. Eu nunca entenderia como as pessoas desistiam voluntariamente de seu autocontrole para virar algumas cervejas.
“Vocês deveriam vir”, Mina (ou qualquer que fosse a droga do nome dela) disse. “Nem todos nós estamos bêbados. Alguns estão jogando. Tem sido divertido até agora, Petra. Vamos.”
Petra olhou para mim e eu balancei minha cabeça. “Eu não vou, mas se você quiser ir, tudo bem.”
“Eu vou com você”, Jean se ofereceu.
“Okay”, Petra disse. “Nós vamos por um tempinho, ver como está”.
Mina sorriu. “Ótimo! Se vocês quiserem, vocês podem vir comigo. Evitar o problema de Levi ter que deixá-los lá”.
“Parece uma boa ideia”, Petra concordou. Então ela se virou para Eren. “Você quer vir também?”
Ele balançou a cabeça, estendendo a mão para pegar a minha. “Não, estou bem.”
“Claro que você está bem”, Jean relatou com um ronco. “Não se preocupem. Eu não vou demorar muito. Eu sei o quanto vocês sentirão minha falta. É dificil não sentir.”
Eren fez um comentário em alguma língua estrangeira antes de dizer, em português, “Sim, eu vou sentir sua falta pregando adesivos de Alice no país das maravilhas na minha cadeira de rodas.”
“Óbvio que você vai.” Então ele jogou o braço pelos ombros de Petra e eles nos deixaram lá com um carrinho cheio de compras.
Eu olhei para o carrinho com puro desprezo. “Eu estou considerando deixar isso exatamente onde está.”
“Minhas barras de cereal estão aí”, Eren disse. “Não podemos deixa-las pra trás. Temos que salvá-las.”
“Urg, certo. Mas você me deve por ter que interagir com o caixa.”
Meia hora depois, depois de colocar as compras na carroceria e Eren estar sentado confortavelmente no assento passageiro, eu deslizei para trás do volante. Nós tínhamos que voltar para a casa de Petra para guardar as compras, mas a noite era nossa. Ela se esticava diante de nós com infinitas possibilidades. Haviam muitas coisas que eu queria fazer com ele, coisas que não consistiam em nossos lábios pressionados juntos, apesar disso ser sempre incrível. Eu simplesmente gostava de estar com ele, mesmo em silêncio.
Eu dei a partida no motor e Eren andou seus dedos pelo banco até eles deslizarem entre os meus. Ele deslizou para mais perto de mim, eliminando a distância entre nós.
Era difícil acreditar que, há nem um mês atrás, meu único desejo tinha sido escapar dessa cidade. Aquele desejo tinha evaporado no ar, como se nunca tivesse existido. Tudo a meu redor, do cheiro familiar do interior da caminhonete de Petra às reconhecidas ruas pelas quais eu dirigia, parecia precioso de alguma forma. Quase como se eu estivesse vendo e sentindo tudo pela primeira vez, uma nova página no meu livro da vida.
“No que você está pensando?” Eu perguntei, porque eu queria saber o que se passava naquela mente dele.
“Em como estamos refazendo nosso mundo juntos. Como o som se tornou nosso sol, e como a luz brilha sobre apenas nós dois, e como eu só desenho pra você, escrevo por você, porque eu sou uma criatura da minha caneta e você se tornou minha fonte de tinta.” Ele suspirou. “Eu penso em palavras poéticas. Isso irrita você?”
Eu levantei nossos dedos entrelaçados para minha boca, pressionando meus lábios contra o topo da mão dele. “Não. Eu gosto disso. Apesar de que nunca vou entender como inspiro você. Eu sou sem graça, um menino de cidade pequena sem ambição”.
“Eu vou bater esse carro agora mesmo”, Eren disse. “Eu já estive em muitas cidades diferentes, Levi – grande, pequena, bonita, feia. Tinham pessoas bonitas lá: garotas com seus narizes em livros, garotos na rua brincando de basquete com seus amigos. Eu me sentia não desligado deles, completamente outro. Eles estavam em um mundo completamente diferente do que eu estava. Então, eu vim pra cá e tudo fez sentido. Então, eu vi você e eu soube, sem uma dúvida, que você era aquela pessoa que eu deixaria partir meu coração com prazer.”
Eu olhei para ele. “Eu não vou partir seu coração”.
“Você vai”, ele sussurrou. “E eu vou partir o seu. C’est la vie. É a vida.”
“Posso só–Você pode–” Eu entrei para o acostamento da estrada e, no momento que a caminhonete parou, eu estava beijando ele. Os lábios dele se partiram sob os meus, sua respiração na minha língua, em minha boca. Eu não conseguia entender como alguém podia ser tão irresistível. Milhares de músicas haviam sido escritas, mas nenhuma o descrevia precisamente. “Parta meu coração. Eu deixo.”
Os olhos dele estavam fechados, um retrato perfeito de um lindo e triste garoto. “Você vai se arrepender de dizer isso algum dia”.
“Não vou”, eu sussurrei. “Eu, de bom grado, deixaria você me arruinar por qualquer outro.”
“Alguns dos danos que eu vou causar serão permanentes.”
Eu me afastei para olhar para ele. “Eren–”
Pressionando seus dedos em meus lábios para me silenciar, ele disse, “Eu sou egoísta. Se eu fosse mais forte, eu lhe deixaria ir, mas quando se trata de você, eu sou fraco. Eu tomarei tudo que você é e farei meu. Eu roubarei cada momento de felicidade, porque eu tenho medo de voltar ao modo como as coisas eram antes de eu conhecer você. Eu era vazio e sozinho e agora que eu vim a conhecer esse sentimento que afastou minha tristeza, eu não quero desistir.”
“Você não precisa, porque eu não vou desistir também.”
Eren olhou longamente para mim como se eu tivesse acabado de lhe dar permissão para me machucar e, então, seus lábios estavam de volta nos meus, famintos e possessivos. Eu passei meus braços em volta dele, sentindo sua pele sob meus dedos enquanto eu segurava seu rosto. Nenhuma parte de mim se arrependia disso. Não importava o que ainda viria, porque eu era tão egoísta quanto ele era. Eu o queria. Eu não tinha chances em lutar contra isso.
Então, quando me inclinei para trás e olhou fundo naqueles olhos que guardavam todas as respostas que eu precisava ouvir, eu disse a ele, “Dizem que a coisa mais bela para você, eventualmente lhe destruirá, mas eu não acho que me importaria de ser destruído por você, Eren”.
Nós éramos duas peças em um quebra-cabeças que não eram destinadas a ser conectadas. Ainda assim, de algum modo, nós nos encaixávamos perfeitamente, criando um buraco negro do qual nenhum de nós podia escapar.
Mas, mesmo que eu pudesse escapar disso, se me fosse dada a chance, eu não iria.
Então, quando Eren sussurrou, “Me leve a algum lugar onde possamos ficar sozinhos”, eu decidi que eu não só fingiria que tínhamos todo o tempo do mundo. Eu iria viver como se o amanhã não existisse.
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Notas da Autora:
Vocês sabiam que essa história não foi inspirada apenas pelos meus pulmões inúteis (eu tenho uma doença dos pulmões similar à do Eren nessa fic – no caso de vocês não saberem)? Mas também pela minha própria história de amor? SIM!
Eu estou com o mesmo cara pelos últimos 10 anos, então não me digam que paixões de colegial não sobrevivem, porque eu vivo a prova de que elas conseguem. Então essa estória é meio que baseada no amor e relacionamento que eu tenho com meu um e único. Obviamente, é diferente, mas, de muitas formas, é a mesma.
Por falar nisso, se vocês não notaram: Levi é ruim com as palavras. Eu acho isso fofo, porque o processo de pensamento dele é bem único e belo e, ainda assim, ele fala “merda” e “porra” um bom bocado. XD
Eu sinto que estou falando em enigmas. Me desculpem. Tive zero sono noite passada.
Ainda, eu prometo que o próximo capítulo terá mais felicidade. Eu vou jogar aquela felicidade fofa na cara de vocês. Eu juro! :)
Sussurra “E eu estou feliz de ter feito algumas pessoas shipparem Jean x Petra nessa fic”. *pisca antes de ir embora*

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Beeem, vocÊ ouviram leram a moça. Aguardem o próximo capítulo! <3 

7 Comentários

  1. eu shippo Jean e Petra eles me lembram um pouco Roni e Hermione, bjss

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    1. Agora que você falou... Verdade!!! Parecem mesmo. hahahaha Também shippo eles dois! Muito fofos!

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  2. Eu fico louco toda vez que Levi e Eren ficam bobos e como posso dizer Hot tenho q me controla pra não gritar Wow vai com tudo, são muito fofos ❤

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  3. Eu leio essa história ate aqui e descubro que e um sentimento real fico feliz de vcs terem se encontrado nesse mundo real . Lena obrigado por nos presentear com essa história 😚

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    1. Essa história e uma daquelas que merecem ser lidas! A Trish tem outras histórias Ereri/Riren muito boas! Espero poder traduzi-las um dia. ^^

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