Capítulo 4: Talvez


Resumo:
Eu acho que possivelmente, talvez, eu estou me apaixonando por você

Notas da Autora:

Chega um momento em toda estória que você alcança um ponto onde as coisas finalmente vão deslanchar. Eu alcancei ele. Sim! Eu estou empolgada, porque agora tudo vai começar.
Antes que eu esqueça, essa estória foi roubada e postada no Wattpad sem minha permissão. Por favor notem que nenhuma das minhas estórias estão no Wattpad, ou qualquer outro site. Se você encontrar algum, por favor me avise. Eu acho que essa é a pior coisa que alguém pode fazer comigo, porque eu tenho muito orgulho da minha escrita, e para alguém rouba-la e reivindicar como sua é de partir o coração. Por favor, não faça isso. Eu não vou hesitar em preencher um aviso de direitos autorais, porque mesmo que seja uma fanfiction, ainda é meu trabalho.
De qualquer forma, não vamos entrar muito nesse assunto, então vão lá ler. :)

Nota da tradutora: Gente, agora ela tem conta no Wattpad. Acho que foi por isso aí que ela resolveu fazer. hehehe



Só foram necessários poucos minutos dirigindo para chegar a conclusão de que Eren era distração demais para mim, e ele nem estava fazendo nada de especial, apenas se debruçando pela janela para tirar fotos com aquele pedaço de metal que ele chamava de câmera. O carro estava preenchido com nada além de baixos som de cliques que acontecia sempre que ele tirava uma foto. Isso não deveria ser grande distração. Deveria ser fácil manter meus olhos na estrada, mas sempre que ele se inclinava para frente, a blusa dele subia nas costas, revelando pele macia e bronzeada que me deixava querendo estender o braço para tocá-la.
Merda. Eu era gay. Eu era tão gay. Eu poderia muito bem aceitar isso agora.
“Então,” Jean disse se inclinando para frente para olhar para mim, “aonde estamos indo, olhos errantes?”
Eu lancei um olhar penetrante que eu esperava que o matasse na hora, mas ele ainda estava ali com aquele sorriso estúpido no rosto. “Eu não sei. Não é como se tivesse um monte de opções.”
“Nós sempre podemos ir para o Pico de Gayle.”
“Por que? As pessoas só vão lá para perder a virgindade delas.”
Jean estreitou os olhos de um jeito que fez eu me arrepender de dizer qualquer coisa sobre virgindade. “Ah,” ele disse, “Eu acho que todos nesse carro sabem que você quer perder sua virgindade.”
A cabeça de Eren girou em minha direção e eu quis jogar o Jean para for a do carro, talvez até passar por cima dele no processo. De fato, essa parecia uma grande ideia—qualquer coisa para fazê-lo calar a boca por mais de dois segundos, porque ele estava determinado a arruinar minha vida.
“Eu vou matar você,” eu murmurei para ele, apertando o volante com força bruta.
Jean me ignorou para se virar para o Eren. “Por que você parece tão surpreso? Não pensava que ele fosse virgem?”
“Bem, uh, não,” Eren admitiu. “Quero dizer, ele é bem…” ele sumiu, escondendo o rosto em suas mãos.
“Ele é bem o quê?” Jean incitou.
“Bonito.”
“Ouviu isso, Levi?” Jean disse, cutucando meu braço com o cotovelo. “Eren acha que você é bem bonito.”
Jesus, alguém pega o volante, porque eu ia bater esse carro. Uma avalanche de borboletas fez residência no meu estômago por causa daquele simples comentário. Eu juro que minhas entranhas pareciam geleia derretida, que me fez ter certeza que eu estava apresentando bochechas coradas, e isso por si só era vergonhoso demais para suportar.
“Vamos logo para o Pico de Gayle,” eu murmurei, e então adicionei em um cochicho, “Ninguém vai conseguir encontrar seu corpo lá.”
Jean gargalhou daquilo, mas eu nem podia focar nele. Eren não tinha parado de me encarar. Ele tinha esse olhar estranho no rosto, e eu queria saber o que ele estava pensando, mas ao mesmo tempo, eu não queria saber nem um pouco. Eu deveria ter seguido meu próprio conselho e ficado bem longe dele, mas parecia que eu não era capaz nem de fazer isso. Esse plano tinha durado no máximo umas seis horas, e eu me perguntava se eu podia ficar longe dele pelos próximos catorze dias.
Depois de um tempo dirigindo na estrada aberta, eu me acalmei um pouco. Eu ficava dizendo a mim mesmo que nada disso importava. Uma vez que eu fosse embora, eu esqueceria tudo sobre Eren. Talvez eu até encontrasse outra pessoa em qualquer que fosse a cidade que eu me estabelecesse, mas quando ele se virou no assento para me olhar, eu percebi que nunca encontraria alguém como ele.
Com um olhar de hesitação, ele estendeu a mão e tocou o local na minha testa que agora estava roxo. “Está doendo?”
“Não,” eu disse. Não doía nem um pouco quando ele estava me tocando.
“Como isso aconteceu?” Ele manteve os dedos pressionados na minha pele, o que era agradável. Ele era cálido.
“Eu derrubei uma chave inglesa no meu rosto.”
Ele deslizou as pontas dos dedos pela ponte do meu nariz, sobre minhas maçãs do rosto, e descendo pela lateral do meu rosto até ele estar com a mão sob minha mandíbula. “Isso deve ter doído.”
“Mm, doeu.” Eu me inclinei para o toque dele inconscientemente, querendo prolongar o contato. Eu não sabia que algo tão simples quanto isso podia fazer eu me sentir vivo com desejo. Não desejo por qualquer coisa sexual, mas desejo por afeto. Eu queria diminuir a distância entre nós dois, correr meus dedos pelos cabelos dele, e pressionar minhas mãos na pele dele. Eu queria fazer todas essas pequenas coisas com ele, um garoto que eu mal conhecia, e isso me aterrorizava, porque eu nunca quis fazer essas coisas com ninguém.
Mas, então de novo, você não podia escolher por quem você se apaixonava.
Era isso o que isso era? Eu estava me apaixonando pelo Eren?
Enquanto eu estava pensando em tudo isso, Jean ficou em pé na parte de trás, segurando no banco do motorista para se manter estável. De repente ele abriu os braços e Petra disse, “Não faça isso.”
Ele jogou a cabeça para trás dramaticamente e gritou, “EU SOU O REI DO MUNDOOOOOO!”
Eren gargalhou nesse jeito terrivelmente adorável e olhou para trás para ele. “Você está representando o Jack de Titanic?”
“Ele está,” Petra confirmou com um revirar de olhos, mas ela estava sorrindo.
Jean não prestou atenção a nenhum de nós, apenas puxou suas mãos para passá-las descendo seu peito com esse olhar estúpido no rosto. “Jack, eu quero que você me desenhe como uma de suas garotas francesas.”
“Usando isso,” Eren adicionou, entregando um colar imaginário.
“Usando apenas isso,” Petra terminou.
Ah meu Deus. Eu era mesmo amigo dessas pessoas?
“Eu não conheço nenhum de vocês,” eu declarei. “Nós não somos amigos.”
Eren passou o polegar sobre meus lábios, me pegando de surpresa. “Mas você está sorrindo.”
“Não estou.” Eu passei minha mão sobre meu rosto, determinado a esconder qualquer sorriso que pudesse estar se espreitando lá.
“Você está sim,” ele disse, empurrando minha mão para longe da minha boca. “Vê? Aí está. É pequeno, mas definitivamente está aí.” Ele cutucou minha bochecha, onde eu tinha uma covinha. “E isso é super fofo.”
Eu resmunguei, porque lá estavam as malditas borboletas de novo. Eu pensei que ele fosse tímido. De onde estava vindo toda aquela coragem?
“Você acha que minha covinha é fofa?” Eu odiei isso.
“Eu acho. É meio injusto o quanto é fofa.”
Eu não estava preparado para aquela resposta. Eu estava tão despreparado, na verdade, que eu literalmente dirigi para o acostamento da estrada. O carro pulava enquanto eu manobrava pela terra amontoada, e quando eu consegui me recompor o suficiente para mergulhar meu pé no freio, nós paramos bruscamente. Todos nós permanecemos quietos enquanto uma nuvem de poeira nos envolvia.
Depois de um tempo estendido, Jean disse, “Wow. Só wow.” Então ele explodiu em gargalhadas.
Petra começou uma risada abafada do lado dele, e então Eren resolveu se juntar ao grupo. Logo as risadas deles era tudo o que eu podia ouvir. Enquanto eles estavam curtindo meu constrangimento, eu estava rezando agressivamente para que o chão se abrisse e me engolisse por inteiro, porque como eu tinha acabado de fazer aquilo? Como foi que eu perdi o total controle de mim mesmo?
“Ah, Levi,” Petra disse depois que passou a crise de risadinhas. “Você é muito fofo.”
“Petra,” eu rosnei, “você não está ajudando.”
“Você quer que eu dirija por um tempo?”
Eu respondi a ela empurrando a porta do lado do motorista. Enquanto eu pisava fora do carro, eu disse a mim mesmo que o que tinha acabado de acontecer não era grande coisa. Isso podia acontecer com qualquer um. É claro que era vergonhoso, mas até o fim da noite ninguém lembraria disso. Okay. Isso era uma mentira. Jean lembraria daquilo até o resto dos seus dias, e ele me lembraria desse evento até eu estar velho e grisalho.
Escalando para o banco de trás, eu reivindiquei um canto e não disse coisa alguma. Eu mantive minha cabeça virada para a direita até Jean e Eren trocarem de lugar sem trocar uma palavra, como se fosse óbvio que Eren pertencesse ao lugar aqui atrás comigo, o que não era o caso. Nosso lugar não era um com o outro. Nosso lugar era longe um do outro, porque sempre que ele estava perto de mim, eu não conseguia pensar direito. Especialmente quando ele sentava tão perto de mim.
Eu tentei engolir o nó que tinha se formado na minha garganta, mas isso era impossível a esse ponto. Eu sentia como se não pudesse respirar direito, e eu queria que alguém viesse e me socasse no rosto, porque com uma certeza dos infernos eu precisava disso agora.
Petra colocou o carro de volta na estrada principal e ligou o rádio que eu havia negligenciado. Uma leve melodia preencheu o pequeno espaço que ocupávamos, abafando minha respiração pesada, a respiração pesada de Eren. Por um minuto, eu me perguntei se ele estava respirando daquele jeito por causa dos seus pulmões problemáticos, ou se ele só estava tão nervoso quanto eu. Mais cedo ele tinha sido tão confiante, me tocando sem nenhum constrangimento, agora ele nem podia olhar para mim sem desviar o olhar no segundo que nossos olhos se encontravam.
Quando Jean e Petra começaram a falar sobre algum trabalho de matemática que eles tinham que entregar na semana seguinte, Eren se abaixou para pegar um caderno que havia sido deixado em baixo do banco da frente. Ele puxou a caneta que estava presa no espiral e folheou até uma folha branca. Eu não disse coisa alguma enquanto ele colocava a caneta no papel. Eu apenas assisti, em transe com como em questão de minutos ele tinha desenhado um esboço do meu rosto.
“Puta merda,” eu disse.
Ele deu uma risadinha daquele jeito que fazia meu estômago se remexer. “Não é nada, sério. Eu só tenho tempo demais em minhas mãos.”
“Isso não é nada. Você quer me ver desenhar? Eu iria arruinar sua visão.”
“Eu duvido disso,” ele disse com um sorrisinho. “Quais são seus hobbies?”
Eu encolhi os ombros. “Eu trabalho com carros. É isso. Eu não sou bom em nada.”
“Eu não acredito nisso.”
“Ele tricota,” Jean mentiu. “Tricota bons e grandes sweaters para mim todo Natal. Eu tenho uma coleção deles.”
Eu o encarei. “Ah, é. É definitivamente isso que faço no meu tempo livre: tricotar sweater para o seu traseiro idiota.”
Eren me olhou. “O quê você faz então? Sério. Eu quero saber.”
Eu não fazia muita coisa. Eu passava a maior parte do meu tempo trabalhando, guardando dinheiro para sair da cidade. Eu com toda certeza não tirava fotos, ou desenhava pequenos e belos esboços. Eu não era especial ou talentoso de nenhum jeito, e talvez essa fosse a informação que precisava dar a ele para que ele perdesse aquele brilho nos olhos toda vez que olhava para mim.
“Eu só vou pra escola e trabalho,” eu disse a ele encolhendo os ombros.
Jean bufou. “Não seja modesto, Levi. Por que você não conta a ele sobre suas habilidades como um lutador?” Ele se virou para olhar para nós. “Quero dizer, ele poderia lhe pôr no chão sobre seu traseiro em apenas um segundo.”
“Isso é verdade?” Eren perguntou.
“Não é algo do que ter orgulho,” eu disse.
“Eu acho que é.” Eren puxou a manga do (meu) casaco dele. “Você vê esse braço? Não tem músculos aqui. Eu não posso sequer dar um soco.”
Tudo o que eu notei sobre o braço dele foi que era tão deliciosamente bronzeado quanto o resto do seu corpo. “Você alguma vez precisou dar um soco?”
“Você ficaria surpreso,” ele disse. “Eu já fui encurralado antes. As pessoas me vêem como um alvo fácil, alguém que eles podem atacar sem problemas.”
“E?” Jean perguntou. “Você causa problemas?”
“Mais ou menos. Eu não posso fazer muita coisa antes de ficar sem fôlego.” Ele baixou os olhos, parecendo envergonhado de sim mesmo, mas aquilo era besteira, porque não era culpa dele que ele não pudesse derrubar as pessoas que atacavam ele.
“Eu vou lhe ensinar como dar um soco,” eu ofereci. “E se alguém aborrecer você aqui, eu acabo com a raça deles.”
Petra virou na estrada de terra que subia a montanha para o Pico de Gayle. “Ninguém vai mexer com você agora, Eren. Levi é bem assustador quando está com raiva.”
“Verdade?” Eren examinou meu rosto, como se ele fosse ver algo malicioso nele. Eu apenas retornei o olhar. Os olhos dele pareciam incríveis refletindo a luz alaranjada do fim da tarde. “Eu admito que a primeira vez que vi você eu pensei que você parecia bem intimidador, mas você não tem sido nada além de gentil comigo.”
Jean riu e pude praticamente ouvir as palavras saírem da boca dele antes de elas realmente saírem. “Isso é porque ele te acha gostoso.”
Estava decidido. Eu ia matar ele. Eu ia estrangula-lo para que ele nunca mais pudesse falar de novo.
“Isso não é verdade, é?” Eren perguntou. Ele parecia esperançoso.
Por que nós tínhamos convidado ele mesmo? Para que ele me matasse lentamente com todas essas emoções com as quais eu não podia lidar?
“Não,” Eu respondi rápido demais. “Não, absolutamente não.”
O rosto dele caiu, e por um segundo eu quis retirar o que disse, dizer a ele que eu o achava bonito, mas eu tinha que chegar a um acordo sobre isso antes que pudesse fazê-lo. Então eu fiquei quieto, não proferi uma palavra, e logo o silêncio nos envolveu como um lençol pesado.
“Nós chegamos,” Petra anunciou, estacionando em frente a uma grade que dava visão para uma densa floresta. Os topos dos pinheiros estavam iluminados pela pálida luz da lua e até eu tinha que admitir que a vista era boa. “Está congelando do lado de fora e vocês dois não trouxeram casacos.”
Meu casaco no momento estava aquecendo o garoto que sorriu maliciosamente quando ele me notou olhando para ele.
Jean abriu e empurrou a porta dele. “É hora de fazer uma incursão à caixa do sexo.”
“A-o quê?” Eren perguntou.
Eu revirei meus olhos. “Um monte de adolescentes vem aqui para cima para transar, e as vezes eles não têm as coisas necessárias para o ato, então Connie, sendo o idiota pervertido que ele é, começou esse negócio da caixa do sexo.”
“Não tem uma camisinha?” Jean entoou. “Não se preocupe, meu amigo, a caixa do sexo está aqui. Não tem lubrificante? Não se aflija. Vá checar a caixa do sexo.”
“Ah meu Deus.” Eren riu. “O que mais tem lá dentro?”
Jean pisou fora do carro. “Uma vez, eu achei calças de moletom lá. Você sabe, para o caso de você gozar nas suas calças e precisar sair daqueles jeans grudentos antes de voltar para casa.”
“Mas por que você vai olhar ela agora?”
“Porque algumas pessoas guardam coisas lá para virgens como nós. Você sabe: lençóis, travesseiros, um bilhete que diz ‘enfie seu pau na pessoa mais próxima e faça isso rápido’.” Ele olhou para mim. “Nesse caso, você pega o Levi, Eren.” Eren abriu a boca, fechou, e então abriu mais uma vez, mas ainda não disse nada. Ele estava sem palavras. “Levi, meu bom homem, não vai se juntar a mim?”
Eu o virei, mas pulei para fora do carro. Nós fomos devagar em direção à caixa do sexo, que estava escondida no centro de cinco pedregulhos, como se fosse algum tipo de prêmio enviado por Deus para aqueles que acidentalmente tropeçassem nela. Apenas nós colegiais sabíamos onde ela ficava, mas alguns adultos a tinham encontrado antes, jogando-a no lixo como se pensassem que seu conteúdo fosse completamente abominável.
“Você percebe que eu vou te matar,” eu disse enquanto andávamos.
Jean enfiou as mãos nos bolsos da frente de suas calças com um sorriso. “Só se você perceber que eu estou tentando lhe ajudar, porque você é teimoso demais para fazer você mesmo.”
“Eu não estou a fim dele, então deixa logo disso.”
“E o céu não é azul. Dá pra você calar a porra da boca e perceber logo que você é gay por ele? Por que isso lhe incomoda tanto? É porque você vai embora logo?”
Eu chutei uma moita de poeira no caminho. “Sim, e, eu não sei, não é como se ele gostasse de mim ou qualquer coisa.” O que tinha para se gostar em mim?
Jean parou o seu percurso. “Você é cego?”
“E,” eu continuei, ignorando ele, “Eu nunca namorei ninguém antes. Eu nunca pensei que namoraria um cara. Eu nem sei como isso funciona.”
“Isso funciona da mesma forma que seria se você fosse namorar uma garota. Vocês gostam um do outro, vão em encontros, vocês se dão as mãos, vocês se beijam, e eventualmente vocês chegam aos finalmentes. Para de deixar o fato de que ele é um cara assustar você. Você nunca ficou a fim de ninguém antes. Agora ele está aqui e você gosta dele.”
Eu suspirei, porque eu queria que fosse tão fácil. Não era. Eu ainda queria sair desse lugar. Eu não queria mais ficar preso aqui, e se eu ficasse só porque tinha sentimentos pelo Eren e as coisas não funcionassem, então qual seria o ponto? Eu tinha esperado por esse momento por tempo demais para desistir dele agora.
“Dá uma chance,” Jean disse, pisando entre os dois primeiros pedregulhos. “Se vocês dois derem certo, então peça ele em namoro. Se não, vá embora como você estava planejando.” Ele ficou quieto e eu podia ouvir ele vasculhando a caixa. “Todos saúdem a caixa do sexo! Tem cobertores aqui dentro.” Ele voltou carregando dois cobertores de lã.
Eu peguei um dele. “Deixe-me adivinhar: Você espera que eu divida isso com o Eren?”
“Isso aí, bebê. Se aconcheguem pra caralho. Vá em frente.”
“Você está muito mais entusiasmado com isso do que eu pensei que estaria.”
“Por que? Porque ele é um cara?” Eu assenti. Ele bufou. “Cala a boca. Eu não sou homofóbico. Eu não me importo com onde você enfia seu pau.”
E então foi isso. Ele não disse mais nada sobre o assunto.
Nós não falamos enquanto caminhamos de volta para o carro, e quando o alcançamos, eu vi que Petra e Eren estavam sentados sobre o capô. Eren tinha sua cabeça inclinada para trás, um olhar maravilhado no rosto, mas quando ele nos avistou chegando ele manteve seus olhos em mim. Eu pensei sobre o que Jean tinha falado, e eu não sabia se estava preparado para ir em frente. Eu não sabia se estava preparado para nada disso.
Eu escalei o capô e joguei o cobertor sobre os ombros de Eren. Ele olhou para baixo para ele, pegou uma ponta, e jogou sobre mim. Enquanto o cobertor assentava sobre meus ombros, o braço dele pressionou contra o meu. Como sempre, ele estava quente e cheirava inacreditavelmente bem. Talvez eu pudesse dar uma chance a isso. Que mal poderia fazer?
“Isso é incrível,” Eren disse. “Eu costumava morar em uma cidade grande, então eu nunca podia ver as estrelas por causa de todas as luzes das ruas, mas aqui, eu posso ver todas elas tão claramente. É lindo.”
Petra apoiou a cabeça no ombro de Jean. “Nós temos essa tradição.Ela começou quando éramos crianças. Se nós vermos uma estrela cadente, nós temos que dar as mãos e fazer um pedido.”
“Você ainda tá nessa?” Jean perguntou.
Ela assentiu. “Sim, então se nos vermos uma estrela cadente, é melhor você pegar minha mão.”
“Sim, madame.”
Nós ficamos quietos, aproveitando a vista em silêncio. Eu não vinha no Pico de Gayle há anos. Não tinha realmente um motivo para vir aqui. Sempre tinham garotos aqui em cima curtindo a noite toda, mas essa noite nós estávamos sozinhos, apenas nós e as estrelas.
Enquanto eu estava perdido em pensamentos, Eren tinha se movido para mais perto de mim. Ele ainda estava olhando para cima para o céu noturno, mas era como se ele não estivesse realmente o enxergando. Ele tinha essa expressão determinada no rosto, e eu não conseguia descobrir porquê. Sobre o que ele estava pensando? E por que eu estava tão nervoso tão de repente?
Me inclinando para frente, eu coloquei minhas mãos sobre meus joelhos, tentando limpar minha mente dos pensamentos que estavam turvando meu julgamento. Eu não sabia como lidar com esses sentimentos. Eles estavam em todos os lugares ao mesmo tempo, fazendo meu coração bater erraticamente no meu peito. Minha pele estava quente, formigando, e eu só queria que tudo parasse por cinco minutos para que eu pudesse respirar calmamente de novo.
“Vamos brincar de Verdade ou Desafio,” Jean disse, interrompendo o silêncio.
“Não,” eu resmunguei imediatamente, porque eu sabia o que esse bastardo sorrateiro estava planejando.
“Petra, eu vou começar com você,” ele exclamou, me ignorando completamente. “Verdade ou desafio?”
Ela pensou sobre isso. “Verdade.”
“Qual é a cor da sua calcinha?”
Ela deu um tapa no braço dele. “Jean, fala sério.”
“Eu estou sendo muito sério. Eu nem acho que você perceba o quão sério estou sendo nesse momento.”
“Deus, Jean, eu pensei que isso seria divertido. Agora você arruinou o momento com seu jeito pervertido.”
Enquanto eles discutiam, Eren se virou para mim e meu estômago despencou daquele jeito horrível que me fazia querer me contorcer todo. “Verdade ou desafio, Levi?”
Não.
“Verdade.” Por que eu disse aquilo? Por que eu não disse desafio? Eu deveria simplesmente ter ficado calado.
Merda. Merda. Merda.
“Você alguma vez já gostou de alguém daqui?”
Eu queria mentir. Eu não queria que ele soubesse que o quê eu sentia por ele podia ser considerado uma paixão, mas eu nem tinha certeza se era isso o que era. Como eu poderia ter certeza? Eu sabia tão pouco sobre ele, e ainda assim eu tinha esses impulsos que não faziam sentido para mim. Por exemplo, eu queria me aproximar dele, eu queria saber tudo sobre ele. Mas eu não queria só ser amigo dele, como eu era com Jean. Aquilo não parecia ser suficiente.
Porra. Se isso não era uma paixão, então eu não sabia o que era.
“Talvez,” eu disse. “Sua vez: verdade ou desafio?”
“Verdade.”
Você já gostou de alguém aqui?” Quão óbvio e sem originalidade, mas eu queria saber desesperadamente. Mas e se ele me desse a mesma resposta meia-boca que eu dera a ele?
Ele virou a cabeça para o outro lado, e por um minuto eu pensei que ele não fosse me responder, mas eu deveria saber. Eren sempre me surpreendia com sua súbita bravura, então não deveria ter me chocado quando ele disse, “Sim, eu gosto de alguém daqui.”
Mas isso me chocou, e eu apenas fiquei sentado ali com a boca aberta. Merda. Eu provavelmente parecia um idiota, mas eu não podia me recompor, e só ficou pior quando ele se virou e observou minha reação.
Ele sorriu para mim, tocando levemente minha bochecha com a mão. “Quem você acha que é?”
Por Deus, pára. Meu coração ia falhar.
“E-Eu não sei,” eu disse. Eu senti como se tivesse cinco anos novamente, e uma pessoa deslumbrante tivesse parado e sorrido para mim. E é claro, tendo cinco anos, eu reagi de um jeito infantil: corei, gaguejei e espiei o estranho deslumbrante para ver se ele ainda estava olhando para mim. Mas eu não tinha cinco anos. Eu tinha dezessete, mas foi exatamente essa a minha reação.
“Olha,” Petra gritou. “É uma estrela cadente. Rápido. Deem as mãos.”
Já que eu estava sentado no fim, eu só tinha que segurar a mão de Eren. Ele deslizou ela na minha, sorrindo, e eu juro que iria entrar em combustão.
“No três,” Petra instruiu. “Um, dois, três…”
Eu prendi minha respiração, sem saber pelo quê pedir, mas então Eren entrelaçou nossos dedos e eu fiz o único pedido que eu queria que virasse realidade.

Notas da Autora:
Aqui vamos nós, pessoal! Aqui vamos nós.
Escrever no ponto de vista do Levi é divertido, porque os pensamentos dele estão por todos os lados. Sempre que eu escrevia pelo ponto de vista do Eren, ele era realmente direto, mas Levi não é haha. Eu estou me divertindo muito me adaptando a personalidade dele (desse Levi específico que eu criei).
Ah, e para sua informação, o Eren pode ser tímido, mas todos nós sabemos que ele luta pelo que ele quer e… ele quer o Levi. ;)
Como sempre, obrigada pelos kudos e comentários. <3


5 Comentários

  1. Essas estrelas sempre dando o que imaginar 😊

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  2. Sinto borboletas no meu estômago ansiosa pelos próximos capítulos...

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  3. Historia linda perfeita estou gostando muito parabens a autora

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  4. Simplesmente amando . Desculpe, preciso ler o nome da autora rsss meu bem, meus parabéns!

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