Oi minha gente! ^^/
Engraçado como Addicted me deixou tão viciada que desviei do meu objetivo original com esse blog, que era Chasing Summer. Eu já deveria ter acabado de traduzir. Que vergonha.
Gente, eu tô em tempo de morrer por causa do livro de Chasing Summer. Eu preciso ter minha cópia!!!! Vou surtar! ToT Olhem AQUI que coisa mais linda! Ele é enorme! *O* #comofaz
O grande problema é... O FRETE É UM ROUBO! Não sei se vocês chegaram a ver... Se eu não estivesse mais lisa que peixe ensaboado, pagaria qualquer valor por esse livro, mas né... Fate is a Bitch. -_-' Agora preciso descobrir algum conhecido que esteja indo para os Estados Unidos esses dias. huahuahauhau
Ah, já ia esquecendo. Vocês gostariam que eu colocasse algumas músicas de referência de Chasing Summer na lista de reprodução?
Sem mais enrolação, vão ler essa fic linda que está quase chegando ao fim. =´)
Beijos~
Lena.
Amo esse fanart! *u*
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Resumo:
Prometo te abraçar e rezar
Assistindo às fantasias decaindo
Nada jamais vai permanecer igual [1]
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Notas da Autora:
Se eu pudesse postar os últimos capítulos todos de uma vez, eu
postaria. Essa espera para terminar com essa fic está me corroendo. Eu não
consigo explicar. Isso está me fazendo sentir inquieta, o que é estranho porque
eu nunca me senti assim com minhas outras fics. Eu acho que é porque Chasing
Summer tem muito de mim.
Com esse pensamento complexo que eu deixei vocês, vão ler. :)
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Dia após dia passava em um mundo ficando
preto. Eu sonhava com frequência com Eren andando a minha frente em uma densa
floresta, lindo e pertencente, respirando no ar úmido sem nenhuma ajuda de seu
cilindro de oxigênio. Ele deslizava pelo mato sem nenhum problema, me deixando
para trás para persegui-lo. Ele parecia não perceber isso, absorto demais em
seus arredores para olhar para trás e ver que eu estava me distanciando. Apesar
de eu tentar alcança-lo, meus esforços se provaram fúteis. Eu fui deixado
sozinho para assistir às costas dele diminuíram no nada. Eu gritava por ele
para voltar, minha voz alta no silêncio crescente, mas ele já se fora.
(x)
Mais um dia foi encontrado com Eren se
recusando a comer. Esses dias, ele nem se importava em fingir interesse no que
quer que fosse feito para ele. Ele simplesmente deixava a comida ficar intocada
sobre a mesa de jantar até Grisha desistir e leva-lo de volta para a segurança
de seu quarto. Tudo o que ele queria era ser deixado sozinho, dormir as longas
horas do dia, ou desenhar sua fúria no pátio de trás. Nenhum poema fluía de sua
boca para me confortar. Não tinham mais palavras bonitas que pudessem
distraí-lo da doença que havia distorcido sua perspectiva no mundo. Tudo o que
ele via era o fim inevitável que pairava diante dele.
Depois de comer meu café da manhã com
Grisha em silêncio desconfortável – ele cozinhara ovos pochê, de todas as
coisas – eu fiz meu caminho para o quarto de Eren. Ele não era nada mais que
uma protuberância encolhida debaixo do cobertor bege. Eu andei até o lado da
cama e olhei para o topo da cabeça dele, que era a única coisa visível. Eu
queria ficar com ele, mas, mesmo que ele estivesse bem ali a minha frente,
parecia que ele estava a milhares de quilômetros de distância. Eu não conseguia
alcança-lo quando ele se trancava nos escuros recessos de sua mente, não
importava o quanto eu tentasse.
Cuidadosamente, eu puxei o cobertor e
engatinhei para a cama ao lado dele. Eu passei o braço dele em volta da minha
cintura e enfiei minha cabeça debaixo do queixo dele enquanto eu aproximava
nossos corpos. Eren grunhiu, mas não disse nada em reprovação, então eu fiquei
daquele jeito. Eu podia sentir as costelas dele pela camiseta, mas, logo além
disso, eu podia sentir seu coração batendo – minha esperança em batimentos
rítmicos.
Estou bem
aqui, Eren.
“ ‘Ela
continuou lentamente,’ ” eu comecei, fechando meus olhos para lembrar o
poema corretamente, “ ‘como se houvessem
obstáculos no caminho; e ainda assim: como se, assim que eles fossem superados,
ela estaria além de toda a caminhada, e voaria.’ ” Eu abri meus olhos para
ver que Eren estava me olhando, realmente me olhando. Tinham círculos fundos,
como hematomas, debaixo dos olhos dele que se destacavam contra sua pele
pálida. Eu passei meu polegar sobre eles, querendo apagar a pele manchada com
aquele simples toque.
“Explique porque você citou essa parte.” A
voz dele estava áspera do desuso, mas eu a amava, no entanto. Eu havia sentido
falta do som dela.
“Eu senti que isso explicava minha
situação,” eu disse. “Eu estou seguindo você, mas eu vou ser deixado para trás.
Você partirá dessa Terra antes de mim, mas, no fim, eu vou lhe alcançar. Só vai
me demorar um tempo.”
Ele segurou meu rosto, os dedos frios e
secos contra minha pele. Por uma longa extensão de tempo, ele não disse nada.
Então, com uma voz que não soava nada como a dele própria, ele sussurrou,
“Estou tão cansado, Levi.”
“Eu sei.”
“Eu não quero mais pensar nisso. Parece que
só estou esperando pelo fim agora. Eu...” Ele engoliu. “É quase impossível
viver dessa forma.”
Eu me movi para mais perto dele. “Me diga o
que posso fazer para ajudar. Farei qualquer coisa.”
“Me leve para longe daqui. Esse quarto,
essa casa, parece manchada de alguma
forma, como se tivesse ouvido todas as minhas mágoas e estivesse abrigando-as
para uso posterior. Deus, eu não quero estar aqui. Eu quero ir para nossa casa,
aquela que criamos para nós mesmos. Me leve para lá.” Ele pressionou os lábios
nos meus. A respiração dele tinha gosto de remédio. “Por favor.”
Inclinando minha cabeça para trás, eu
estudei o rosto dele na luz velada da manhã. Mesmo nesse estado, ele era belo,
incomparável. Eu não estava mentindo quando disse a ele que eu faria qualquer
coisa para ajudá-lo. Se leva-lo para longe dessa casa daria a ele alguma paz de
espírito, então eu faria aquilo. Eu sabia que Grisha não aprovaria que nós
fôssemos a lugar algum, mas ele estava no trabalho naquele momento. Ele podia
me engoli por isso depois. Aqui, agora, eu vivia pelo Eren.
“Okay,” eu disse.
Eren sorriu o sorriso pelo qual eu havia me
apaixonado todos aqueles meses atrás. Então ele levou a gola de sua camisa até
seu nariz como uma reflexão tardia. “Ugh, nojento. Eu cheiro como uma pessoa
doente. Me leve para o banheiro de uma vez. Eu preciso tomar banho.”
Hesitantemente, não querendo arruinar o
momento, eu perguntei, “Você consegue ficar de pé tempo o suficiente para tomar
banho?”
Os olhos dele miraram nos meus e eles
tinham o brilho que estivera ausente há semanas. À visão disso, meu coração
bateu mais rápido em meu peito, a esperança pendente de felicidade flutuando
para a superfície. “Ah, não. Eu espero que você me segure. Eu pensei que isso fosse
óbvio. Me ajude logo a sair dessa cama. Eu me sinto sujo. Eu nem sei como você
pode aguentar estar do meu lado agora.”
Saindo da cama, eu o puxei para uma posição
sentada. Desse ângulo, o peso que ele havia perdido era inconfundível. A camisa
dele pendia folgada em seu corpo magro e seus olhos pareciam grandes em seu
rosto fino, mas ele estava sorrindo, então eu sorri de volta. Hoje eu seria a
âncora que o impediria de flutuar de volta para a escuridão que o puxava como
energia incansável. Eu o manteria o mais longe possível dela, porque hoje eu
não a deixaria vencer.
Eu estendi meu dedo, sinalizando para que
ele esperasse um momento antes de ir até onde a cadeira de rodas estava ao lado
da cômoda, abandonada pelos últimos dias. Eu peguei nos punhos e a empurrei para
o lado da cama enquanto Eren soltava as tiras da máscara do BiPAP. Quando ela
foi solta, ele a jogou para o lado como se esta o tivesse irritado pela última
vez. Então ele se inclinou pelo lado da cama para pegar sua cânula que estava
em algum lugar no chão.
Quando os olhos dele encontraram os meus,
eles suavizaram. “Você já se arrepende disso?”
“Se arrepender do que?” Eu não entendi o
que ele estava perguntando.
“Você disse que me deixaria partir seu
coração, que você estava disposto a me deixar lhe arruinar por qualquer outro.
Você já se arrepende de ter dito isso?”
Eu lembrei da noite que dissera aquilo a
ele. Parecia há tanto tempo, uma memória vivaz de um garoto por quem eu mal me
apaixonara, mas aquelas palavras ainda soavam verdadeiras. “Eu não me
arrependo,” eu disse. “Eu lhe disse que não me importaria de ser destruído por
você, Eren. Eu fui sincero.” Mesmo quando
dói como inferno, eu pensei.
Eren esticou seus braços para mim e eu me
inclinei em seu abraço, me vergando nele. Ele virou a cabeça e enterrou o rosto
na curva do meu pescoço. “Eu estou tão ciente de destruir você que, em retorno,
isso está me destruindo também. Pelas últimas noites, eu estive tendo esse
sonho onde você está de pé em uma praia abraçando uma pessoa com tanta força
que é óbvio que você a ama. Eu sei que, algum dia, você vai encontrar o amor de
novo. Eu só espero que quem quer que seja que você escolha a seguir realmente o
mereça.”
“Você merece,” eu sussurrei.
Ele balançou a cabeça. “Não. Estou lhe
machucando tanto. Eu queria poder despir a dor que lhe causei – que vou lhe
causar – mas não posso fazer isso. Só... me prometa que você não vai se fechar.
Deixe a Petra e o Jean estarem lá pra você. Não deixe o que vai acontecer
comigo reivindicar sua vida. Não deixe isso devorar você.”
“Eren?”
“Sim?” Ele recuou e me fitou com olhos que
viam através de mim.
Eu peguei o rosto dele em minhas mãos. Eu
sabia que sempre estaria esperando para alcança-lo. Minha vida depois que ele
se for sempre será sobrecarregada pela ausência dele. Ninguém jamais seria
capaz de substituí-lo, nem agora ou em anos à frente, porque ele era a única
pessoa para quem eu havia me entregado completamente. Mas eu sabia que se eu
dissesse isso a ele, isso o machucaria, então eu engoli a verdade e disse, “Eu
prometo.”
Você não
pode ver que vai ser impossível amar outra pessoa do jeito que eu amo você?
Eren colocou os braços em volta do meu
pescoço e pressionou o lado de seu rosto no meu. Ele soou como se estivesse com
dor quando falou de novo. “Mentiroso. Eu posso ler você como um livro, Levi
Ackerman. Você não pode esconder o que está sentindo de mim.” Em uma voz tensa,
ele adicionou, “Você precisa saber que, se eu pudesse ficar, se eu pudesse
viver, eu o faria. Eu tenho inveja daqueles que poderão estar na sua vida por
tempo o suficiente para lhe ver envelhecer. Esses últimos meses que eu estive
com você estão longe de serem suficientes, nunca serão suficientes. Eu quero
estar com você por anos por vir, mas nós dois sabemos como a vida pode ser
injusta.”
Ela não era só injusta. Era cruel, um
choque de veneno correndo pelas veias de alguém.
“É, eu sei,” eu disse, abatido. Eu não
queria mais falar disso. Hoje deveria ser passado longe da verdade, da
tristeza. Por que isso insistia em nos afogar? “Mas se você quiser sair daqui,
então nós teremos que fazer isso logo. Seu pai estava dizendo alguma coisa
sobre voltar para casa para checar você no intervalo do almoço dele.”
Eren arremessou
a cabeça para trás e me fixou com um olhar que podia matar a menor das formigas.
“Por que você não me disse isso antes? Estamos perdendo tempo lastimando aqui.”
Ele bateu no meu ombro com a mão. “Me leve para o banheiro imediatamente!”
“Okay!” Eu gritei de volta, sorrindo.
“Avante, meu bom corcel!”
Agora era a minha vez de fixar o olhar
nele. Eu tentei muito não rir e, de alguma forma, consegui suceder em abafar
isso. “Corcel? Eu pareço com o Jean pra você?”
Eren riu e tombou a cabeça para frente num
gesto dramático para me olhar nos olhos. “Você acha que ele já está pronto pra
mim?” Ele levantou as sobrancelhas, encontrando humor em qualquer expressão que
eu tenha feito.
“Eu vou...” Eu não conseguia pensar em como
terminar, então eu dei um tapa na bunda dele ao invés disso (sempre uma
distração agradável). Aquilo só fez ele rir ainda mais, o que ele continuou
mesmo depois de eu me balançar para uma posição de pé. Com ele nos meus braços,
eu andei para o banheiro no fim do corredor, arrastando o cilindro de oxigênio
dele atrás de nós. Os maus hábitos dele estavam passando para mim.
Eu o sentei na pia e ele me beijou
suavemente enquanto eu fazia isso. Eu ignorei o fugaz gosto de remédio porque
fazia um tempo desde a última vez que ele me tocara desse jeito. Quando ele
encostou a cabeça no espelho atrás, os anéis em volta dos olhos dele ficaram
mais pronunciados, mas ele ainda era meu Eren, belo e elusivo. Por um breve
momento, eu fiquei embebido à visão dele e, então, eu me abaixei para abrir a
torneira. Enquanto esperávamos a água aquecer, ele casualmente começou a se
despir. Suas costelas estavam bastante notáveis, assim como os ossos de seu
quadril e omoplatas.
“Eu estou pavoroso,” ele disse enquanto se
examinava no espelho.
“Eu acho que você está lindo.”
O reflexo dele sorriu para mim. “Vamos
roubar um banco.”
“Só vamos conseguir quinhentos dólares do
banco aqui em Shiganshina. Talvez até menos que isso. O risco de ser preso vale
isso?”
“Depende.”
“De?”
Ele se virou para me encarar. “Será que
quinhentos dólares compram nossas alianças de casamento? Quero dizer, eu seria
um marido terrível. Não me entenda mal. Para começar, eu não sei cozinhar nem
para salvar minha vida e limpar é completamente impossível para mim. Mas eu
posso lhe desenhar coisas bonitas. Isso é suficiente, certo?” Os olhos dele se
arregalaram como se tivesse lembrado de mais alguma coisa. “Ah, e eu estou mais
que disposto a fazer sexo com você a qualquer momento.”
“Bem, isso compensa pelo resto,” eu disse
exageradamente, puxando a gola de minha camisa pela cabeça. “Nós seremos o
casal mais jovem nessa cidade e isso é alguma coisa.” Eu avancei entre as
pernas dele e ele bateu os joelhos contra os lados do meu corpo. Ele estava tão
magro agora. Era difícil ignorar. “Está pronto?”
Ele se jogou em mim como resposta. Então
ele disse em meu pescoço, “Case comigo, Levi.”
Havia alguma coisa no jeito que ele disse
isso que me fez pensar que ele falava sério. Apesar de fazerem semanas desde
que amarramos aqueles fios vermelhos nos dedos um do outro, ele continuava
substituindo-o, me fazendo pegar outro fio sempre que o último estava acabado
demais para continuar a usar. Mesmo em seus dias mais sombrios, ele iria
encarar o fio em volta de seu dedo como se aquilo fosse significante, o que eu
sabia que era. Era um futuro que nenhum de nós podia ter, mas que nós dois
queríamos.
“Eren...” Eu não sabia o que dizer a ele.
Nós éramos jovens demais para sair e nos casar. Mesmo que nós quiséssemos, o
pai dele precisaria estar lá, já que éramos menores de idade. O que ele queria
que eu fizesse? Eu precisava que ele me dissesse o que fazer.
“Eu sei que não podemos realmente nos
casar,” ele disse finalmente. “Eu sei disso, mas casamento é apenas um
contrato, um acordo em papel. Isso é estúpido. Eu quero algo mais que isso. Eu
quero que você tenha algo meu, sempre. Então, daqui a anos, as pessoas vão
saber que, uma vez, você foi meu e eu fui seu.”
Eu encostei a minha testa na dele. Perto
assim, os olhos dele eram um complexo mar de verde, amarelo e castanho. “Se
você quer que eu compre anéis de casamento, eu comprarei.”
“É isso o que você quer também?”
Eu coloquei minha mão sobre o peito dele,
consolado com o bater do coração dele bem embaixo das pontas dos meus dedos.
“Eu não preciso de nada material para lembrar que uma vez fui seu porque eu
sempre serei seu, mas se isso é o que você quer, então não sou contra isso.”
“Só essa única coisa,” ele disse na menor
das vozes, como se aquilo significasse mais para ele do que ele estivesse
apresentando.
“Eu lhe daria qualquer coisa,” eu respondi
simplesmente, tirando a cânula de detrás das orelhas dele. Eu a coloquei sobre
a pia. Então puxei ele para meus braços. Ele parecia uma criança em meus
braços, frágil e confiante.
Quando nós dois estávamos debaixo do jato
d’água, que estava só aquecida o suficiente para não ser considera fria, eu
peguei o vidro de shampoo da prateleira do banheiro e derramei um pouco em
minha mão. Eu comecei a trabalhar no cabelo do Eren. Os olhos dele se fecharam
lentamente em resposta. Sob a luz amarela do banheiro, ele parecia tão doente
quanto era. Isso me assustava mais do que qualquer coisa, como essa doença
podia tirar tanto dele em tão pouco tempo.
Em duas semanas, como ele pareceria?
“Posso ser honesto com você?” Eren
perguntou, inclinando sua cabeça sobre meu ombro enquanto eu enxaguava minhas
mãos.
“Tem alguma razão para você não ser?” Eu
peguei a bucha dele e passei a barra de sabonete sobre ela algumas vezes até
ela ficar ensaboada. O sabonete cheirava como toranja e erva-cidreira, forte e
agradável.
“Eu não sei.” Ele deu de ombros. “Você
sempre tenta agir forte, como se pudesse lidar com tudo o que está acontecendo,
mas eu sei que você não está bem. Eu não quero piorar isso para você.”
Eu esfreguei a bucha em círculos pelas
costas dele, sem estar pronto para ouvir o que ele queria me dizer. “Eu quero
que você possa confiar em mim.”
Eren suspirou. “Tem sido realmente difícil
respirar essa última semana. Mesmo com a minha cânula, é uma luta. Parece que
meus pulmões estão finalmente desistindo de mim e eu não acho – eu não acho que
eu seja capaz de continuar dessa forma por muito mais tempo. Eu sei que você
sabe disso. Eu sei que meu pai sabe disso.”
Eu não conseguia pensar em uma resposta
àquilo. Eu sabia que ele não estava indo bem. Eu sabia disso. Era dolorosamente óbvio agora que ele estivesse
ficando pior ao invés de melhor. Ainda assim, havia uma parte de mim que
esperava, não, que ansiava que ele
saísse disso. Contra toda a razão, eu tinha esperado que um dia eu acordaria e
ele seria o Eren que tirou fotos minhas na praia. Mas isso não aconteceria. Não
era como a FPI funcionava. “Quando eu assisti Romeu e Julieta,” eu disse
enterrando meu rosto em seu cabelo molhado, “Eu pensei que a Julieta fosse
incrivelmente idiota por se matar assim que descobriu que Romeu estava morto.”
“E agora?” Eren perguntou.
“Agora, aquilo não parece tão idiota.”
“Mas é, no entanto. Nem pense nisso.”
“Eu não farei isso. Eu só vou virar um
velho com sessenta gatos. Eu vou ter um cheiro horrível. Eu vou sentar em minha
varanda e gritar com qualquer pessoa que ultrapassar meu gramado.”
Ele riu. “Você vai bater em crianças com
sua bengala.”
“É.” Eu concordei. “Eu vou dar uma bancada
bem na cabeça delas com ela. Isso deve ensina-las a não entrar no meu gramado. Eu
não aparei ele para elas arruinarem a porra do gramado com seus malditos pezinhos.”
Eren riu de novo. Ela soava enferrujada. Quase
como se alguém tivesse levado uma esponja de aço à garganta dele e esfregado
até ferir. “Eu acho que amaria até esse Levi, tão mal-humorado quanto fosse.”
“Um Levi que jogaria seus dentes falsos em
crianças pequenas?” Eu imaginei aquilo e ri. As pessoas podiam realmente ser
tão terríveis assim? Eu sabia que podiam.
“Mhm.” Ele assentiu. Então disse, “Você
acha que podemos sair daqui? Meu peito está doendo um pouco de inspirar o
vapor.”
Eu me certifiquei dele estar firme em seus
pés antes de me virar para fechar a água. Eu podia dizer que ficar de pé por um
extenso período de tempo o deixara cansado. A respiração dele estava rápida,
irregular e entrecortada. Eu não sei como não havia notado isso antes. Quando ele
pisou fora da banheira, eu rapidamente enrolei uma toalha em volta dos ombros
dele e o suspendi na pia. Ele instantaneamente caiu para trás contra o espelho.
Eu arrebatei a cânula e a coloquei no lugar. Como ele me disse mais cedo, mesmo
usando-a, sua respiração ainda era difícil. Ele não estava conseguindo oxigênio
suficiente.
“Como você se sente?” Eu perguntei depois
de alguns minutos.
Eren abriu um olho para me olhar fixamente.
“Eu me sinto fantástico. Você está nu e pingando de molhado. Por favor, faça um
calendário disso para mim. Eu quero você em uma pose diferente para cada mês do
ano. É melhor você se vestir para a ocasião também.”
Eu fiz uma careta e deu um leve tapa na
coxa dele. “Estou falando sério.”
“Eu também. Eu adoraria ver você vestido em
uma fantasia de policial para o mês de março. Esse é o mês do meu aniversário.
Ah, Deus. Isso seria legal. Ou você
poderia ser meu Papai Noel extremamente sexy para o Natal. Você teria que se
embalar, é claro, para que eu pudesse abrir.”
“Você está me matando. Não, risca isso. Você
está me trucidando.”
Ele sorriu, mas sua respiração ainda estava
irregular. “Você não quer se fantasiar pra mim? Eu vou me fantasiar pra você. Você
quer que eu seja seu perverso elfo assistente?”
Claro que não. Eu não podia pensar nele
vestido como um perverso elfo assistente. Eu não era tão forte. Eu me recusava
completamente a ter tesão a esse pensamento. Isso o declararia como vencedor
dessa conversa e não estava prestes a me entregar tão fácil.
Eu apontei um dedo para ele. “Pare de
tentar me distrair.”
“Está funcionando, entretanto, porque você
quer me deitar sobre uma mesa de trabalho enquanto estou usando uma tanga
masculina. Você é tão indecente.”
“E você
quer ser detido enquanto estou vestido com uma roupa de policial. Não tente
agir como o inocente aqui. Afinal, foi você quem puxou esse assunto.”
Ao invés de parecer constrangido ou
envergonhado, a expressão de Eren parecia sonhadora. Ele bateu os cílios,
pressionando a mão em seu peito enquanto dizia, “Oh, Sr. Policial, você
poderia, por favor, ignorar meu excesso de velocidade. Eu farei qualquer coisa
se fizer isso.” Ele se inclinou para frente, me espiando através de seus
cílios. “Qualquer coisa.”
Filho da
puta!
O som da porta da frente se fechando me
assustou o suficiente para me fazer pular no ar. Eu me apressei para pegar
minhas roupas tão rápido quanto humanamente possível, jogando a camiseta de
Eren na direção dele. Quando Grisha chamou por nós, eu estava me remexendo para
dentro de minha boxer. Ele não precisava me encontrar seminu dentro do banheiro
com o filho dele. Especialmente uma vez que Eren estava descansando recostado,
sem colocar suas roupas.
Quando ele viu meu olhar aguçado, ele
disse, “Elas estão sujas.”
Eu fiz um som que poderia ter passado como
um golfinho engasgando. “Você quer que seu pai nos encontre pelados?”
“Não é como se estivéssemos alguma coisa. Agora
se você tivesse seu pinto—”
De novo veio o som do golfinho engasgando. “Shh.
Cacete. Você sabe o quão alto está falando?”
Com um pequeno sorriso, ele disse, “Sim.”
Depois que eu estava vestido, eu fui para a
sala de estar para encontrar Grisha de pé em frente à lareira. Ele parecia
muito velho e cansado parado ali. Havia algo sobre sua postura rígida que
sugeria que ele vinha trazendo más notícias. Eu não gostava do pensamento disso
porque, esses dias, más notícias lidavam com Eren. Eu ficava pensando em sua
respiração difícil no banheiro, sobre sua confissão de que seus pulmões
pareciam piores do que o normal. Por que eu queria escapulir de volta para o
banheiro e ficar lá até Grisha sair?
“Dr. Jaeger?” Eu disse. Minha voz soou
incomum, segurando uma dica que eu esperava que ele não tivesse ouvido.
Grisha girou como se tivesse sido pego de
surpresa. Julgando pela expressão em seu rosto, ela tinha. “Levi. Onde está
Eren?”
“No banheiro. Ele queria tomar banho.”
“Eu... Você se importa de trazê-lo até
aqui? Tem uma coisa que eu preciso discutir com ele.”
Agora eu estava com medo, porque aquela
frase tinha numerosas possibilidades. O que estivesse acontecendo, eu sabia que
não estaria incluso por padrão. Grisha transmitiria a informação para Eren e,
então, deixar para ele decidir se me contava ou não. Sendo o pai atencioso que
ele era, ele não iria querer me dizer algo que Eren não estava pronto para que
eu soubesse. Uma parte de mim pensava que isso era um pouco injusto, vendo que
eu estive aqui ao lado de Eren já há semanas, mas a outra parte de mim que
podia pensar racionalmente sabia que não era decisão dele me contar.
“Okay,” eu disse.
Relutante, eu saí da sala de estar para
voltar ao quarto de Eren. Eu procurei pelo guarda-roupas dele até encontrar um
pesado suéter preto, uma camiseta azul e uns jeans confortáveis que não o
incomodariam tanto quando ele estivesse sentado na cadeira-de-rodas. Eu joguei
as peças de roupa sobre meu ombro e caminhei de volta para o banheiro. Quando eu
abri a porta, os olhos de Eren brilharam em minha direção. Suas sobrancelhas se
uniram de uma só vez.
Ele realmente podia me ler como um livro.
“O que houve?” Ele perguntou. “Meu pai está
lhe enchendo o saco?”
Eu balancei minha cabeça. “Não. Ele quer
falar com você. Aqui.” Eu entreguei as roupas a ele. Ele as pegou enquanto
continuava me olhando com preocupação. “Ele parecia preocupado com alguma coisa.”
Eren vestiu sua camiseta. “Você sabe que eu
vou lhe dizer o que ele me disser, certo?”
“Não é com isso que eu estou me preocupando.”
Um lampejo de compreensão cruzou o rosto
dele. “Você está preocupado com o que ele tem a dizer.”
Eu assenti, incapaz de encontrar os olhos
dele.
Sem dizer nada, Eren desceu da pia e vestiu
sua boxer e jeans em movimentos espasmódicos. Depois de vestir seu suéter, ele
disse, “Provavelmente não é tão ruim quanto você pensa.”
Ou talvez seja
tão ruim quanto eu penso.
Mais nenhum comentário foi feito sobre
isso. Nós dois permanecemos em silêncio enquanto eu o carreguei de volta para o
quarto, onde ajudei ele a se ajustar na cadeira-de-rodas. Assim que ele estava
confortável, ele saiu sozinho para o corredor. Por toda a dor que Grisha e eu
estávamos passando, eu não fazia ideia de como Eren se sentia, o único que
estava realmente doente. O que poderia estar passando pela sua mente nesse
momento? Como isso fazia ele se sentir, saber que as suas pessoas mais
importantes de sua vida estivessem temendo o futuro do qual ele não faria parte?
Sem Eren aqui para me ver, eu me deixei
cair na cama dele, derrotado. Eu puxei o travesseiro dele para o meu peito e
enterrei meu rosto nele. Tinha o cheiro dele, mas também cheirava a doença, a
remédio e cremes e suor. Mesmo depois de todo esse tempo, eu não podia
compreender isso. Eu não conseguia me entender com o que estava acontecendo. Eu
não tinha certeza se alguma vez me entenderia com isso, o que me fazia pensar
que minha presença aqui estava fazendo mais mal do que bem.
Agora que eu pensava nisso, parecia
impraticável para Eren ficar aqui em Shiganshina, uma viagem de duas horas do
hospital mais próximo. Da forma que ele estava doente, seria melhor para ele se
mudar para Trost, ou outra cidade que pudesse lhe oferecer todas as coisas que
ele precisava para viver confortavelmente. A única coisa mantendo ele aqui
nessa cidade de merda era eu.
Eu me virei de barriga, meu corpo se
movendo sozinho, incapaz de ficar parado por mais que alguns segundos a cada
vez. Tudo parecia bagunçado e infeliz. Eu não conseguia remendar nada porque,
no segundo que eu o fazia, isso desmoronava de novo. Essa coisa toda estava
ficando muito maior do que Eren, ou eu. Estava girando fora de controle e nos
levando junto com ela. Mesmo hoje, quando nós decidimos protelar a realidade
por algumas horas, isso nos alcançou e nos arrastou de volta para isso... Seja
lá o que isso fosse.
Eu não estava ciente de quanto tempo havia
passado quando eu ouvi Eren se empurrar de volta para o quarto. Ele não disse
nada para quebrar o silêncio, então eu também não. Ao invés disso, eu mantive
meu rosto enterrado no travesseiro. Se eu não pudesse ver a devastação no rosto
dele, então, talvez, isso não fosse real.
“Levi?” Eren disse. O tom na voz dele me
fez querer derreter nos lençóis da cama.
Eu levantei minha cabeça. Ele não estava
olhando para mim. Ele estava olhando além de mim, para fora da janela que lhe
mostrava a visão das duas casas à frente da dele. “Eram más notícias, não eram?”
Ele balançou a cabeça. Não como se ele
estivesse negando isso, mas como se ele estivesse tentando clarear sua cabeça
de pensamentos à deriva. “Eram notícias preocupantes.”
O que aquilo sequer significava?
“Notícias preocupantes?” Eu perguntei.
“Só... me dê um minuto para absorver tudo
isso, okay? Eu preciso de um minuto para processar isso.”
Um minuto virou cinco minutos, que viraram
dez. Todo o tempo, Eren permaneceu sentado imóvel em sua cadeira-de-rodas, a
cabeça em suas mãos. Seus ombros estavam curvados como se ele estivesse
tentando proteger a si mesmo de alguma coisa. O que quer que Grisha dissera a
ela, havia sido suficiente para perturbá-lo de alguma forma. O que podia fazer
aquilo a ele?
“Nós não precisamos falar disso se você não
quiser,” eu disse, porque vê-lo assim doía. “Venha se deitar comigo.”
Eren expirou um suspiro estremecido. Ele disse
alguma coisa, mas eu não consegui entender.
Então eu perguntei, “O que?”
Ele levantou sua cabeça apenas o suficiente
para que eu pudesse ver seus olhos. “Até as estrelas se apagarem. Você lembra
de quando lhe disse isso?”
Aquela memória estava vívida em minha
mente. “Quando eu pedi para você ficar comigo.”
“É. Você ainda não percebeu o problema com
essa resposta?” Antes que eu pudesse pensar nisso, ele continuou com, “A
maioria das estrelas no céu já se apagaram.”
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Notas da
Autora:
Isso terminou como um suspense? Estou
incerta. Mas uggghhh, está tão perto do final. Eu queria poder escrever mais
rápido, mas escrever é tão difícil para mim esses dias. Precisa de tanto tempo
e esforço, nem um pouco como costumava ser. Eu realmente odeio estar em uso de
medicação. E por que eu sempre divago?
Eu também estou ficando bem ruim em
responder comentários. xD
Mas vocês sabem que amo todos vocês. Eu aprecio
a todos que continuam lendo essa minha história. <3
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Notas da
Tradutora:
[1] Citação da música Falling Away From You da banda Muse. Vejam o videozinho com a letra traduzida. ^^
Uggghhh! Trish, puq faiz isso? ç_ç Mesmo já
tendo lido tudo eu fico emotiva. Amo demais essa história! T^T
Nesses últimos capítulos eu tô chorando e nem percebo... eu acho que os pulmões de Eren vão parar em uma semana no máximo, pra ele ter feito aquela referência das estrelas daquele jeito. Lena tu pode dar uma dica ou algo assim pra acalmar o coração ou piorar? Não sei
ResponderExcluirEu sei como é. Ibfelizmente não tenho dica pra isso. T-T A primeira vez que li CS, me pegava chorando só de lembrar das partes. Hehe Mas acho que a única receita pra dar uma acalmada no coração é ter esperança de quw o final será feliz. ^^
ExcluirLena uma pergunta o frente pros EUA e mais barato? Porque tenho uma conhecida no Canadá que volta próximo mês será que fica mais barato se eu mandar pra lá e ela trás pra mim?
ResponderExcluirPara dentro dos EUA é sim muito mais barato, mas não sei lhe dizer qual o valor. Seria preciso fazer um teste (adicionar o livro no carrinho, colocar o endereço para saber quanto sai o valor do frete), mas eu não tenho nenhum endereço de lá para o qual eu possa testar. XD hahaha
ExcluirMas o Canadá é fora, então seria outro valor, mas imagino que seja mais barato para lá também. ^^
Lena obrigada por mas um capítulo, essa fic é incrível e a autora tem uma forma de escrever linda,pra mim parece que os personagens dessa fic tipo fazem parte da vida real . Alquem de carne e osso.
ResponderExcluirchorando..............obrigado.
ResponderExcluirLena você não vai traduzir essa fic? Por favor termine de traduzir, eu estou morrendo aqui de vontade de ler
ResponderExcluirVou sim! Estava amarrada com Addicted, mas vou retomá-la para terminar. ^^/
ExcluirEsse último parágrafo apertou meu coração T_T
ResponderExcluirEu to chorando muito, cara. Desde os primeiros capítulos os malditos ninjas invisíveis cortadores de cebola vem me assombrar. Como posso lidar com isso? Merda, eu amo tanto esses dois.
ResponderExcluirChoro por tudo que eles viveram, amaram e sonharam... Choro portudo o que está por vir...
ResponderExcluirMas meu amor não diminui, ao contrário amo cada vez mais esta fic....
Meu peito está cheio, sufocado, dolorido. Está dificil manter minha respiração tranquila. Essa angústia, esses dois últimos capítulos estão me deixando no chão.
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