Sim, ainda tinha o capítulo 5 pronto! Yay! \*O*/O que vocês estão achando de Perseguindo o Verão? Estão gostando? Já estão shippando esses dois? Espero que sim. *u* Eu shippo! Muito! heheheBeijos e até o próximo capítulo! o/
Lena Jaeger
Capítulo 5: Vamos dar uma chance
Lena Jaeger
Resumo:
Sim, tem uma chance de eu estar realmente apaixonado por você.
Notas da Autora:
Eu
estou surpresa com quantos comentários eu já recebi sobre essa fic. Isso me
pegou desprevenida, porque essa é a única fic que escrevi que eu joguei a
cautela pela janela. Eu estou escrevendo para mim mesma, e a sensação é
incrível, então estou feliz que vocês estejam curtindo tanto quanto eu. :)
Sete dias até que eu
supostamente deixasse Shiganshina. Todo dia tinha sido marcado no calendário
com grande esperança no futuro. Eu não mais estaria preso a essa cidade. Eu
estaria livre para fazer o que quisesse, para ir aonde ninguém saberia meu
nome. Eu esperava ansiosamente por isso há tanto tempo – a luz à distância que
me permitia rastejar adiante através da escuridão. Isso foi até eu conhecer o
Eren. Agora, toda vez que eu pensava em ir embora, eu pensava em como nunca
poderia vê-lo de novo ou ver aquele sorriso brilhante dele, ou aqueles olhos
arrebatadores. Como eu poderia ir embora?
Como eu poderia ficar?
Eu não tinha resposta para
nenhuma das duas perguntas.
Eu estava sentado na
biblioteca da escola ao lado de Jean, que fingia estar fazendo um trabalho que
a Sra. Brzenska nos dera no começo da aula. Mesmo que só faltasse mais uma
semana de escola, ela nunca nos dava folga alguma. O lema dela era: Pausas não
existem no caminho para o sucesso. Basicamente, ela era aquela professora de
ensino médio da qual você mal podia esperar para se ver livre.
Enquanto Jean resmungava
alguma coisa baixinho, eu deixei meus olhos vagarem para o garoto cuja cabeça
estava inclinada sobre um pequeno livro vermelho. Eren havia pressionado as
costas de sua cadeira de rodas contra uma grande estante na biblioteca. Ele
estava sentado bem à vista, apesar disso eu era o único que olhava na direção
dele. Eu observei as expressões dele mudarem enquanto lia. Em um momento ele parecia
intenso, pensativo, e no outro ele sorria e dava uma leve balançada na cabeça.
Eu gostava de tudo nele, o
que me fazia rosnar em derrota e deixar minha cabeça cair sobre meus braços
cruzados, porque eu não sabia o que fazer. Desde a noite que passamos no Pico
de Gayle, eu resolvi estudar o terreno. Eu tinha tentado (e falhado) flertar
com ele, o que me forçava a ver que eu era uma droga nisso. Sempre que ele
olhava para mim com aquelas drogas de lindos olhos dele, eu virava uma polpa
muda. Eu não conseguia pensar em nada. Meu cérebro mais ou menos marcava o
ponto do dia e dizia “Heh, foi mal cara, você está por conta própria.”
Cérebro estúpido e inútil.
“Eren está olhando pra você,”
disse Jean.
No segundo que minha cabeça
virou, a de Eren abaixou. Tinha sido assim pelos últimos dois dias. Nós
estávamos pisando em ovos um com o outro, porque não sabíamos como proceder com
isso. Petra me dissera que ele estava hesitante em iniciar qualquer coisa
porque eu estava saindo da cidade, então ele não queria se colocar à frente
apenas para ser rejeitado. De início, eu fiquei grato por isso, mas agora eu
não tinha tanta certeza. Eu não tinha certeza de mais nada.
Jean me acotovelou. “Vai
falar com ele.”
“Eu não sei como falar com
ele,” eu confessei.
“Pergunte a ele se ele vai
conosco esse fim de semana.”
No final de todo ano escolar,
o treinador Smith fazia algo para a turma de graduação. Geralmente ele fazia
isso na cidade, mas já que eu estava deixando Shiganshina depois que acabasse
esse ano escolar, ele decidiu levar todos nós para Trost, nos deixar vagar pela
cidade sob a supervisão dele, como um presente de despedida para mim.
“Ele provavelmente não vai”,
eu disse. “O pai dele é rigoroso sobre essa merda.”
“Você não entendeu o
principal. O que você deveria fazer era ir até lá e usar isso para desenrolar
uma conversa com ele. Então, vai logo.” Ele me empurrou para fora do meu
assento, e eu tropecei para o lado antes de recuperar meu equilibro. Eu lhe dei
um olhar, mas ele apenas acenou para que eu fosse em frente.
Por
um mísero momento, eu esqueci como andar, então as engrenagens no meu cérebro
recomeçaram a trabalhar e minhas pernas reanimaram (Ah, é assim que se faz. Sim, eu me lembro agora.). Eu
não conseguia tirar meus olhos de Eren enquanto me aproximava dele. Ele ainda
estava olhando para baixo para o livro que segurava, mas eu podia dizer, pelo
pequeno sorriso no rosto dele, que ele não estava mais lendo. O que ele
esperava que eu dissesse? O que ele queria que eu
dissesse?
Quando eu estava de pé na frente
dele, eu disse “Hey, Eren.” Mesmo dizer o nome dele fazia algo dentro de mim
ganhar vida, todas as terminações nervosas do meu corpo acordando.
“Oi, Levi”, ele respondeu,
fechando o livro casualmente. “Você está aqui porque seu professor não
sabe mais o que fazer para aula também?”
Eu balancei minha cabeça.
“Não. Nós temos um trabalho para o fim do dia e precisávamos usar os
computadores.”
“Mesmo?” Ele baixou seu livro
no colo, abrindo os dedos sobre a capa. “Ignorou” (N/T: ele se refere a ignorar
o trabalho).
“Eu já terminei”.
Ele levantou uma sobrancelha,
parecendo meio chocado. “Você é bem diferente do que eu pensei que seria”.
“Desapontado?”
“Nem um pouco,” ele disse,
olhando para cima para mim com olhos emoldurados por cílios incrivelmente
longos. “Eu só estou surpreso, mas definitivamente não desapontado”. Uma emoção
que eu não podia identificar passou pelo rosto dele por meio segundo, mas o
mero sinal disso deixou meus joelhos fracos.
Droga. Onde tinha uma cadeira
quando você precisava de uma? Minhas pernas eram gelatina.
“Então”, eu comecei, minha
voz áspera. “Você vai para Trost esse fim de semana?”
“Eu vou, na verdade”.
O
que? O que?
Eu pensei que eu teria todo o
fim de semana para mim mesmo. Dois dias para classificar esses sentimentos,
para tentar entendê-los, mas agora ele viria junto e eu não teria o espaço que
eu precisava. Ele estaria lá com seu sorriso quebra-corações e sua repentina e
obstinada confiança que partia minha alma, porque eu não podia lidar com isso
quando ele direcionava a atenção dele para mim. Era demais. Não era perto de
suficiente. Eu queria mais.
Merda!
“Petra convenceu meu pai”,
Eren disse, inconsciente de meu conflito interno. “Ela conseguiu fazer o
treinador Smith ligar pra ele e eles conversaram sobre o que fazer no caso de
uma emergência. Depois disso, meu pai ficou bem quanto a ida. Ele ainda está
preocupado, é claro, mas eu sei que nada de errado vai acontecer. Eu não sou
tão frágil assim”.
“É”.
Ele colocou o livro de volta
na prateleira, virando a cadeira de rodas de modo que ficasse de frente pra
mim. “Hum, Levi?”
“Sim?”
“Não incomoda você que eu
esteja indo, certo?” ele perguntou. “É só que você tem agido estranho perto de
mim desde o último fim de semana, e eu acho que é por causa de como eu estava
agindo na noite que fomos pro Pico de Gayle. Eu sinto muito se eu lhe fiz se
sentir desconfortável de alguma forma. Eu prometo que não vou fazer isso de
novo. Eu só – desculpa”. Ele ficou em silêncio, baixando os olhos para olhar
para as mãos no seu colo.
Sem qualquer pensamento ou
controle sobre meu corpo, eu me inclinei e passei a ponta dos meus dedos sobre
o queixo dele, levantando a cabeça dele de volta para que eu pudesse olhar nos
olhos dele. “Eu não me importei com o jeito que você agiu aquela noite.”
Ele lambeu seu lábio
inferior, um tom escuro de rosa se espalhando pelas bochechas dele. Ele abriu a
boca para dizer alguma coisa, se inclinando mais perto, o cheiro dele me
envolvendo fazendo minha cabeça ficar confusa…
“Sr. Ackerman”, A Sra.
Brzenska chamou de trás de mim. Eu me virei apressado, vendo ela de pé a alguns
passos de distância de nós com as mãos nos quadris. Ela me olhava por cima dos
aros de seus óculos. “Eu não lembro do trabalho requerer qualquer pessoa papear
entre amigos”.
“Mas eu terminei”, eu disse
sem pensar.
A sobrancelha dela se contraiu.
“Sr. Ackerman, volte para o seu lugar”.
“Tudo bem”. Eu me voltei para
Eren. “Petra vai lhe levar para casa hoje, não vai?” Ele acenou. “Me encontre
na cafeteria depois do sexto período, então”.
“Okay,” ele disse, sorrindo.
Alguém gritou, “Vai, Levi”
(pareceu ser o Connie), mas isso era nada além de ruído branco no fundo, porque
toda a minha atenção estava em Eren, que tinha esse brilho sonhador nos olhos.
Eu acho que usaria o conselho
do Jean e dar uma chance, porque eu queria Eren de todas as formas possíveis.
(x)
Quando o último sino tocou eu
estava de pé e fora da sala de aula antes de qualquer um. Eu me apressei pelo
largo corredor que levava às portas duplas da frente e ignorei qualquer olhar
questionador que era lançado em minha direção. As pessoas a minha volta não
eram nada além de borrões cinzentos na minha visão periférica, assim como era o
céu nublado e o prédio de tijolos vermelhos que passei. Nada era vibrante ou
chamava atenção até eu ver Eren esperando na frente da cafeteria - um pacote de
cores ricas e calorosas que tinham se juntado para forma-lo.
Ele estava todo agasalhado em
um casaco verde-exército que era grande demais para ele, as mangas cobrindo
suas mãos que estavam aninhadas em seu colo. Tudo o que eu podia ver além do
material pesado do casado eram suas bochechas rosadas e o nariz ainda mais
rosado que tinha sido beliscado pelo vento frio. O cabelo dele era nada mais
que uma moita marrom no topo de sua cabeça, emoldurando seu rosto fino e
destacando os vários tons diferentes de verde em seus olhos. Ele parecia uma
pintura e, naquele momento, eu queria tocá-lo desesperadamente para ter certeza
que ele estava ali na minha frente, que ele era real e não uma invenção da
minha imaginação.
“Estamos em Maio”, ele disse
com um bico quando me viu, completamente inocente do modo que ele me fazia
sentir. “Como pode estar tão frio?”
Eu andei até sua cadeira de
rodas, a necessidade de tocá-lo ainda pulsando em minhas veias. “Quer entrar e
esperar pela Petra? Ela geralmente ajuda no escritório depois da escola. Eu
poderia filar algum café para nós”.
“Eu voto no café”, ele
ressoou. “Vamos”. Ele não se mexeu. Então ele olhou para mim com um sorriso
tímido. “Levi, hum, você acha que poderia me empurrar? Minhas mãos estão muito
frias”.
Eu agarrei os punhos da
cadeira e o virei antes de começar a empurrá-lo. Nós voltamos para o prédio,
onde estava um pouco mais quente que o lado de fora. Todos que passavam por nós
no corredor olhavam para nós como se tivéssemos algo escrito em negrito em
nossas testas. Eu ignorei todos eles, mas eu podia dizer que Eren se sentia um
pouco incomodado com essa atenção repentina.
“Ignore eles”, eu falei alto
o suficiente para Annie, Reiner e Bertold escutarem. Eles estavam conversando
em frente ao escritório, mantendo seus olhos em nós. “Eles não têm nada melhor
para fazer com suas vidas”.
Annie não reagiu às minhas
palavras. Reiner riu um pouco. Bertold virou sua cabeça para o outro lado
imediatamente.
Empurrando
a porta que tinha ESCRITÓRIO estampado na frente, eu empurrei Eren para dentro
da sala de tamanho médio, cheirando ao doce aroma de café sendo preparado. Eren
inclinou a cabeça para trás, farejando o ar como se fosse um cachorro. Se ele
fosse qualquer outra pessoa, eu o teria chamado disso, mas era ele e, quando
ele virou a cabeça para sorrir para mim como se receber café fosse a melhor
coisa no mundo todo, eu decidi que não importava como ele agia eu ainda o
acharia imperdoavelmente adorável.
Enquanto eu estacionava a
cadeira de rodas dele ao lado da mesa da frente, Petra veio da sala dos fundos.
“Oi rapazes!” ela disse quando nos viu. “Eu estou quase terminando aqui. Talvez
mais uns quinze minutos”.
“Café”, Eren disse, como se
falando aquela única palavra pudesse lhe garantir qualquer coisa que quisesse.
“Eu acho que posso apanhar um
copo pra você”. Ela piscou para ele.
Petra ia se virar, mas Eren
perguntou, “Você pode trazer um copo pro Levi também? Ele quer um pouco. Certo,
Levi?” Ele olhou para mim e puxou a ponta do meu casaco.
Eu não podia aguentar isso. A
fofura dele estava em capacidade máxima. Ele estava tentando me dar um ataque
cardíaco na tenra idade de dezessete anos?
“É”, eu resmunguei, limpando
minha garganta depois. “Obrigado, Petra”.
“É, obrigado!” Eren
adicionou.
Quando ela desapareceu dentro
do quarto dos fundos de novo, ele puxou para cima as mangas do seu casaco para
esfregar suas mãos como se elas fossem duas varetas que ele estivesse tentando
inflamar. Ele fez isso de novo e de novo, fazendo sonzinhos de frustração
quando ele descobriu que não podia aquecê-las daquele jeito. Depois de uma
última tentativa (ele parecia tão determinado), ele desistiu com um suspiro
pesado.
Antes que eu pudesse mudar de
ideia, ou desmaiar de insuficiência cardíaca, eu me ajoelhei para que ficasse
cara a cara com ele. Os olhos dele não me deixaram nenhuma vez enquanto eu
estendi e peguei as mãos dele nas minhas. A pele dele estava fria, mas macia, e
quando eu comecei a esfregar círculos nas palmas dele, ele se inclinou para
frente, sua testa tocando a minha.
Tudo pareceu desacelerar e
desaparecer de uma vez, como se não tivesse mais ninguém no mundo além de nós
dois: sentados ali aquecendo as mãos um do outro, no escritório de uma escola
velha e acabada que cheirava a café, livros recém abertos e perfume de mulher.
Nós ainda estávamos assim
quando Petra veio alguns minutos depois trazendo dois copos plásticos, mas,
diferente de Jean, ela não disse nada que me humilharia completamente. Ela
apenas andou para onde estávamos e nos entregou o café que ela tinha passado sem
dúvida sorrateiramente pela recepcionista.
“Prontos pra ir?” ela
perguntou.
“Eu me levantei, copo na mão.
“Sim. Jean provavelmente já está esperando na caminhonete”.
Petra me contornou e começou
a empurrar Eren para fora do escritório. Ele estava bebericando seu café
alegremente, mas quando eu fiquei um pouco atrás deles, ele virou a cabeça para
me espiar e disse, “Acompanha”.
Eu acelerei meu passo até
estar do lado dele. Então eu me atrevi a perguntar, “Me quer ao seu lado, é
isso?”
Ele sorriu, e eu sabia que
ele estava a ponto de ter um naqueles momentos onde todo traço de timidez
desaparecia para a confiança, então eu comecei a me preparar mentalmente para o
que quer que ele estivesse planejando fazer. Mas quando a mão dele disparou
para cobrir a minha, minha respiração ficou presa na garganta e uma agitação de
borboletas irrompeu em meu estômago. “Na verdade, eu realmente quero você do
meu lado”, ele admitiu, e eu quase tropecei porque meu corpo virou gosma, mas
ele simplesmente continuou me puxando com ele.
Uma vez que estávamos fora, o
ar frio e seco resfriou minha pele quente. Eu dei uma profunda
inspiração que não ajudou em nada a acalmar meu coração instável, porque
Eren ainda estava segurando minha mão, os dedos dele deslizando entre os meus –
um encaixe perfeito.
Enquanto
contornávamos o canto do prédio em direção ao estacionamento, eu vi que Jean estava esperando
na caminhonete da Petra. Ele parecia com uma bola de pelos prestes a explodir
ao mínimo toque; seus cabelos castanho-acinzentado para cima como se ele
tivesse passado os dedos por eles diversas vezes. Quando os olhos dele
aterrissaram em nós, ele anunciou, “Minha bunda é um bloco de gelo!”
“Não exagera”, Petra disse.
Ele estreitou os olhos, um
sorriso cínico levantando os cantos dos lábios dele. “Vem sentir e você vai ver
que eu não estou exagerando. Aqui. Eu vou até lhe ajudar”. Ele se virou e em um
rápido movimento ele baixou suas calças e boxers, nos mostrando seu traseiro em
plena luz do dia.
“AH
MEU DEUS!” Petra gritou, cobrindo seus olhos com as mãos. “Meus olhos não podem
desver isso!”
Jean olhou para nós por cima
do ombro. “Marquem isso na memória.”
“Eu
não preciso”, eu disse a ele. “Isso tá queimado na minha
memória”.
“Bom”. Ele manteve suas
calças abaixadas por mais alguns segundos antes de levantá-las. “Agora que
minha bunda tá congelada, vamos dar o fora daqui. Ei espera, isso é café?”
Eu entreguei o copo a ele.
“Aqui, toma. Eu não acho que poderia beber qualquer coisa marrom depois de ver
sua bunda”.
“Estou ofendido”, ele disse
fingindo mágoa. “Agora coloque o Eren no carro para que todos possamos nos
amontoar lá dentro.”
Normalmente eu era bem
inflexível quanto a Jean sentando em meu colo, já que não tinha espaço
suficiente na caminhonete para todos nós sentarmos. Eu não queria me arriscar
com Eren sentando em mim, porque eu tinha certeza que minhas extremidades
baixas pulariam com a oportunidade, se você entende o que quero dizer. Mas hoje
eu decidi arriscar.
“Só entra”, eu disse.
Jean me fitou, viu a
expressão de entra-logo-na-porra-do-carro no meu rosto e pulou pra dentro sem
mais perguntas.
Eu tentei parecer
completamente tranquilo, mas quando eu subi atrás dele comecei a me arrepender
da minha decisão imprudente. Principalmente quando Eren ficou de pé sem nenhuma
ajuda e se fez confortável em meu colo. Eu fiquei rígido debaixo dele, minhas
mãos se curvando em punhos do lado de minhas pernas.
Porra! O traseiro dele era
morno e macio, e eu queria…
Não! Não. Não pense no traseiro dele. Não faça isso.
Merda.
Como eu poderia não pensar no
traseiro dele? Ele estava pressionado bem sobre minha virilha.
Mande ajuda. Eu preciso.
“Então Eren”, Petra disse
enquanto pulava para o assento do motorista, “Você precisa estar logo em casa?
Eu estou meio faminta e eu estava planejando pedir alguma pizza, então eu
estava me perguntando se você queria vir pra minha casa por um tempo”.
Eren se remexeu para se
arrumar, o traseiro dele roçando contra mim todo o tempo, me fazendo morder bem
forte a parte de dentro da minha bochecha para impedir a mim mesmo de ter uma
ereção. Porque eu fui estúpido o suficiente de acreditar que isso funcionaria
de algum outro jeito?
Ah, Deus, ajuda.
“Meu pai trabalha até tarde
essa noite”, Eren disse depois de achar uma posição confortável, “então eu
posso ir pra pizza”.
Petra girou a chave na
ignição, o motor rugindo para a vida. “Okay, isso é ótimo. Vamos andando. Eu
sinto como se não comesse há anos”.
Nós mal chagáramos na estrada
principal quando Jean ligou o rádio e uma música movimentada preencheu a cabine
da caminhonete. A letra soava sem nexo para mim, porque eu não conseguia ouvir
nada além da batida frenética do meu coração. Jean parecia estar curtindo meu
desconforto, porque ele se inclinou para trás e moveu a boca, “Passe seus
braços em volta dele”.
Eu o despachei com um aceno
de mão, feliz que Eren estava prestando mais atenção em alguma coisa na mochila
dele do que em mim. “Não”, eu movi minha boca em retorno, mas perdi minha linha
de raciocínio quando Eren de repente agarrou minha mão e a levantou ao nível
dos olhos.
“Eu gosto das suas mãos”, ele
disse virando-a para cima e para baixo, examinando-a de todos os ângulos. “Você
tem a pele realmente clara, então pode-se ver bem suas veias. Isso me faz
querer desenhá-las”.
Olhando para a minha mão que
ele segurava, eu tentei ver o que ele via, mas não tinha nada de especial nela.
Ela era fina e pálida, meus dedos longos e ossudos sobressaindo como se minha
mão fosse pular de um monte de terra a qualquer momento, como aqueles zumbis
estúpidos que insistiam em se arrastar para fora de suas covas.
“Elas não são tudo isso”, eu
disse, usando minha mão livre para cutucá-lo no lado do corpo. Ele se curvou em
uma bola.
Jean observou isso com
divertimento nos olhos. “O que é você, um tatu-bola?”
“Não”,
Eren retorquiu. “Eu sou um Eren-bola*”. Ele riu um pouquinho
demais da própria piada, e depois de um tempo, ele cobriu a boca dele em uma
tentativa de parar, mas isso não funcionou de qualquer jeito.
Ele era tão fofo. Droga.
“Como você começou a
desenhar?” Petra perguntou do nada.
Eren deu uma inspirada para
se restabelecer um pouco. “Eu tinha muito tempo nas mãos. Meu pai não me
deixava sair, então o tédio levou a melhor sobre mim. Começou quando eu quis
desenhar uma flor que minha mãe costumava gostar e então isso continuou daí”.
“O que aconteceu com a sua
mãe?” Jean perguntou, e eu deu uma forte porrada no braço dele, porque você não
vai simplesmente e pergunta essas coisas. “Merda! Eu só estava me perguntando.
Caramba”.
“Não, tudo bem”, Eren disse.
“Ela morreu quando eu tinha dez anos de câncer no ovário”. Ele virou a cabeça
para olhar pela janela, ainda brincando com meus dedos. “Eu me pareço
exatamente com ela”.
Eu passei meus dedos sobre os
dele e senti o tremor que passou por ele. “Então ela era linda”.
Por um longo tempo, Eren não
disse nada e eu pensei que tinha mordido mais do que podia mastigar, mas então
ele se inclinou para trás e descansou a cabeça no meu ombro. Ele entrelaçou os
dedos com os meus sem pensar e puxou meu braço ao redor da cintura dele. Eu
juro que quase morri, porque ele estava tão próximo, e quente e tentador, mas
quando ele soltou um pequeno suspiro de satisfação eu relaxei e cuidadosamente
(tão cuidadosamente) passei meu outro braço pela cintura dele.
Os olhos de Jean dispararam
do meu rosto para os meus braços e de volta pro meu rosto, mas
surpreendentemente ele não disse nada. Ele apenas me fez um sinal afirmativo
com o polegar quando Eren não estava olhando. Petra sorriu e fez o mesmo.
Eu sorri de volta porque eu
não pude evitar. Parecia que eu estava andando nas nuvens.
Pelo
resto da viagem, Eren ficou aconchegado de encontro a mim. Em um ponto, ele até
virou a cabeça para enterrar a testa contra o meu pescoço. Ele fez um som
sussurrante, balbuciando algo sobre como eu cheirava bem. Eu queria dizer o
mesmo a ele, mas não conseguia encontrar minha voz. Ela sumiu como se nunca
tivesse existido, todas as palavras da língua portuguesa* me deixando num piscar de olhos.
Uma vez que chegamos a casa
de Petra, ela e Jean se remexeram para fora do carro como se estivessem numa
corrida. Enquanto eles desapareciam pela porta da frente, Eren levantou nossos
dedos entrelaçados para observá-los. “Mais uma semana”, ele disse soando como
se estivesse falando mais para si mesmo do que para mim. Ele suspirou. “Nós
deveríamos entrar”.
Eu sabia que ele estava
falando da uma semana que eu tinha faltando aqui nessa cidade, e que ele estava
provavelmente se perguntando porque nós estávamos começando isso quando eu
estava tão perto de ir embora, mas eu não queria que ele pensasse aquilo. Eu
não queria que ele acreditasse que eu simplesmente me levantaria e iria embora
depois disso, porque eu não iria. De repente, isso ficou muito claro pra mim.
Eu queria ficar, eu queria tentar esse relacionamento com ele para ver aonde
iria.
“Eu não acho que eu vá embora
em uma semana”, eu sussurrei.
Ele se sentou ereto e se
virou para olhar para mim. “Eu pensei que você realmente queria ir”.
“Eu queria”.
“Então? Por que você
ficaria?”
Porque eu gosto de você. Eu gosto de você mais do que eu pensei
que fosse possível gostar de alguém. “Eu encontrei uma razão para ficar”, eu disse.
Ele fez contato visual, me
encarou por um longo período de tempo, e então se inclinou para me beijar na
bochecha. Foi rápido, apenas um leve roçar dos lábios dele contra minha pele,
mas isso enviou um choque subindo pela minha espinha e eu tinha certeza que eu
parecia ter tomado um golpe de êxtase, porque Eren deu uma risadinha e
pressionou outro beijo na minha bochecha, mais perto da minha boca.
Depois disso, eu pisei fora
da caminhonete com ele nos meus braços (ele ficou um pouco chateado por eu ter
feito ele quebrar o juramento-por-Deus dele). Eu não estava nem um pouco
chateado. Ele estava se agarrando em mim, descansando a cabeça no meu ombro
enquanto ele arranhava levemente o cabelo raspado logo acima do meu pescoço.
É, eu podia me acostumar com
isso. Era bom, confortável.
Eu subi o caminho de pedra
entrando na casa, e então fiz meu trajeto para a sala de estar, onde eu sentei
ele bem no centro do sofá. Ele não liberou seu abraço de mim, no entanto,
basicamente me puxando para baixo ao lado dele. Eu não me importei,
especialmente quando ele continuou a brincar com meu cabelo, o que me fez
querer me enrolar no colo dele como um gato.
“Eu já pedi a pizza”, Petra
disse enquanto entrava na sala de estar. “Mas o seu pai acabou de ligar, Eren,
e pediu para eu ir buscar seu cilindro de oxigênio”.
Eren fez uma careta. “Mas eu
me sinto bem”. Ele respirou fundo para provar o que dizia, mas então ele
agarrou o peito. “Ignore isso. Isso é perfeitamente normal”.
Eu lancei a ele um olhar de
esguelha. “Não é grande coisa. Sua casa nem é longe”.
“É, não tem problema”, Petra
o tranquilizou. “Eu estarei de volta logo, logo”.
“Okay”, Eren disse em uma voz
baixa.
Eu lancei meu braço sobre os
ombros dele, puxando-o para mais perto de mim. “Está bem. Nem se preocupe com
isso”.
Jean fez seu caminho até a
sala, um biscoito de chocolate preso entre os dentes. “O que tá acontecendo?”
Ele perguntou ainda com o biscoito na boca.
“Eu vou buscar o cilindro de
oxigênio do Eren”, Petra o informou. “Quer vir?”
Ele mordeu enchendo a boca.
“É, okay”. Ele remexeu as sobrancelhas para mim sugestivamente, mas eu escolhi
ignorá-lo.
Depois de eles terem saído da
casa, Jean mastigando seu biscoito como a droga de um cavalo o tempo todo, Eren
e eu ficamos sentados e ouvimos a caminhonete dar a partida e sair de ré da
garagem. Quando tudo o que podíamos ouvir era o som da nossa própria
respiração, nós nos viramos e olhamos um para o outro, e nós sabíamos, sem
sombra de dúvida, que alguma coisa tinha mudado entre nós.
Alguma coisa tinha sido
colocada em movimento e eu estava mais feliz e mais vivo e mais amedrontado do
que eu já estivera antes na minha vida.
Notas da
Autora:
Eu nem consigo explicar para
vocês o quanto eu já amo esses personagens. Eu estou apenas no quinto capítulo,
e eu já sinto essa conexão com eles. Isso me deixa feliz.
Falando da frequência que
atualizo, já que me perguntaram diversas vezes. Eu geralmente não demoro mais
que uma semana, e as vezes até menos que isso, mas ultimamente eu tenho entrado
e saído do hospital com alguns problemas de pulmão (que foi como eu tive essa
ideia, na verdade), então eu tenho demorado um pouco mais. Espero que vocês
entendam.
E como sempre, obrigada por
ler, pelos comentários que vocês me deixam e pelos kudos. Eu agradeço por tudo
isso. ♡
- Eren-bola:
Aqui o Eren fez um trocadilho que fica um pouco melhor em inglês. A palavra em
inglês para tatu é armadillo, então Eren só trocou o início
da palavra pelo nome dele, mas como não dá pra encaixar Eren em tatu, obviamente, eu coloquei do
jeito que vocês leram. ;)
– Portuguesa: No original, obviamente [2], ele diz língua inglesa, mas troquei pra condizer com o texto (em português). XD
– Portuguesa: No original, obviamente [2], ele diz língua inglesa, mas troquei pra condizer com o texto (em português). XD
Simplesmente amandooooooo esses dois❤❤❤❤❤
ResponderExcluirJa fiquei viciada
ResponderExcluirEstou adorando a fic, divertida, muito bem escrita!
ResponderExcluirlindos esses dois.
ResponderExcluirAmamdo.💗💗💗💗💗
ResponderExcluirÉ Trish seu nome ? Gargalhei muito quando Levi disse que ia ter um ataque cardíaco, com apenas 17 anos .kkkkkkkk
ResponderExcluir