Oi oi oi, povo! Estou adiantando os capítulos de Chasing Summer que eu já tenho traduzidos pra vocês. Espero que gostem. ^^
Um detalhe: Eu estou mantendo as notas feitas pela autora do jeito que elas aparecem no AO3, se vocês acharem que fica... ruim, me avisem, ok?
É isso. Vão ler! =D
Capítulo 3: Despertar
Resumo:
Na fraqueza ou na força, mudar pode ser incrível
Notas da autora:
Eu
quero esclarecer umas coisas, já que estamos nos estágios iniciais dessa fic.
Essa fic vai conter ambos Ereri e Riren. Se você não entende o que isso
significa, basicamente Levi vai ser ativo e passivo. Eu amo esse casal. Eu realmente não me importo com quem
penetra quem, então por favor sem comentários rudes. Se você não gosta disso, então
por favor mantenha para si, já que você não é obrigado(a) a ler isso. A razão
pela qual estou falando isso é porque já li fics onde o Eren é o ativo e alguns
leitores deixam comentários desagradáveis e desnecessários sobre isso. Não
vamos por aí, ok? Por favor e obrigada.
Tendo
dito isso, vamos mudar de assunto. Eu estou tentando ser mais ativa na minha
conta do Tumblr, então se alguma vez você quiser falar sobre o meu trabalho
comigo, ou se tiver qualquer pergunta, você pode me procurar lá.
(Veja o fim do capítulo para
mais notas.)
Em algum momento no meio da
noite, eu vaguei de volta para a sala de estar em busca de calor. Ainda estava
chovendo lá fora, raios riscando o céu noturno, mergulhando a sala em luz
branca. Por algum tempo, eu apenas fiquei sentado em frente ao fogo, olhando
pela janela para assistir a tempestade de uma distância segura.
Eu não lembro de ter
cochilado, mas quando acordei novamente, Eren estava sentado no sofá com os
cabelos para cima apontando em todas as direções possíveis. O cobertor verde
que eu tinha lhe dado estava puxado em volta de seu tronco como um ninho,
cobrindo suas pernas, que agora estavam escondidas embaixo de si. Com tudo, ele
parecia ridiculamente adorável para alguém com um cabelo terrivelmente
desgrenhado, e eu meio que só fiquei ali deitado no chão olhando para ele.
Seu rosto estava virado para
a janela, me dando uma boa visão de seu perfil. Ele tinha traços suaves, mas a
linha da mandíbula era forte e acentuava seu queixo e lábios. O rosto todo dele
era meio hipnotizante para mim, e se eu tivesse a habilidade de desenhar, eu o
rascunharia em tons claros, mas eu não poderia desenhar nem que minha vida
dependesse disso. Meu forte eram desenhos de palito.
Como eu continuei a olhar,
ele de repente baixou os olhos em minha direção, pulando um pouco quando ele
viu que eu estava acordado. “Oi”, ele disse apressado, a voz rouca do sono. “O
trovão acordou você?”
“Não. A tempestade ainda tá
rolando?” Eu me sentei, esfregando o sono dos olhos com os tenares das minhas
mãos.
“É,” ele respondeu, “mas não
está mais tão ruim como antes.”
Eu olhei para fora da janela.
Ainda estava bem escuro. “Droga. Não dá nem pra dizer se é manhã ou não.” O sol
não fazia seu trabalho antes das dez horas. Nessa hora que o sol oficialmente
decidia iluminar as pessoas de Shiganshina.
“Eu acho que a energia
voltou, se você quiser checar a hora.”
Eu levantei, meus membros
duros e doídos da posição desconfortável em que havia dormido. Eu levantei os
braços acima da cabeça, minhas costas dando um audível estalo quando me
inclinei para o lado. Aquela era a última vez que eu dormia no chão.
Uma risadinha vinda de trás
me fez olhar por cima do ombro. “Quê?”
Eren apontou para minha
cabeça, um sorriso no rosto. “O seu cabelo está louco.”
“Meu cabelo está louco? Você já
viu o seu?”
Distraidamente, ele levantou
as mãos para passar os dedos pela bagunça de mechas castanhas. Depois de um
tempo, ele desistiu com um suspiro, largando as mãos no colo. “Você acha que
minha cadeira de rodas sobreviveu à tempestade?”
“Quem sabe,” eu disse. “Assim
que parar de chover, eu saio para checar. Mas agora, eu vou fazer um pouco de
chá.” Eu levantei um dedo antes que ele pudesse perguntar. “Eu vou carregá-lo
para a cozinha comigo, mas não faça disso um hábito.”
Ele mordeu o lábio, tentando
esconder um sorriso que se recusava a ficar escondido. “Não vou. Prometo.”
“Jura
por Deus?” eu brinquei, mas é claro que o imbecil foi e desenhou um X
sobre o coração com o dedo indicador (Ver Notas de Tradução). Ele pareceu tão sincero
que eu acabei tendo que cobrir um sorriso com minha mão. Eu fingi bocejar
contra meu punho para que a ação fosse acreditável, mas ainda não foi muito
convincente. Eren não pareceu notar.
Depois de levantá-lo em meus
braços, ele perguntou, “Então, você está se formando esse ano?”
“É.”
Ele considerou isso, seus
olhos se estreitando levemente. “Petra disse que você vai deixar a cidade
depois da graduação, é verdade?” Quando ele falou as palavras, uma expressão
estranha se formou em seu rosto. Parecia quase de expectativa. Mas o que ele
poderia estar esperando de mim?
Eren ainda era um júnior,
então ele estaria aqui com Petra e Jean por mais um ano enquanto eu estaria
fora me arranjando em um novo lugar. Ele não se sentiria preso como eles, no
entanto. Essa cidade era boa para ele.
“É verdade,” eu disse.
“Ah.”
Silêncio. Os braços em volta
no meu pescoço folgaram, mas não dei nenhuma atenção a isso. Eu mantinha meu
olhar treinado para frente, focando no pensamento sobre o chá, e não no corpo
morno pressionado contra o meu. Eren era uma das poucas pessoas que eu
conhecera que cheirava bem pela manhã. Eu percebi que o cheiro saindo da camisa
que eu tinha lhe emprestado era inteiramente dele, sua própria e única
fragrância que fez eu querer me inclinar e sentí-la na pele dele.
“Eu não gosto muito de chá,”
Eren disse quando entramos na cozinha.
Eu fiquei agradecido que ele
me tinha dado uma distração de sua proximidade.
“Deixe-me adivinhar: Você
está preso no suquinho?”
Ele enrugou o nariz, me
olhando feio. Ele não conseguia sustentar aquela expressão, parecendo mais
um esquilo irritado que qualquer outra coisa. “Eu não tenho cinco anos. Você é
só um ano mais velho que eu.”
“Verdade, mas eu não bebo
mais suquinho, nem como MacLanche Feliz no McDonald’s. Você ainda fica
empolgado com o brinquedo que vem dentro?”
“Não,” ele resmungou,
parecendo na defensiva. “Eu nem gosto de McDonald’s.” Um bico se formou nos
lábios dele e eu achei incrivelmente difícil não estender minha mão e passar
meu polegar sobre ele.
Eles seriam tão macios quanto
pareciam?
Tentando juntar meus
pensamentos espalhados, eu o sentei na ilha da cozinha, minhas mãos
permanecendo nos quadris dele. Mesmo através do tecido da minha camisa, eu
podia sentir o calor da pele dele. Eu tive esse terrível desejo de empurrar o
material para o lado, mas então o som de mais alguém entrando na cozinha me
trouxe de volta à realidade, e eu tirei minhas mãos da cintura dele como se o
contato me queimasse.
Eu recuei vários passos antes
de me virar. Jean estava se inclinando contra o balcão, esfregando os olhos com
punhos fechados. Quando ele baixou as mãos, ele disse, “Por que diabos vocês
estão de pé no meio da noite?”
“Você nem sabe que horas
são,” eu retorqui, agradecido de ele estar cansado demais para perceber minha
aparência afobada.
É isso o que ganho por evitar
todo e qualquer contato sexual. Eu tinha negado todo mundo que fizesse qualquer
aproximação, determinado a me esgueirar dessa cidade sem ter laços com qualquer
pessoa além de Petra e Jean, porque eles estavam a bordo. Eles queriam sair
deste lugar tanto quando eu, mas agora alguém novo estava aqui para estragar
tudo com seus olhos deslumbrantes e lábios beijáveis. Eu nem mesmo me importava
que tinha um pênis dentro daquelas calças de pijama que deixara ele emprestar.
Não importava nem um pouco que ele era mesmo um cara.
Wow. Okay. Isso era demais
para aguentar de uma só vez. Eu estava tendo algum despertar sexual, ou alguma
merda assim?
Deus me ajude.
“Se você não vai fazer café,”
Jean disse, me empurrando para longe do balcão para que ele tivesse acesso à
cafeteira, “Eu vou.”
“Levi queria chá,” Eren interrompeu,
chamando minha atenção de volta para ele.
Suas mãos estavam do lado do
seu corpo, segurando na beira do balcão enquanto ele balançava as pernas. Ele
parecia inocente, puro e intocado. Eu me perguntei se alguém já tinha beijado
ele alguma vez, já tinha provado aqueles lábios, ou sentido a pele macia
escondida sob minha blusa.
Eu percebi, no momento que
aqueles olhos encontraram os meus, que eu adoraria ser o primeiro.
Jean
limpou a garganta, me imobilizando com um olhar esperto. “Ah, não se preocupe
Eren, eu vou fazer um pouco de chá pro seu precioso Levi. Certo, querido?” Ele
deu tapinhas na minha bochecha, sorrindo ironicamente como se soubesse exatamente o que eu estava pensando.
“Eu vou te dar uma joelhada
nas bolas,” eu disse a ele, tentando parecer impassível. Não funcionou.
“Você não pode machucar bolas
de aço, bebê.”
“Essa não é a primeira coisa que quero
ouvir pela manhã,” Petra disse, entrando na cozinha. Diferente do resto de nós,
ela não parecia como se tivesse acabado de voltar de uma noite no inferno.
Conhecendo ela, ela já tinha penteado os cabelos e escovado os dentes. “Que
horas vocês têm trabalho hoje?”
Eu fitei ela, ignorando o nó
que tinha se formado no fundo do meu estômago. “Onze.”
Desde o verão passado, Jean e
eu estávamos trabalhando na oficina de carros do treinador Smith. O pagamento
não era bom, mas não foi por isso que aceitamos o emprego. Nós queríamos ganhar
experiência, aprender como era a sensação de trabalhar duro pelo dinheiro que
recebíamos. Isso também nos tirou de muitos problemas com o xerife Flagon,
então tinha isso também.
“Eu vou preparar café da
manhã para vocês antes de saírem, então,” Petra disse enquanto tirava alguns
ingredientes da geladeira. “Ah, e Eren, você provavelmente deveria ligar para o
seu pai já que passou a noite aqui. São oito horas, então você pode alcançá-lo
no trabalho.”
O olhar de pânico que passou
pelo rosto de Eren foi cômico até o momento em que o idiota decidiu que seria
uma ideia fantástica pular da ilha. Eu estava longe demais para alcançá-lo
quando ele tropeçou (não que eu não tivesse tentado), mas Jean estendeu a mão
bem a tempo, estabilizando-o enquanto ele vacilava para o lado.
Uma
vez que ele recuperou seu equilíbrio, Jean disse, “Vai devagar, speed racer. O telefone não vai a lugar algum.”
“Onde fica o telefone,
falando nisso?” Eren perguntou, olhos voando da esquerda para a direita.
Jean apontou para o telefone
na bancada. Era o único celular que tínhamos e quase nunca o usávamos.
Enquanto Jean entregava o
celular para ele, eu comecei a fazer o chá com mãos que não paravam de tremer.
Como alguém que eu acabara de conhecer podia me perturbar desse jeito? Eu
decidi ali e naquele momento que era melhor eu ficar bem longe de Eren Jaeger.
Eu só tinha mais catorze dias antes que eu deixasse a cidade. Era tempo
suficiente para superar esse súbito ataque de atração sexual por ele.
É, isso não era nada além de
um pequeno retrocesso. Eu superaria esse sentimento, e estaria bem para ir
embora. Eu deixaria ele para trás e nunca mais veria aqueles olhos bonitos de
novo.
O tempo todo que Petra esteve
cozinhando ovos e bacon, eu sentei sozinho à mesa cuidando da minha bebida. Chá
era muito melhor que café. Tinha um gosto suave que não permanecia na minha
língua. Também era confortante, o que era exatamente o que eu precisava agora.
A sensação crua no meu estômago não tinha passado. Na verdade, ela
intensificava toda vez que meus olhos encontravam Eren, que agora estava
conversando sem rumo com Petra enquanto ela colocava ovos mexidos em um prato.
Quando ela colocou o prato na
minha frente, me dando um olhar que me dizia para comer tudo, eu suspirei e
peguei o garfo que ela colocara do lado. Eu não tinha nem um pouco de fome. Meu
corpo estava tão quente, um desconforto pungente do qual eu não podia me
livrar.
Eu sabia que era jovem.
Merda, eu só tinha dezessete, mas quando Jean entrou na puberdade e começou a
atacar tudo que tivesse pulsação, eu ri dele por deixar que seus hormônios
governassem cada um de seus movimentos. Agora, era minha vez. Eu não tinha
sentido nada por ninguém por um bom tempo, mas essa atração que eu sentia pelo
Eren era estranha, novo e assustadora. Especialmente por ele ser um cara, e eu
não sabia que era gay até cinco minutos atrás.
Mastigando um pedaço de
torrada, eu deixei meus olhos vagarem para a esquerda, onde ele estava sentado
perto de Petra. Ele levava uma caneca à boca, o rosto enrugando quando provou o
chá. Era uma reação tão inocente que eu sorri dele. Ele não viu isso, muito
concentrado na bebida para prestar atenção em mim, muito distraído para ver que
eu estava quase me abrindo em uma risada.
“Caralho,” Jean disse. Todos
os nossos olhos voaram para ele. “Eu não sabia que o apocalipse tava marcado
pra hoje.”
“Ãh?” Petra questionou.
Ele apontou para meu rosto.
“Levi estava sorrindo agora mesmo.”
“Truque da luz,” eu murmurei.
Ele gesticulou para nossa
volta. “Que luz? Tá escuro lá fora.”
Ao invés de lhe oferecer
qualquer tipo de resposta, eu empurrei minha cadeira e saí da cozinha sem um
olhar para trás. Eu não parei até estar seguramente escondido no banheiro de
Petra. Então eu tirei minhas roupas e entrei na banheira, abrindo a água e
focando toda a minha atenção no jato frio que saía do chuveiro. Ele não fez
nada para suprimir o calor instigante dentro do meu corpo.
Porra. Foda-se tudo.
Eu me esfreguei com força,
minhas mãos passando sobre minha parte de baixo com muita frequência para ser
considerado um lapso de movimento. Era tentador aliviar todas essas frustrações
reprimidas, mas não. Eu não faria isso. Fazer isso significava aceitar que eu
queria Eren, e eu não queria. Ele era só um rosto bonito, nada mais.
Quando terminei meu banho, me
sequei e vesti qualquer roupa que pude encontrar, que aconteceu de ser uma
camiseta preta grande demais e os jeans que eu vestira mais cedo. Eu não queria
voltar para a cozinha, então calcei meus sapatos e fui para fora.
Tudo estava molhado, meus pés
chapinhando na sujeira até eu alcançar a caminhonete de Petra. Eu olhei para
dentro da carroceria para ver que a cadeira de rodas de Eren estava encharcada,
e eu sabia que o tecido ia deformar uma vez que secasse. A bolsa mensageiro de
Jean também estava arruinada.
Bem-vindo à Shiganshina.
Foi enquanto eu estava
inspecionando o estrago quando Jean saiu. “Pronto pra ir?” ele perguntou, andando
a passos largos até mim. “Petra disse que podemos levar a caminhonete dela. Só
tem que tirar a cadeira de rodas do Eren.”
“Quem vai levar ele pra
casa?”
“O pai dele vem buscá-lo
daqui algum tempo. Por que? Preocupado com seu namorado?”
Eu cerrei meus dentes, minha
mandíbula apertando dolorosamente. “Cala a porra da boca e me ajuda a tirar
essa cadeira.”
“Alguém está sensível hoje,
caramba,” ele disse, subindo na carroceria da caminhonete. “Ah, porra!” Ele
tinha encontrado sua bolsa. “Isso é esplêndido.”
“Foi você quem deixou isso aí
atrás.”
“Eu esqueci dela. Bem, não
adianta ficar mordido com isso agora.” Ele se inclinou e levantou a cadeira de
rodas, sacudindo ela para tirar qualquer excesso de água da chuva. Quando
terminou, ele passou as rodas pela lateral da caminhonete. “Pegou?”
“Já,” eu disse, segurando nos
descansos de braço.
Depois de assentá-la na
calçada, eu a empurrei até a porta da frente. Eu queria deixá-la ali na
varanda, mas com um forte suspiro eu abri a porta e entrei. Petra e Eren ainda
estavam na cozinha.
Bom.
“Estamos indo,” Eu gritei,
cadeira de rodas seguramente depositada perto da porta.
“Até mais tarde,” Petra
gritou de volta.
Eu ia pisar no lado de fora
quando ouvi, “Tchau, Levi.” Era Eren, voz baixa e tímida.
Eu queria ignorá-lo, tinha
toda a intenção de fazê-lo…
“Tchau, Eren,” Eu disse alto
o suficiente para ele ouvir.
Que se foda minha vida.
(x)
Estar no trabalho era bom.
Servia como uma muito necessitada distração, como o naco de metal pairando
sobre mim. Esse velho carro-pedaço-de-merda estava aqui há semanas. Não era
posse de um cliente, mas do próprio dono. Jean e eu trabalhávamos nele sempre
que os negócios estavam devagar, que era o tempo todo. Essa cidade era pequena
demais para ter uma abundância de carros circulando.
Eu virei minha cabeça para
fitar Jean, que estava folheando um catálogo da Victoria’s Secret. “Ei, cara de
cu, me passa a chave inglesa do lado da sua perna.”
Ele pegou a chave sem olhar.
“Aqui, cheira-bunda.”
Eu peguei a chave dele, me
virando para o serviço em mãos. “Você poderia ajudar.”
“Deus me livre.”
“Eu vou enfiar essa revista
na tua bunda.”
“Nós dois sabemos que você
preferiria enfiar algo na bunda do Eren.”
Clank.
Eu tinha derrubado a chave no
meu rosto, que agora estava latejando. “Porra! Porra! Porra, seu cuzão!”
Jean jogou a revista de lado
e me ajudou a sair de baixo do carro. Eu me sentei, pressionando uma mão no meu
rosto, e encarei ele com todo o ódio que eu pude reunir. Pela primeira vez na
maldita vida dele, ele não fez um comentário espertinho.
“Está tudo bem aqui? Eu ouvi
um barulho.” Treinador Smith entrou na garagem segurando uma caneca de café.
Ele deu uma olhada no meu rosto e disse, “Eu acho que já é o suficiente por
hoje, garotos. Eu vou fechar a loja um pouco mais cedo. Ninguém está vindo.”
Eu me levantei, pronto para
dar o fora, quando o treinador Smith indicou com o queixo na direção do
escritório. “Posso falar com você por uns minutos, Levi?”
Era a última coisa que eu
queria fazer, mas ele era meu chefe. Não é como se eu pudesse fugir.
Eu o segui para dentro do
escritório, que era do tamanho de um cubículo. Tudo o que continha era uma
escrivaninha, e um armário-arquivo. Não havia mais nada ali e as paredes haviam
sido despojadas de qualquer coisa que tenha sido pregada nelas. Depois que sua
esposa morreu, treinador Smith retirou qualquer e toda coisa que lhe lembrasse
dela. Desde aquele dia, ele sempre parecia cansado, como se não pudesse dormir
desde seu falecimento.
Sra. Smith tinha sido boa.
Tinha sido ela quem convenceu Erwin a contratar Jean e eu, disse que éramos
crianças boas que precisavam ser mostradas como as coisas eram feitas. Eu
gostava dela. Ela era sempre muito gentil conosco, nos trazendo jantar e
passando algum dinheiro extra quando o treinador não estava olhando.
Foi um dia triste quando ela
faleceu.
“Sente-se,” treinador Smith
disse, gesticulando para um assento em frente à sua escrivaninha. Depois que
sentei, ele começou com, “A graduação está bem na porta.”
“Eu sei.”
“Ainda planejando sair de
Shiganshina?”
“Sim.”
Ele baixou sua caneca na mesa
de trabalho. “Eu sei que não posso mudar sua opinião sobre isso, então
recentemente eu abri uma conta no banco em seu nome.”
Eu sacudi minha cabeça. “Não,
Treinador—”
“Foi ideia dela,” ele disse,
me cortando com um aceno da mão. “Ela tinha um fraco por você, e não é como se
eu fosse sentir falta do dinheiro. Não há nada que você possa fazer para me
convencer do contrário, então nos faça um favor e aceite.”
Eu queria discutir com ele,
mas decidi o contrário. Ele parecia bem pior hoje. “Okay. Eu aceito então.
Obrigado.”
“Não há de quê. Apesar do que
você possa pensar, eu me importo com você tanto quanto ela se importava. Ela
via algo bom em você, Levi, mesmo depois de todos os problemas que você causou
nessa cidade. Eu não conseguia ver o que ela via por muito tempo, mas depois de
um ano trabalhando com você, eu finalmente vejo.”
Essa conversa estava ficando
sentimental demais para mim. “Uh…obrigado, treinador.”
Ele sorriu. “Ah, tudo bem. Eu
posso ver que estou lhe deixando desconfortável, então vou deixar você ir. Mas
primeiro”—ele abriu a primeira gaveta da mesa dele, pegando suas chaves do
carro. Ele as jogou para mim—“vá abastecer meu carro.”
“Mas eu pensei que você tinha
acabado de abastecer.” Eu levantei meus olhos para ele, confuso.
O sorriso se alargou.
“Considere isso um presente de formatura. Vá dar uma volta essa noite.
Divirta-se com Jean e Petra.”
“Você
está me tirando agora, certo?” O carro dele era um Mercedes-Benz 190SL 1959
conversível. Você não acabou de deixar crianças idiotas como Jean e eu ar
uma volta com ele pela cidade. Você não deixa ninguém dar uma volta nele.
“Não, estou falando sério.
Vai em frente. Eu confio em você para não bater ele. Leve ele para o Pico de
Gayle, que eu não me importo.”
“As pessoas vão para o Pico
de Gayle para se agarrar.”
Ele me lançou um olhar. “Eu
não quero saber o que vocês garotos fazem esses dias, apenas vá logo e traga o
carro de volta ainda essa noite.”
Com uma expressão empolgada
que eu não podia segurar, eu agradeci a ele e fui para o lado de fora, onde o
carro dele estava estacionado. Parecia primitivo e legal pra caralho sentar lá.
Eu não podia acreditar que realmente iria dirigi-lo. Alguém precisava me
beliscar para me convencer de que era real.
Jean tinha me seguido para o
lado de fora, e quando ele viu o que eu estava segurando, o queixo dele caiu.
“Não!” ele disse. Eu assenti. “Sério?” Outro aceno. “ISSO! Vamos buscar a
Petra. Rápido.”
“Tenha cuidado,” eu instrui
enquanto abria a porta do motorista com veneração. Nós dois entramos ao mesmo
tempo. Uma vez estabelecido e confortável, eu disse “Acho que acabei de ficar
duro.”
“Eu também.”
Nós trocamos olhares, com
sorrisinhos como completos idiotas. Então eu iniciei o motor, e os
sorrisinhos viraram enormes sorrisos. Eu recuei o topo do carro, passei a
marcha, e saí dirigindo para a casa de Petra. Realizamos todo o
percurso fazendo gracinhas como tolos. Eu nem poderia imaginar como
devemos ter parecido: dois garotos idiotas em blusas vermelhas de trabalho dirigindo
por aí em um carro clássico.
Vinte minutos depois, nós
paramos na frente da casa da Petra e Jean não perdeu tempo em se inclinar sobre
mim para pressionar a buzina várias vezes. Quando a porta da frente de Petra
abriu, ele abriu bem os braços, mostrando o veículo no qual estávamos dentro.
Ela encarou por uns cinco minutos antes de se apressar para nos encontrar, um
sorriso tão grande quanto os nossos estampado no rosto.
“Esse é o carro do treinador
Smith?” Ela perguntou enquanto Jean a levantava para dentro do carro. “Oh, meu
Deus! É! Como vocês conseguiram convencê-lo de deixar vocês dirigirem? Espera,
vocês não roubaram ele, não é?”
“Não,” Jean disse, se
juntando a ela no banco de trás.
“Presente de formatura,” Eu
disse a ela. “Poder dirigir ele por aí por essa noite.”
Ela riu, passando o
braço por cima dos ombros de Jean. “Bem, para onde vamos?”
Eu batuquei meus dedos no
volante branco, mordendo meu lábio inferior, porque a única imagem que eu podia
conjurar era uma de brilhantes olhos verdes. Mas eu não estava a ponto de
confessar que eu queria convidar Eren, nem para mim mesmo. Ele estava
provavelmente sentado em casa nesse momento, perdendo uma noite de sábado. Isso
não importava. Nós não éramos amigos, e não iriamos ser.
Então por que eu não
conseguia tirar a cara estúpida dele da minha cabeça?
“Quer convidar o Eren?” Petra
perguntou como se lesse minha mente. “Ele não tem nenhum amigo, e eu aposto que
ele está solitário agora. Ele me disse essa manhã que a noite passada foi a
primeira vez que ele saiu com tantas pessoas.”
Jean
ponderou o assunto. “Qual é, Levi. Até eu me sinto mal pelo
garoto, e não aja como se não quisesse passar a noite com ele. Ele é seu verão
pessoal e tal.”
“Cala a maldita boca,” eu
disse. “Eu não gosto dele.” Eu não gostava. Me recusava.
“Que seja. Apenas vá
buscá-lo.”
Sem
dizer uma palavra, eu comecei a dirigir para a casa do Dr. Jaeger. Meu estômago
não se aquietava, torcendo e virando como se quisesse que eu percebesse alguma
coisa, mas não tinha nada o que perceber. Minhas palmas não estavam suadas. Meu coração não estava acelerando. E eu
definitivamente não estava ansioso para ver aquela cara idiota.
Assim que eu parei na casa
dele, meu estômago estava aceso com aborrecimento (borboletas). Eu fechei a
cara para nada em particular, e não dei atenção a Petra quando ela pulou
para fora do carro para correr até a porta da frente dele. Eu mantive meu olhar
fixo no volante, ignorando o som denunciante da cadeira de rodas dele sendo
empurrada pelo caminho até a calçada alguns minutos depois.
Quando a porta do passageiro
foi aberta, eu virei minha cabeça para ver Petra ajudando-o a se sentar.
“Oi, Levi!” ele disse quando
me notou olhando. Então seus olhos se arregalaram um pouco, sobrancelhas se
unindo. “O que aconteceu com seu rosto?” Ele estendeu a mão, mas rapidamente a
baixou para o lado do corpo.
“Não é nada,” eu expliquei.
Ele estava usando uma blusa
azul de baseball e calças jeans, mas eu vi que ele tinha lavado
meu casaco azul marinho e estava vestindo ele por cima de suas
roupas. Eu encarei isso por um tempo, considerando provocar sobre isso, mas não
pude proferir uma palavra de desafio, porque eu gostava que ele o estivesse
vestindo.
Eu acho que gostava disso um
pouquinho demais.
Eu bufei, enfurecido comigo
mesmo. O que infernos estava errado comigo?
“Estou surpreso por você não
ter pedido que eu lhe carregasse até aqui,” eu disse, soando amargo.
“Eu jurei, lembra?” Ele
repetiu o gesto, desenhando um X sobre o coração.
“Você poderia ter pedido ao
Jean.”
Àquilo, o citado cara-de-cavalo
se inclinou entre os bancos da frente. “Ah, mas eu acho que ele gosta mais de
você, Levi. Não é verdade, Eren?”
Eu esperei que Eren
gaguejasse alguma desculpa idiota, ou negasse isso completamente, mas ao invés
disso ele enrubesceu e começou a brincar com a alça de sua câmera fotográfica, que
estava em volta de seu pescoço. Depois de um tempo com Jean encarando-o
com expectativa, ele balbuciou, “Um”— ele me deu um olhar de esguelha, os olhos
perfurando os meus —“Eu gosto mais do Levi, é.”
Bem, eu estava oficialmente
fodido.
Notas da Autora:
Como
vocês provavelmente notaram, Jean fala bastante “bebê”. Mas eu vou lhes dizer
um segredinho: Ele apenas chama de bebê pessoas de quem ele é muito próximo.
Até agora, ele só chama o Levi e a Petra desse jeito. Então, veremos se ele vai
chamar mais alguém de bebê. :)
E mais, Levi é tão teimoso,
omg. Mas ele está caindo, e rápido. Como todos já sabíamos que ele iria.
Notas de Tradução:
§ “Juro por Deus” – Aqui, Levi
usa a expressão “Cross your heart and hope to die”, que significa “cruzo (ou
“faço um X”) meu coração e espero morrer”. Essa expressão é usada por crianças,
que fazem um x sobre o coração ao dizerem isso. É uma forma de promessa
equivalente ao nosso “Juro por Deus e que um raio caia na minha cabeça se
estiver mentindo”. Por esse motivo, o fato de Eren ter levado a sério e até
mesmo ter feito o gesto, é algo extremamente adorável.
Woooooooooooont to ficando apaixonado por essa fic...
ResponderExcluirgente ele tem que parar de ser tão fofo..
eu tenho ataques (fico insanamente feliz e besta) com pessoas focas assim...
bjs bjs bjs
P'Phil
Mto fofa e engraçada kkk
ResponderExcluirTa cada vez me deixando mais encantada 😉
ResponderExcluirSério morri de amores... Apaixonadissima por esses dois...
ResponderExcluirMuitoooooo fofooooossssss....
Obrigada por essa fic deliciosa....
linda essa fic. adorandooo.
ResponderExcluir" Bem, eu estava oficialmente fodido." Kkkkkkkk
ResponderExcluirAAAAAAAA eu explodo de amor por eles!! :333
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