Voltei! \o/
Hoje é um capítulo de Chasing Summer. *u* Espero que gostem. =)

Compartilharam nos comentários um link para assistir Yan Dai Xie Jie No.10 legendado em português - AQUI. Obrigada por compartilhar! ^^/

Beijos,         
Lena.


"Você estava se escondendo
Da inocência
Nas montanhas onde caem flores de cerejeira
Era o amor tão puro e silencioso
Que seu coração não se atreveu a aceitar o chamado
Nós teríamos dançado cada dança
Até não haver mais distância
Entre o alvorecer e a porta dos céus
Você teria se afogado na certeza
De que a eternidade havia sido nossa
Muito, muito tempo atrás."
(Retirado do Ig da Trish @Levi.Eren_)


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Capítulo 19: Nossa canção de desespero.



Resumo:
Ah, eu lhe imploro: posso seguir?
Ah, eu lhe pergunto: por que não sempre?
Seja o oceano, onde eu deságuo
Seja meu único, seja a água onde eu avanço [1]


Notas da Autora:
Eu prometi um capítulo feliz e louco, mas acabei escrevendo um triste e complicado. Eu jogo a culpa disso no fato de minha saúde ter dado uma volta para pior nas últimas semanas, então eu tenho estado bem infeliz.
Mas não vamos ficar tristes. Para notícias felizes: Eu recebi uma fanart que fez meu dia, vocês podem visualiza-la aqui.
Agora vão ler. :)
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Sempre que eu olhava para o Eren, eu me doía com o peso da minha esperança. Eu queria fazer o impossível para ele, dobrar o tempo e o espaço. Apesar de eu não ter os meios para mudar desenlace do futuro dele, eu podia ajuda-lo a completar as coisas que ele queria fazer no presente. Esse seria meu presente para ele, até o fim.
Então, sexo em um local público. Quando eu apontei isso para ele na traseira da caminhonete, as palavras uma memória de desejo inclinada em um pedaço de papel amarrotado, eu pensei que seria fácil de fazer, algo que aconteceria exatamente do jeito que eu tinha em mente. Porém, quando que a realidade era como em seus sonhos? A realidade era fazer as coisas no momento, sem planejamento e embaraçoso. Era Eren sorrindo enquanto ele me guiava para dentro de um quarto escuro em algum lugar do albergue em que estávamos ficando. Era uma batida incerta do meu coração e estar perdido com o desejo – sempre o desejo.
“Se nós formos pegos,” Eren começou, segurando meus quadris e me empurrando com força contra a parede, “Eu não vou parar.”
Eu engoli e minha voz soou rouca quando falei com ele, “Quem disse que você vai comandar?”
O sorriso que se espalhou pelo rosto dele fez meus joelhos enfraquecerem. “Você quer ser ativo? Então tome o controle.”
Droga. Ele seria meu fim.
Quando o assunto era força física, eu ganhava dele. Eu podia facilmente joga-lo por cima do meu ombro e fazê-lo engolir suas palavras, mas ele era aquela uma pessoa que eu deixaria alegremente tomar controle de mim. Mas de novo, a pele dele estava quente contra minha mão, atraente e tentadora demais para deixar passar. Eu troquei nossas posições com facilidade, desejando pelo desenrolar desse momento, mas ele colocou a mão no meu peito me mantendo em espera.
“Me conte sobre suas fantasias,” ele sussurrou no meu ouvido. Havia iluminação da rua suficiente passando por uma janela suja a nossa direita para eu ser capaz de ver os dedos dele que estavam abrindo o botão de seu jeans. A luz, opaca e nublada, dava um efeito turvo a eles no quarto escuro. “Eu quero fazê-las reais.”
Eu fiz contato visual com ele. Fantasias não eram nada comparado a estar aqui com ele. “Nada dessas coisas importa. Isso” –Eu coloquei meus dedos médio e indicador nos lábios dele—“é real, e é melhor do que qualquer fantasia que eu pudesse ter.”
“Então me diga das fantasias que você teve comigo.” A mão dele mergulhou sob a faixa de sua boxer e seus olhos se fecharam apertados. “Ou você vai me fazer adivinhar?”
Por um longo momento, eu não pude encontrar as palavras para dizer a ele que o que ele estava fazendo naquele momento era perfeito. Eu podia ficar ali de pé e olha-lo pelo resto da noite. Eu estava intoxicado com a emoção lenta e imprevisível fluindo pelas minhas veias. E quando ele teve um vislumbre de minha expressão, um olhar conhecedor cruzou seu rosto. Com Eren, era melhor esperar o inesperado, mas eu ainda fui pego de surpresa quando ele me empurrou com força suficiente para me fazer tropeçar alguns passos para trás.
Quando eu recobrei meu equilíbrio, ele perguntou, “Você gosta de assistir eu me tocando?” Ele inclinou a cabeça para trás contra a parede, a boca se abrindo em um suspiro pesado quando ele começou a se acariciar, a mão dando uma volta lenta logo abaixo da ponta.
“Você ainda precisa perguntar?” Eu gesticulei para o volume bem evidente em minhas calças. Minhas entranhas se contorceram ferozmente quando a língua dele saiu para molhar seu lábio inferior, os olhos me devorando onde eu estava. Eu queria toca-lo desesperadamente. Até agora, eu sempre fui cuidadoso, tratando ele como se fosse algo frágil, quebrável, mas, nesse momento, eu queria cruzar aquela linha invisível que eu colocara para mim mesmo.
Ele olhou para mim através de olhos semicerrados. “Eu quero ouvir você dizer.”
Me impressionava como ele podia ser tão franco, mesmo nesse tipo de situação. Eu o invejava por ser capaz de não se restringir em nada. Mesmo que ele me conhecesse melhor do que qualquer outro, eu ainda estava hesitante em mostrar a ele algumas partes de mim, porque eu as tinha mantido escondidas por tanto tempo. Porém eu percebi, enquanto os olhos dele encontravam os meus, que ele estava confiando a mim esse lado dele, então eu decidi fazer o mesmo.
Me aproximando dele, eu segurei o queixo dele entra polegar e indicador, deixando de lado toda a hesitação que eu sentira um minuto atrás. Eu olhei nos olhos dele e disse, “Eu gosto de ver você se tocando para mim.”
Eren estremeceu soltando um gemido entrecortado, passando a perna dele em volta de minha cintura. O joelho dele empurrou minha camisa para cima, o jeans áspero contra minha pele nua enquanto ele jogou a cabeça para trás. “Me toque.”
Eu segurei a calça jeans dele e a boxer, deslizando-as pelas pernas dele para baixo até elas se agruparem aos pés dele. Ele pisou para fora delas e, então, eu passei minha mão por baixo do joelho dele, levantando sua perna para colocá-la em volta da minha cintura de novo. “Diga onde você quer que eu lhe toque.” Eu me inclinei para mais perto, roçando o lóbulo da orelha dele quando adicionei, em uma voz baixa, “Seja específico.”
No tempo que ele levou para alcançar meu bolso da frente para pegar o lubrificante, que ele havia se certificado que eu pegasse antes de sair do nosso quarto, eu tive uma epifania: Minha vida podia consistir de momentos assim, mas ela não seria desse jeito, seria? Eu via um futuro que eu nunca teria se desenrolar diante de mim. Eu via milhares de beijos que eu nunca conseguiria experimentar, milhares de toques que foram tirados de mim muito antes que eles pudessem se manifestar na minha realidade. Eu via Eren, belo e forte, desaparecendo na inexistência, porque a vida era cruel e injusta.
A vida lhe oferecia tudo, só para lhe tirar tudo dia após dia.
Eu de repente lembrei de uma citação que ele havia escrito no sketchbook que ele havia me dado no nosso aniversário, próxima a uma flor murchando que ele desenhara. Ela rodou em minha cabeça como uma promessa dita em sussurros apologéticos: “Porque naquele momento que você terá ido tão longe, eu vagarei como num labirinto por toda a terra, perguntando ‘Você vai voltar? Você vai me deixar aqui, morrendo?’ ”
“Eren,” eu sussurrei, puxando-o para mais perto de mim. Como podia algo tão real, tão sólido em meus braços, já ter partido?
Como eu podia me agarrar a algo que estava desaparecendo a cada segundo que passava?
Então, eu disse a ele a verdade. Era tudo o que eu podia fazer, porque mesmo momentos como esse eram tingidos com uma tristeza inesquecível.
“Você é minha maior fantasia,” eu disse.

(x)

Eu me senti culpado enquanto caminhávamos de volta para nosso quarto de hotel. Eren queria algo aventuroso – uma cena saída direto de um filme – mas eu não fora capaz de dar isso a ele. Eu havia sido suave e brando, minhas emoções derramando de mim com cada beijo que dividimos naquele quarto escuro. Eu não sabia como fazer essa dor dentro de mim parar. Mas, o pior de tudo, eu não sabia mais como escondê-la dele. Parecia que eu estava morrendo junto com ele, mas eu seria deixado para trás.
Por que ele estava indo para onde eu não podia seguir?
Nosso quarto de hotel parecia impossivelmente pequeno enquanto eu empurrava a porta que dava para ele, sobrecarregado com todas as coisas que eu queria dizer para ele, mas não sabia como. Eu estava sempre lutando para encontrar as palavras certas que diriam a ele exatamente como eu me sentia. Por uma vez, por que essas coisas não podiam vir fácil para mim? Por que era sempre tão difícil converter meus pensamentos em frases?
Eu me demorei à porta enquanto Eren andou para a cama queen size. Ele colocou sua cânula sobre a cabeceira e, então, sentou-se na beira no colchão. Eu fiquei ali observando-o desamarrar seus sapatos. Então eu levantei meu olhar para o rosto dele, tentando ver o que havia na expressão dele, mas ele não parecia irritado. Ele estava ostentando o menor dos sorrisos, e ver isso fez algo engraçado com meu coração.
“Me desculpa,” eu disse.
Ele levantou os olhos para olhar para mim de cabeça erguida, mas ele não falou imediatamente. Ele cruzou as pernas, as meias cinzas de tricô desaparecendo sob seus jeans. “Pelo que?”
“Por estragar tudo.”
“É isso que você pensa?” ele perguntou, batendo no lugar vazio ao lado dele. “Vem aqui. Deixe-me apagar qualquer dúvida que você tenha.”
Como uma criança pequena, eu andei para a cama com minha cabeça baixa. Eu sentei ao lado dele, notando grandes manchas pretas no carpete bege, mas, então, ele se virou até encarando meu lado e minha atenção imediatamente estava nele. Ele cheirava à loção com perfume de maçã da Petra, que ficava com um cheiro muito melhor nele do que ficava nela. Então, de novo, eu era parcial.
“Você está triste,” ele começou, passando os braços em volta de minha cintura. “Eu não estou com raiva de você por causa disso, Levi.”
Eu grunhi de frustração, levando as eminências de minhas mãos à minha testa. “Eu quero lhe dar tudo, mas eu não posso nem passar um dia sem deixar essas emoções que estou sentindo ficarem no caminho. Deus, Eren, estou com tanto medo. Eu nunca estive mais assustado em minha vida. Eu amo tanto você... Eu não quero lhe perder, e eu sei que é uma coisa egoísta de dizer, mas é a verdade. Eu não quero viver sem você.” Eu expirei, minha respiração engatando bem no fim.
Eu me sentia doente de ter que admitir isso para ele. Ele havia me escolhido para ser sua última grande aventura, sua chance de experimentar o amor da forma mais natural, ainda assim aqui estava eu, caindo aos pedaços.
Porra. Por que eu ainda não conseguia controlar isso?
Eren me puxou para mais perto dele, descansando seu queixo no meu ombro. “Você fica dizendo que quer me dar tudo, mas quando você vai perceber que estar aqui com você é tudo o que eu quero? Se você pudesse ter me visto antes de eu vir para Shiganshina, você não me reconheceria. Eu não era como sou agora. Eu era... vazio, arruinado e triste – tão incrivelmente triste. Pela primeira vez em muito tempo, eu sou feliz, Levi.
Eu virei minha cabeça na direção dele, as palmas esfregando em minha testa. “Eu estraguei as coisas lá, não foi?”
“É por isso que você está assim?” Ele abriu um sorriso largo, se inclinando um pouco para mordiscar minha mandíbula. Eu tentei reprimir um sorriso. “Se você pensa que eu sou contra você fazer amor comigo como se eu fosse a coisa mais preciosa no mundo pra você, então está errado.”
“Você não estava procurando por sexo... quente e selvagem?”
Ele sugou seus lábios, fazendo um som sufocante enquanto ele tentava, sem sucesso, segurar seu riso. “Sexo quente e selvagem?”
Eu o empurrei para longe de mim. “Seja sério. Eu realmente queria saber.”
Ele se agarrou em meu pescoço com um aperto mortal. “Me desculpa, mas você é tão fofo.”
Eu o empurrei de novo, mas ele passou as pernas em volta da minha cintura para se manter no lugar. Eu comecei a fazer cócegas nas laterais dele e, de alguma forma, acabamos caindo para trás na cama em uma pilha de cobertas e membros. Antes que pudesse cair em cima dele, eu coloquei minhas mãos dos dois lados da cabeça dele, segurando meu peso. Quando a risada dele começou a enfraquecer, eu me inclinei para baixo e o beijei.
Ele falou em minha pele, “Eu não fui ainda. Estou bem aqui. Pare de me deixar ir.”
Eu me deixei deslizar para baixo, meu corpo caindo sobre o dele, mas ele simplesmente colocou os braços em volta de mim. “Eu não estou deixando você ir. Eu acho que estou tentando demais segurar.”

(x)

Apesar do albergue não ter muito o que oferecer, ele tinha um salão de jogos. Havia antigos jogos de fliperama alinhados contra a parede que lançavam sombras azuis ao longo do carpete escuro. Também tinha uma mesa de bilhar no centro da sala, iluminada com uma turva luz amarela que vinha de uma luminária pendurada bem em cima dela. Era lá que Eren e eu sentamos de pernas cruzadas, uma caixa de pizza entre nós. Petra e Jean estavam jogando, mas eu estava determinado a dar ao Eren sua dose de comida gordurosa.
Eu me sentia encapsulado ali, como se nada pudesse nos tocar enquanto sentávamos ali comendo pizza. Mesmo quando Eren estava usando sua cânula, e esteve usando pela maior parte da tarde, se ele estivesse andando ou sentado.
Eu tentei não pensar muito nisso.
“Estou tão cheio,” Eren disse enquanto dava outra mordida em sua fatia.
“Então pare de comer.”
Ele sacudiu a cabeça, desafiador. “Não. Eu vou terminar essa fatia e, então, eu vou me deitar aqui porque sinto como se meu estômago estivesse prestes a explodir.”
“Vou deitar aqui com você.”
Ele usou seu pé para empurrar a caixa da pizza para o lado, para que ele pudesse colocar seus pés sobre meu colo. “É claro.”
No fim, ele não conseguiu terminar a fatia. Ele jogou ela de volta na caixa como se tivesse lhe ofendido, e então ele rastejou para o meu colo como um gato grande demais. Com um lenço, eu limpei qualquer excesso de gordura dos meus dedos, antes de desliza-los pelo cabelo dele. Ele aninhou seu rosto contra minha barriga, deslizando as mãos sob minha camisa.
Eu não conseguia parar de olhar para a cânula. Nos últimos meses, eu havia ficado acostumado em vê-la. Não importava para onde Eren ia, ela ia junto com ele – um novo tipo de bola e corrente.
Eu odiava isso. Eu sabia que ela estava ajudando ele, mas ver ele usando-a era um constante tapa na minha cara, um lembrete de que ele não estava bem. De que ele nunca estaria bem, nem agora, nem nunca. O garoto pelo qual eu estava tão desesperadamente apaixonado estava morrendo. Eu tinha que aceitar isso, mas como? Não havia jeito fácil de fazer isso. Eu tinha pensado que sabia onde eu estava me metendo, mas eu não tinha a menor ideia. Dali em diante, ele só iria ficar pior.
Eu havia cometido o erro de pesquisar sobre FPI quando ele pensou que eu estava cochilando mais cedo. Agora eu não podia parar de pensar nisso. Todas aquelas imagens de pulmões manchados estavam presas, como cola cimento, dentro de minha cabeça. Palavras como cicatrizar e irreversível continuavam passando em minha mente repetidamente, um mantra sem fim. Mas o pior tinha sido quando eu li a frase: FPI, em última análise, rouba do paciente a capacidade de respirar.
Ele estava se afogando em terra firme...
“Eu tenho uma sensação de que é assim que você vai ficar quando eu tiver partido,” Eren balbuciou na minha camisa.
Eu tentei me recompor. “Como assim?”
“Quieto,” ele me disse. “Perdido em pensamentos. Incapaz de focar no presente, mas sempre no passado.”
“Se eu foco no passado, é porque o passado é insubstituível.” Ele era insubstituível, meu verão.
Ele se sentou. “O passado já foi. Nós só temos o presente.” Ele desceu da mesa de bilhar, encarando irritado seu carrinho e oxigênio enquanto fazia isso. Ele apanhou o puxador agressivamente. “Você vai continuar agindo assim?”
Mas que droga. Eu chateei ele.
“Sinto muito.” Eu não sabia o que mais dizer.
“Eu sei.” Sem outra palavra, ele começou a andar em direção à saída. Ele gritou para trás, “Estou indo pra casa.”
O que?
Eu saltei da mesa de bilhar. No segundo que meus pés tocaram o chão, eu estava correndo atrás dele. Eu queria dar um soco em mim mesmo. Relembrando o jantar, todos aqueles dias atrás, Grisha me dissera que teriam dias difíceis a frente, que Eren nem sempre seria capaz de esconder sua doença dos pulmões de mim. Eu dissera a ele que entendia aquilo, que eu não o abandonaria. Mas o que eu estava fazendo era pior. Eu estava ultrapassando o presente, fixando em um futuro que nem estava aqui ainda.
“Eren!” eu gritei. Eu havia chegado no estacionamento, mas ele não estava em lugar nenhum à vista, o que significava que ele estava correndo...
Eu corri duas vezes mais rápido do que estava antes, disparando por carros estacionados e pessoas andando para dentro e para fora de seus quartos de hotel. Se eles ficavam no meu caminho, eu os empurrava para o lado. Eu tinha que chegar até Eren. Por que caralho eu não podia parar meu cérebro por cinco minutos? Por que eu estava fazendo isso com ele?
Eu virei o canto que me levaria para o nosso quarto e lá estava ele, no chão, respirando com dificuldade. Eu rapidamente me ajoelhei perto dele, mas ele não tentou me alcançar como normalmente faria. Ao invés disso, ele me empurrou. Eu não estava preparado para isso, então eu caí de bunda para trás.
“Não,” ele disse. Era malmente uma palavra – só uma exalação.
“Por favor...” Eu não sabia o que eu estava pedindo. Eu só queria abraça-lo, leva-lo até Grisha, fazer alguma coisa. Ele estava respirando tão pesadamente, o corpo dele sacudia com isso, e era minha culpa.
Ele olhou para mim, os olhos cheios de lágrimas. “Eu não vou... continuar fazendo... isso com você. Eu... parei de ser egoísta.”
Eu era nada, a memória de um garoto. Eu lembrei claramente quem eu havia sido antes de Eren vir para Shiganshina. Eu era uma pessoa sem propósito, vivendo em um futuro que não existia. Eu não era eu, mas o que eu fiz: fui para a escola, para o trabalho, para a casa da Petra; briguei em um dia chuvoso, lata de tinta spray segura firmemente em minha mão, o gosto metálico de sangue em minha boca... O que eu tinha sido? Quem eu tinha sido? Não uma pessoa vivendo, só alguém que existia para escapar de si mesmo.
Eu rastejei para onde Eren estava sentado e deixei ele bater em mim, deixei ele me empurrar em uma mistura de raiva e tristeza, mas eu o puxei para os meus braços mesmo assim. Eu o mantive perto e falei na língua que ele entendia melhor, apesar de não serem as minhas palavras que saíram de mim, eram palavras que tinham tocado ele de alguma forma – palavras que tinham me tocado, também, quando eu as li rabiscadas na caligrafia inclinada dele.
‘Então eu espero por você como uma casa solitária até que você me veja novamente e viva em mim. Até lá, minhas janelas sofrem.’ Eu nunca vou saber porque você me escolheu, Eren, mas estou feliz que você escolheu. Mesmo se você partir, se for sua escolha, você tem que saber que eu sempre serei apaixonado por você.”
Até o momento que eu recitei o poema, Eren estava lutando contra mim, mas agora ele estava solto em meus braços. Eu afaguei a costa dele até ele segurar meus ombros e se inclinar para longe de mim. Eu sosseguei minhas mãos. Eu podia focar na respiração dele, da forma difícil como ela soava, mas eu escolhi olhar para ele nos olhos, confiar nele para me dizer se ele precisasse de ajuda.
Eu esperei por ele para dizer alguma coisa.
... e esperei.
Silêncio.
“Vamos fugir,” ele disse finalmente.
“O que?”
“Essa viagem era pra ser sobre nós, sobre fugir de tudo por alguns dias, mas meu pai tem pairado em volta de nós como uma abelha faz com uma flor. A única razão de ele não estar aqui agora é porque eu finalmente consegui convencê-lo a pegar alguma comida ele. Vamos. O que nós temos a perder? Estou tão cansado de jogar em segurança. Meus dias são numerados, Levi. Eu não deveria mais ter que jogar pelas regras.”
Eu queria dizer a ele que seu pai ainda podia mandar a polícia atrás da gente, porque as regras sempre se aplicariam a nós. Eu também podia perder qualquer confiança que eu tenha conseguido construir com Grisha, mas o que isso importava? A maioria das pessoas, por toda a vida delas, viviam do jeito que outras pessoas as diziam para viver. Mesmo que eu tenha sido um rebelde, eu ainda fazia o básico requerido de uma adolescente. Eu fui à escola, eu fiz meu dever de casa e, em algum ponto do tempo, eu até me candidatei a faculdades, porque isso era esperado de mim. Mas quem esperava isso? Kenny havia ido embora.
Eu estava cansado de viver do jeito que a sociedade me dizia para viver. Por uma vez, eu viveria exatamente do jeito que eu queria – que se danem as consequências.
“Vamos,” eu disse.
Eren sorriu e se levantou. Demorou um longo momento para ele estabilizar sua respiração, mas assim que ele fez, ele estava andando na direção do nosso quarto de hotel. As chaves da caminhonete da Petra estavam lá. Uma parte de mim se sentia mal por deixar ela e Jean para trás, vendo como eles ficaram amarrados nisso, mas eu sabia que eles entenderiam. Eu também sabia que eu devia muito a eles por serem os melhores amigos que eu jamais podia pedir.
“O que vamos levar?” eu perguntei enquanto entrava no quarto. A adrenalina estava começando a correr pelas minhas veias, me deixando tenso e animado ao mesmo tempo.
“Minha mala é monstruosa demais, então só enfie algumas das minhas roupas na sua bolsa de viagem. Seja rápido com isso também porque meu pai estará se precipitando. E também” – ele rodopiou para me encarar – “Me desculpe por ter batido em você.”
Eu esfreguei meu ombro. Doía um pouco onde ele havia batido. Então eu me lembrei de algo. “Eu pensei que você tinha dito que não podia dar um soco.”
Ele deu de ombros, despreocupado. “Eu posso ter mentido para fazer você se sentir mais viril. Você não pode me culpar. Eu basicamente me apaixonei por você do momento em que coloquei os olhos em você, tão cliché quanto parece, e você estava totalmente em negação quanto a ser gay.”
“Eu não estava em negação.” Eu realmente havia estado. “E mais, eu só sou gay pra você.”
“É, e acredite em mim, minha bunda sabe disso. Por falar nisso, você ainda está mancando um pouco e eu estou aqui, andando como um campeão.”
Eu olhei para ele por um longo minuto e então disse, “Você me machuca.”
“É, eu sei, agora se apresse.”
Depois que eu passei a alça da minha bolsa de viagem pela cabeça, eu o alcancei (de alguma forma, ele já tinha passado pela porta). Quando eu o alcancei, não pude evitar de notar que ele ainda estava respirando com dificuldade, então eu carreguei ele em um só movimento. Era bom que ele estivesse segurando firmemente o puxador do carrinho de oxigênio, caso contrário este teria sido deixado para trás. Enquanto eu andava em direção ao estacionamento, eu pensei em contar a Petra sobre nosso plano. Alguém teria que dar a notícia de nossa escapada para Grisha, ou ele iria se estressar e, mesmo que eu quisesse realizar os desejos do Eren, eu não queria preocupar o pai dele mais do que necessário.
“Podemos contar a Petra sobre isso?” Eu perguntei.
Eren disse, “Vou mandar uma mensagem pra ela.”
“Mas...” me ocorreu. “Você pegou meu celular?”
“Sim. Eu tinha isso planejado o tempo todo, mas você estava sendo miserável, então eu não sabia quando lhe contar.”
Eu alcancei a caminhonete da Petra e ele foi logo saltando dos meus braços. Eu esperei até que ele estivesse dentro antes de jogar minha bolsa de viagem na traseira (eu me sentia como um criminoso em fuga). Então eu estava entrando na caminhonete ao lado dele, colocando a chave na ignição e girando-a. “Eu tentarei ser melhor nisso,” eu disse enquanto saía de ré da vaga de estacionamento. Eu não queria prometer nada a ele porque eu não queria acabar quebrando a promessa. “Eu sei que tenho sido um hipócrita. Eu disse a você diversas vezes para viver no presente, mas aqui estou eu, nem mesmo seguindo meu próprio conselho.”
Por um longo tempo ele não disse nada. Eu apenas dirigi em silêncio, a estrada se desenrolando diante de nós como uma cobra rígida. Eu mantive meus olhos a frente e tentei não pensar sobre como eu o tinha chateado tanto que ele estava pronto para me deixar. Talvez estar pronto não tinha nada a ver com isso. Talvez, quando você desiste de alguém, você engole sua dor e faz isso por eles. Porém eu não estava disposto a deixa-lo, não até que ele fosse arrancado de mim.
Mesmo então, eu ainda me agarraria.
Eren levantou a mão, colocando atrás do descanso de cabeça para encosta-la no meu pescoço. Os dedos dele estavam mornos contra minha pele. “Sabe, o amor é difícil sem uma doença de pulmão estar envolvida.”
“Eu sei.”
“Nós somos tão jovens também. Que melodramático.”
“Alguém deveria fazer um filme sobre nós.”
“Intitulado?”
Eu olhei para ele por um segundo antes de voltar meus olhos para a estrada, me sentindo tímido. “Perseguindo o Verão.”
Eu esperei para ele me dizer que ele poderia inventar um título melhor do que esse, mas ele nunca disse. Ele ficou lá sentando parecendo pensativo, provavelmente se perguntando como eu tinha chegado nesse título. Então ele disse, “Naquele dia que fomos na reunião na praia, você disse que eu parecia o verão. Por que?”
“Porque você parecia caloroso e convidativo. Além disso, seus olhos eram da droga de tom mais bonito de verde que eu já tinha visto. Em Shiganshina está sempre sombrio, e você estava sentado lá na sua cadeira de rodas na praia e você era simplesmente... um ponto brilhante de calor. Eu não posso explicar bem isso, mas eu senti como se tivesse vindo à vida naquele momento.”
“Encoste,” ele exigiu de repente.
“O que? Por que?”
“Porque eu preciso beijar você. Você não entende.”
Eu entrei no acostamento da estrada e ele mal me deu tempo suficiente de parar a caminhonete antes de estar me beijando, forte, como se a vida dele dependesse disso. Eu beijei de volta, puxando-o para mais perto de mim, nossos quadris se encontrando, nossos peitos pressionando um contra o outro. Eu podia sentir o batimento cardíaco dele, tão forte, tão vivo contra o meu.
A respiração dele estava quente nos meus lábios quando ele sussurrou, “Quando eu conheci você, o amor da minha vida, eu estava tanto feliz quanto triste. Feliz porque eu vi que, para você, era apenas o começo, e triste porque eu sabia que já era o fim.” Ele encostou a testa dele na minha. “Nós fomos destinados a acabar bem desde o início, não fomos?”
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Notas da Autora:
Eu sei que essa fanfic está chegando a seu fim. Eu diria que faltam uns 6 ou 7 capítulos. Eu ainda não sei como me sentir quanto a isso. Porém, nós vamos descobrir quando chegarmos lá.
Como sempre, obrigada por lerem. <3

Nota de Tradução: 

[1] O resumo desse capítulo é uma citação da música I follow Rivers da Lykke Li. Vejam aí. Deem uma olhadinha =)

8 Comentários

  1. Eu não sei se choro ou não sei oq eu deveria fazer

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  2. “Porque naquele momento que você terá ido tão longe, eu vagarei como num labirinto por toda a terra, perguntando ‘Você vai voltar? Você vai me deixar aqui, morrendo?’ ”
    Acho que essa frase vai me marcar em relação a essa fic.
    Dessa vez ficaram umas lagrimas em suspensão nos meus olhos.

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    1. Sei bem como é... chorei mto com essa fic!!! Choro de tristeza, de riso, de alegria... hahahaha

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  3. Sim já sinto que o fim está perto mas o amor veio pra ficar! Amo esses dois isso o tempo não vai mudar...

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  4. Gessuuuuuiiiiissssss..... não quero ficar chorando 😢 não.

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