Oi minha gente! ^^/

Engraçado como Addicted me deixou tão viciada que desviei do meu objetivo original com esse blog, que era Chasing Summer. Eu já deveria ter acabado de traduzir. Que vergonha.
Gente, eu tô em tempo de morrer por causa do livro de Chasing Summer. Eu preciso ter minha cópia!!!! Vou surtar! ToT Olhem AQUI que coisa mais linda! Ele é enorme! *O* #comofaz
O grande problema é... O FRETE É UM ROUBO! Não sei se vocês chegaram a ver... Se eu não estivesse mais lisa que peixe ensaboado, pagaria qualquer valor por esse livro, mas né... Fate is a Bitch. -_-' Agora preciso descobrir algum conhecido que esteja indo para os Estados Unidos esses dias. huahuahauhau
Ah, já ia esquecendo. Vocês gostariam que eu colocasse algumas músicas de referência de Chasing Summer na lista de reprodução?

Sem mais enrolação, vão ler essa fic linda que está quase chegando ao fim. =´)

Beijos~           
Lena.
Amo esse fanart! *u*
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Capítulo 22: Me distanciando de você.


Resumo:
Prometo te abraçar e rezar
Assistindo às fantasias decaindo
Nada jamais vai permanecer igual [1]
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Notas da Autora:
Se eu pudesse postar os últimos capítulos todos de uma vez, eu postaria. Essa espera para terminar com essa fic está me corroendo. Eu não consigo explicar. Isso está me fazendo sentir inquieta, o que é estranho porque eu nunca me senti assim com minhas outras fics. Eu acho que é porque Chasing Summer tem muito de mim.
Com esse pensamento complexo que eu deixei vocês, vão ler. :)
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Dia após dia passava em um mundo ficando preto. Eu sonhava com frequência com Eren andando a minha frente em uma densa floresta, lindo e pertencente, respirando no ar úmido sem nenhuma ajuda de seu cilindro de oxigênio. Ele deslizava pelo mato sem nenhum problema, me deixando para trás para persegui-lo. Ele parecia não perceber isso, absorto demais em seus arredores para olhar para trás e ver que eu estava me distanciando. Apesar de eu tentar alcança-lo, meus esforços se provaram fúteis. Eu fui deixado sozinho para assistir às costas dele diminuíram no nada. Eu gritava por ele para voltar, minha voz alta no silêncio crescente, mas ele já se fora.

(x)

Mais um dia foi encontrado com Eren se recusando a comer. Esses dias, ele nem se importava em fingir interesse no que quer que fosse feito para ele. Ele simplesmente deixava a comida ficar intocada sobre a mesa de jantar até Grisha desistir e leva-lo de volta para a segurança de seu quarto. Tudo o que ele queria era ser deixado sozinho, dormir as longas horas do dia, ou desenhar sua fúria no pátio de trás. Nenhum poema fluía de sua boca para me confortar. Não tinham mais palavras bonitas que pudessem distraí-lo da doença que havia distorcido sua perspectiva no mundo. Tudo o que ele via era o fim inevitável que pairava diante dele.
Depois de comer meu café da manhã com Grisha em silêncio desconfortável – ele cozinhara ovos pochê, de todas as coisas – eu fiz meu caminho para o quarto de Eren. Ele não era nada mais que uma protuberância encolhida debaixo do cobertor bege. Eu andei até o lado da cama e olhei para o topo da cabeça dele, que era a única coisa visível. Eu queria ficar com ele, mas, mesmo que ele estivesse bem ali a minha frente, parecia que ele estava a milhares de quilômetros de distância. Eu não conseguia alcança-lo quando ele se trancava nos escuros recessos de sua mente, não importava o quanto eu tentasse.
Cuidadosamente, eu puxei o cobertor e engatinhei para a cama ao lado dele. Eu passei o braço dele em volta da minha cintura e enfiei minha cabeça debaixo do queixo dele enquanto eu aproximava nossos corpos. Eren grunhiu, mas não disse nada em reprovação, então eu fiquei daquele jeito. Eu podia sentir as costelas dele pela camiseta, mas, logo além disso, eu podia sentir seu coração batendo – minha esperança em batimentos rítmicos.
Estou bem aqui, Eren.
“ ‘Ela continuou lentamente,’ ” eu comecei, fechando meus olhos para lembrar o poema corretamente, “ ‘como se houvessem obstáculos no caminho; e ainda assim: como se, assim que eles fossem superados, ela estaria além de toda a caminhada, e voaria.’ ” Eu abri meus olhos para ver que Eren estava me olhando, realmente me olhando. Tinham círculos fundos, como hematomas, debaixo dos olhos dele que se destacavam contra sua pele pálida. Eu passei meu polegar sobre eles, querendo apagar a pele manchada com aquele simples toque.
“Explique porque você citou essa parte.” A voz dele estava áspera do desuso, mas eu a amava, no entanto. Eu havia sentido falta do som dela.
“Eu senti que isso explicava minha situação,” eu disse. “Eu estou seguindo você, mas eu vou ser deixado para trás. Você partirá dessa Terra antes de mim, mas, no fim, eu vou lhe alcançar. Só vai me demorar um tempo.”
Ele segurou meu rosto, os dedos frios e secos contra minha pele. Por uma longa extensão de tempo, ele não disse nada. Então, com uma voz que não soava nada como a dele própria, ele sussurrou, “Estou tão cansado, Levi.”
“Eu sei.”
“Eu não quero mais pensar nisso. Parece que só estou esperando pelo fim agora. Eu...” Ele engoliu. “É quase impossível viver dessa forma.”
Eu me movi para mais perto dele. “Me diga o que posso fazer para ajudar. Farei qualquer coisa.”
“Me leve para longe daqui. Esse quarto, essa casa, parece manchada de alguma forma, como se tivesse ouvido todas as minhas mágoas e estivesse abrigando-as para uso posterior. Deus, eu não quero estar aqui. Eu quero ir para nossa casa, aquela que criamos para nós mesmos. Me leve para lá.” Ele pressionou os lábios nos meus. A respiração dele tinha gosto de remédio. “Por favor.”
Inclinando minha cabeça para trás, eu estudei o rosto dele na luz velada da manhã. Mesmo nesse estado, ele era belo, incomparável. Eu não estava mentindo quando disse a ele que eu faria qualquer coisa para ajudá-lo. Se leva-lo para longe dessa casa daria a ele alguma paz de espírito, então eu faria aquilo. Eu sabia que Grisha não aprovaria que nós fôssemos a lugar algum, mas ele estava no trabalho naquele momento. Ele podia me engoli por isso depois. Aqui, agora, eu vivia pelo Eren.
“Okay,” eu disse.
Eren sorriu o sorriso pelo qual eu havia me apaixonado todos aqueles meses atrás. Então ele levou a gola de sua camisa até seu nariz como uma reflexão tardia. “Ugh, nojento. Eu cheiro como uma pessoa doente. Me leve para o banheiro de uma vez. Eu preciso tomar banho.”
Hesitantemente, não querendo arruinar o momento, eu perguntei, “Você consegue ficar de pé tempo o suficiente para tomar banho?”
Os olhos dele miraram nos meus e eles tinham o brilho que estivera ausente há semanas. À visão disso, meu coração bateu mais rápido em meu peito, a esperança pendente de felicidade flutuando para a superfície. “Ah, não. Eu espero que você me segure. Eu pensei que isso fosse óbvio. Me ajude logo a sair dessa cama. Eu me sinto sujo. Eu nem sei como você pode aguentar estar do meu lado agora.”
Saindo da cama, eu o puxei para uma posição sentada. Desse ângulo, o peso que ele havia perdido era inconfundível. A camisa dele pendia folgada em seu corpo magro e seus olhos pareciam grandes em seu rosto fino, mas ele estava sorrindo, então eu sorri de volta. Hoje eu seria a âncora que o impediria de flutuar de volta para a escuridão que o puxava como energia incansável. Eu o manteria o mais longe possível dela, porque hoje eu não a deixaria vencer.
Eu estendi meu dedo, sinalizando para que ele esperasse um momento antes de ir até onde a cadeira de rodas estava ao lado da cômoda, abandonada pelos últimos dias. Eu peguei nos punhos e a empurrei para o lado da cama enquanto Eren soltava as tiras da máscara do BiPAP. Quando ela foi solta, ele a jogou para o lado como se esta o tivesse irritado pela última vez. Então ele se inclinou pelo lado da cama para pegar sua cânula que estava em algum lugar no chão.
Quando os olhos dele encontraram os meus, eles suavizaram. “Você já se arrepende disso?”
“Se arrepender do que?” Eu não entendi o que ele estava perguntando.
“Você disse que me deixaria partir seu coração, que você estava disposto a me deixar lhe arruinar por qualquer outro. Você já se arrepende de ter dito isso?”
Eu lembrei da noite que dissera aquilo a ele. Parecia há tanto tempo, uma memória vivaz de um garoto por quem eu mal me apaixonara, mas aquelas palavras ainda soavam verdadeiras. “Eu não me arrependo,” eu disse. “Eu lhe disse que não me importaria de ser destruído por você, Eren. Eu fui sincero.” Mesmo quando dói como inferno, eu pensei.
Eren esticou seus braços para mim e eu me inclinei em seu abraço, me vergando nele. Ele virou a cabeça e enterrou o rosto na curva do meu pescoço. “Eu estou tão ciente de destruir você que, em retorno, isso está me destruindo também. Pelas últimas noites, eu estive tendo esse sonho onde você está de pé em uma praia abraçando uma pessoa com tanta força que é óbvio que você a ama. Eu sei que, algum dia, você vai encontrar o amor de novo. Eu só espero que quem quer que seja que você escolha a seguir realmente o mereça.”
“Você merece,” eu sussurrei.
Ele balançou a cabeça. “Não. Estou lhe machucando tanto. Eu queria poder despir a dor que lhe causei – que vou lhe causar – mas não posso fazer isso. Só... me prometa que você não vai se fechar. Deixe a Petra e o Jean estarem lá pra você. Não deixe o que vai acontecer comigo reivindicar sua vida. Não deixe isso devorar você.”
“Eren?”
“Sim?” Ele recuou e me fitou com olhos que viam através de mim.
Eu peguei o rosto dele em minhas mãos. Eu sabia que sempre estaria esperando para alcança-lo. Minha vida depois que ele se for sempre será sobrecarregada pela ausência dele. Ninguém jamais seria capaz de substituí-lo, nem agora ou em anos à frente, porque ele era a única pessoa para quem eu havia me entregado completamente. Mas eu sabia que se eu dissesse isso a ele, isso o machucaria, então eu engoli a verdade e disse, “Eu prometo.”
Você não pode ver que vai ser impossível amar outra pessoa do jeito que eu amo você?
Eren colocou os braços em volta do meu pescoço e pressionou o lado de seu rosto no meu. Ele soou como se estivesse com dor quando falou de novo. “Mentiroso. Eu posso ler você como um livro, Levi Ackerman. Você não pode esconder o que está sentindo de mim.” Em uma voz tensa, ele adicionou, “Você precisa saber que, se eu pudesse ficar, se eu pudesse viver, eu o faria. Eu tenho inveja daqueles que poderão estar na sua vida por tempo o suficiente para lhe ver envelhecer. Esses últimos meses que eu estive com você estão longe de serem suficientes, nunca serão suficientes. Eu quero estar com você por anos por vir, mas nós dois sabemos como a vida pode ser injusta.”
Ela não era só injusta. Era cruel, um choque de veneno correndo pelas veias de alguém.
“É, eu sei,” eu disse, abatido. Eu não queria mais falar disso. Hoje deveria ser passado longe da verdade, da tristeza. Por que isso insistia em nos afogar? “Mas se você quiser sair daqui, então nós teremos que fazer isso logo. Seu pai estava dizendo alguma coisa sobre voltar para casa para checar você no intervalo do almoço dele.”
Eren arremessou a cabeça para trás e me fixou com um olhar que podia matar a menor das formigas. “Por que você não me disse isso antes? Estamos perdendo tempo lastimando aqui.” Ele bateu no meu ombro com a mão. “Me leve para o banheiro imediatamente!”
“Okay!” Eu gritei de volta, sorrindo.
“Avante, meu bom corcel!”
Agora era a minha vez de fixar o olhar nele. Eu tentei muito não rir e, de alguma forma, consegui suceder em abafar isso. “Corcel? Eu pareço com o Jean pra você?”
Eren riu e tombou a cabeça para frente num gesto dramático para me olhar nos olhos. “Você acha que ele já está pronto pra mim?” Ele levantou as sobrancelhas, encontrando humor em qualquer expressão que eu tenha feito.
“Eu vou...” Eu não conseguia pensar em como terminar, então eu dei um tapa na bunda dele ao invés disso (sempre uma distração agradável). Aquilo só fez ele rir ainda mais, o que ele continuou mesmo depois de eu me balançar para uma posição de pé. Com ele nos meus braços, eu andei para o banheiro no fim do corredor, arrastando o cilindro de oxigênio dele atrás de nós. Os maus hábitos dele estavam passando para mim.
Eu o sentei na pia e ele me beijou suavemente enquanto eu fazia isso. Eu ignorei o fugaz gosto de remédio porque fazia um tempo desde a última vez que ele me tocara desse jeito. Quando ele encostou a cabeça no espelho atrás, os anéis em volta dos olhos dele ficaram mais pronunciados, mas ele ainda era meu Eren, belo e elusivo. Por um breve momento, eu fiquei embebido à visão dele e, então, eu me abaixei para abrir a torneira. Enquanto esperávamos a água aquecer, ele casualmente começou a se despir. Suas costelas estavam bastante notáveis, assim como os ossos de seu quadril e omoplatas.
“Eu estou pavoroso,” ele disse enquanto se examinava no espelho.
“Eu acho que você está lindo.”
O reflexo dele sorriu para mim. “Vamos roubar um banco.”
“Só vamos conseguir quinhentos dólares do banco aqui em Shiganshina. Talvez até menos que isso. O risco de ser preso vale isso?”
“Depende.”
“De?”
Ele se virou para me encarar. “Será que quinhentos dólares compram nossas alianças de casamento? Quero dizer, eu seria um marido terrível. Não me entenda mal. Para começar, eu não sei cozinhar nem para salvar minha vida e limpar é completamente impossível para mim. Mas eu posso lhe desenhar coisas bonitas. Isso é suficiente, certo?” Os olhos dele se arregalaram como se tivesse lembrado de mais alguma coisa. “Ah, e eu estou mais que disposto a fazer sexo com você a qualquer momento.”
“Bem, isso compensa pelo resto,” eu disse exageradamente, puxando a gola de minha camisa pela cabeça. “Nós seremos o casal mais jovem nessa cidade e isso é alguma coisa.” Eu avancei entre as pernas dele e ele bateu os joelhos contra os lados do meu corpo. Ele estava tão magro agora. Era difícil ignorar. “Está pronto?”
Ele se jogou em mim como resposta. Então ele disse em meu pescoço, “Case comigo, Levi.”
Havia alguma coisa no jeito que ele disse isso que me fez pensar que ele falava sério. Apesar de fazerem semanas desde que amarramos aqueles fios vermelhos nos dedos um do outro, ele continuava substituindo-o, me fazendo pegar outro fio sempre que o último estava acabado demais para continuar a usar. Mesmo em seus dias mais sombrios, ele iria encarar o fio em volta de seu dedo como se aquilo fosse significante, o que eu sabia que era. Era um futuro que nenhum de nós podia ter, mas que nós dois queríamos.
“Eren...” Eu não sabia o que dizer a ele. Nós éramos jovens demais para sair e nos casar. Mesmo que nós quiséssemos, o pai dele precisaria estar lá, já que éramos menores de idade. O que ele queria que eu fizesse? Eu precisava que ele me dissesse o que fazer.
“Eu sei que não podemos realmente nos casar,” ele disse finalmente. “Eu sei disso, mas casamento é apenas um contrato, um acordo em papel. Isso é estúpido. Eu quero algo mais que isso. Eu quero que você tenha algo meu, sempre. Então, daqui a anos, as pessoas vão saber que, uma vez, você foi meu e eu fui seu.”
Eu encostei a minha testa na dele. Perto assim, os olhos dele eram um complexo mar de verde, amarelo e castanho. “Se você quer que eu compre anéis de casamento, eu comprarei.”
“É isso o que você quer também?”
Eu coloquei minha mão sobre o peito dele, consolado com o bater do coração dele bem embaixo das pontas dos meus dedos. “Eu não preciso de nada material para lembrar que uma vez fui seu porque eu sempre serei seu, mas se isso é o que você quer, então não sou contra isso.”
“Só essa única coisa,” ele disse na menor das vozes, como se aquilo significasse mais para ele do que ele estivesse apresentando.
“Eu lhe daria qualquer coisa,” eu respondi simplesmente, tirando a cânula de detrás das orelhas dele. Eu a coloquei sobre a pia. Então puxei ele para meus braços. Ele parecia uma criança em meus braços, frágil e confiante.
Quando nós dois estávamos debaixo do jato d’água, que estava só aquecida o suficiente para não ser considera fria, eu peguei o vidro de shampoo da prateleira do banheiro e derramei um pouco em minha mão. Eu comecei a trabalhar no cabelo do Eren. Os olhos dele se fecharam lentamente em resposta. Sob a luz amarela do banheiro, ele parecia tão doente quanto era. Isso me assustava mais do que qualquer coisa, como essa doença podia tirar tanto dele em tão pouco tempo.
Em duas semanas, como ele pareceria?
“Posso ser honesto com você?” Eren perguntou, inclinando sua cabeça sobre meu ombro enquanto eu enxaguava minhas mãos.
“Tem alguma razão para você não ser?” Eu peguei a bucha dele e passei a barra de sabonete sobre ela algumas vezes até ela ficar ensaboada. O sabonete cheirava como toranja e erva-cidreira, forte e agradável.
“Eu não sei.” Ele deu de ombros. “Você sempre tenta agir forte, como se pudesse lidar com tudo o que está acontecendo, mas eu sei que você não está bem. Eu não quero piorar isso para você.”
Eu esfreguei a bucha em círculos pelas costas dele, sem estar pronto para ouvir o que ele queria me dizer. “Eu quero que você possa confiar em mim.”
Eren suspirou. “Tem sido realmente difícil respirar essa última semana. Mesmo com a minha cânula, é uma luta. Parece que meus pulmões estão finalmente desistindo de mim e eu não acho – eu não acho que eu seja capaz de continuar dessa forma por muito mais tempo. Eu sei que você sabe disso. Eu sei que meu pai sabe disso.”
Eu não conseguia pensar em uma resposta àquilo. Eu sabia que ele não estava indo bem. Eu sabia disso. Era dolorosamente óbvio agora que ele estivesse ficando pior ao invés de melhor. Ainda assim, havia uma parte de mim que esperava, não, que ansiava que ele saísse disso. Contra toda a razão, eu tinha esperado que um dia eu acordaria e ele seria o Eren que tirou fotos minhas na praia. Mas isso não aconteceria. Não era como a FPI funcionava. “Quando eu assisti Romeu e Julieta,” eu disse enterrando meu rosto em seu cabelo molhado, “Eu pensei que a Julieta fosse incrivelmente idiota por se matar assim que descobriu que Romeu estava morto.”
“E agora?” Eren perguntou.
“Agora, aquilo não parece tão idiota.”
“Mas é, no entanto. Nem pense nisso.”
“Eu não farei isso. Eu só vou virar um velho com sessenta gatos. Eu vou ter um cheiro horrível. Eu vou sentar em minha varanda e gritar com qualquer pessoa que ultrapassar meu gramado.”
Ele riu. “Você vai bater em crianças com sua bengala.”
“É.” Eu concordei. “Eu vou dar uma bancada bem na cabeça delas com ela. Isso deve ensina-las a não entrar no meu gramado. Eu não aparei ele para elas arruinarem a porra do gramado com seus malditos pezinhos.”
Eren riu de novo. Ela soava enferrujada. Quase como se alguém tivesse levado uma esponja de aço à garganta dele e esfregado até ferir. “Eu acho que amaria até esse Levi, tão mal-humorado quanto fosse.”
“Um Levi que jogaria seus dentes falsos em crianças pequenas?” Eu imaginei aquilo e ri. As pessoas podiam realmente ser tão terríveis assim? Eu sabia que podiam.
“Mhm.” Ele assentiu. Então disse, “Você acha que podemos sair daqui? Meu peito está doendo um pouco de inspirar o vapor.”
Eu me certifiquei dele estar firme em seus pés antes de me virar para fechar a água. Eu podia dizer que ficar de pé por um extenso período de tempo o deixara cansado. A respiração dele estava rápida, irregular e entrecortada. Eu não sei como não havia notado isso antes. Quando ele pisou fora da banheira, eu rapidamente enrolei uma toalha em volta dos ombros dele e o suspendi na pia. Ele instantaneamente caiu para trás contra o espelho. Eu arrebatei a cânula e a coloquei no lugar. Como ele me disse mais cedo, mesmo usando-a, sua respiração ainda era difícil. Ele não estava conseguindo oxigênio suficiente.
“Como você se sente?” Eu perguntei depois de alguns minutos.
Eren abriu um olho para me olhar fixamente. “Eu me sinto fantástico. Você está nu e pingando de molhado. Por favor, faça um calendário disso para mim. Eu quero você em uma pose diferente para cada mês do ano. É melhor você se vestir para a ocasião também.”
Eu fiz uma careta e deu um leve tapa na coxa dele. “Estou falando sério.”
“Eu também. Eu adoraria ver você vestido em uma fantasia de policial para o mês de março. Esse é o mês do meu aniversário. Ah, Deus. Isso seria legal. Ou você poderia ser meu Papai Noel extremamente sexy para o Natal. Você teria que se embalar, é claro, para que eu pudesse abrir.”
“Você está me matando. Não, risca isso. Você está me trucidando.”
Ele sorriu, mas sua respiração ainda estava irregular. “Você não quer se fantasiar pra mim? Eu vou me fantasiar pra você. Você quer que eu seja seu perverso elfo assistente?”
Claro que não. Eu não podia pensar nele vestido como um perverso elfo assistente. Eu não era tão forte. Eu me recusava completamente a ter tesão a esse pensamento. Isso o declararia como vencedor dessa conversa e não estava prestes a me entregar tão fácil.
Eu apontei um dedo para ele. “Pare de tentar me distrair.”
“Está funcionando, entretanto, porque você quer me deitar sobre uma mesa de trabalho enquanto estou usando uma tanga masculina. Você é tão indecente.”
“E você quer ser detido enquanto estou vestido com uma roupa de policial. Não tente agir como o inocente aqui. Afinal, foi você quem puxou esse assunto.”
Ao invés de parecer constrangido ou envergonhado, a expressão de Eren parecia sonhadora. Ele bateu os cílios, pressionando a mão em seu peito enquanto dizia, “Oh, Sr. Policial, você poderia, por favor, ignorar meu excesso de velocidade. Eu farei qualquer coisa se fizer isso.” Ele se inclinou para frente, me espiando através de seus cílios. “Qualquer coisa.”
Filho da puta!
O som da porta da frente se fechando me assustou o suficiente para me fazer pular no ar. Eu me apressei para pegar minhas roupas tão rápido quanto humanamente possível, jogando a camiseta de Eren na direção dele. Quando Grisha chamou por nós, eu estava me remexendo para dentro de minha boxer. Ele não precisava me encontrar seminu dentro do banheiro com o filho dele. Especialmente uma vez que Eren estava descansando recostado, sem colocar suas roupas.
Quando ele viu meu olhar aguçado, ele disse, “Elas estão sujas.”
Eu fiz um som que poderia ter passado como um golfinho engasgando. “Você quer que seu pai nos encontre pelados?”
“Não é como se estivéssemos alguma coisa. Agora se você tivesse seu pinto—”
De novo veio o som do golfinho engasgando. “Shh. Cacete. Você sabe o quão alto está falando?”
Com um pequeno sorriso, ele disse, “Sim.”
Depois que eu estava vestido, eu fui para a sala de estar para encontrar Grisha de pé em frente à lareira. Ele parecia muito velho e cansado parado ali. Havia algo sobre sua postura rígida que sugeria que ele vinha trazendo más notícias. Eu não gostava do pensamento disso porque, esses dias, más notícias lidavam com Eren. Eu ficava pensando em sua respiração difícil no banheiro, sobre sua confissão de que seus pulmões pareciam piores do que o normal. Por que eu queria escapulir de volta para o banheiro e ficar lá até Grisha sair?
“Dr. Jaeger?” Eu disse. Minha voz soou incomum, segurando uma dica que eu esperava que ele não tivesse ouvido.
Grisha girou como se tivesse sido pego de surpresa. Julgando pela expressão em seu rosto, ela tinha. “Levi. Onde está Eren?”
“No banheiro. Ele queria tomar banho.”
“Eu... Você se importa de trazê-lo até aqui? Tem uma coisa que eu preciso discutir com ele.”
Agora eu estava com medo, porque aquela frase tinha numerosas possibilidades. O que estivesse acontecendo, eu sabia que não estaria incluso por padrão. Grisha transmitiria a informação para Eren e, então, deixar para ele decidir se me contava ou não. Sendo o pai atencioso que ele era, ele não iria querer me dizer algo que Eren não estava pronto para que eu soubesse. Uma parte de mim pensava que isso era um pouco injusto, vendo que eu estive aqui ao lado de Eren já há semanas, mas a outra parte de mim que podia pensar racionalmente sabia que não era decisão dele me contar.
“Okay,” eu disse.
Relutante, eu saí da sala de estar para voltar ao quarto de Eren. Eu procurei pelo guarda-roupas dele até encontrar um pesado suéter preto, uma camiseta azul e uns jeans confortáveis que não o incomodariam tanto quando ele estivesse sentado na cadeira-de-rodas. Eu joguei as peças de roupa sobre meu ombro e caminhei de volta para o banheiro. Quando eu abri a porta, os olhos de Eren brilharam em minha direção. Suas sobrancelhas se uniram de uma só vez.
Ele realmente podia me ler como um livro.
“O que houve?” Ele perguntou. “Meu pai está lhe enchendo o saco?”
Eu balancei minha cabeça. “Não. Ele quer falar com você. Aqui.” Eu entreguei as roupas a ele. Ele as pegou enquanto continuava me olhando com preocupação. “Ele parecia preocupado com alguma coisa.”
Eren vestiu sua camiseta. “Você sabe que eu vou lhe dizer o que ele me disser, certo?”
“Não é com isso que eu estou me preocupando.”
Um lampejo de compreensão cruzou o rosto dele. “Você está preocupado com o que ele tem a dizer.”
Eu assenti, incapaz de encontrar os olhos dele.
Sem dizer nada, Eren desceu da pia e vestiu sua boxer e jeans em movimentos espasmódicos. Depois de vestir seu suéter, ele disse, “Provavelmente não é tão ruim quanto você pensa.”
Ou talvez seja tão ruim quanto eu penso.
Mais nenhum comentário foi feito sobre isso. Nós dois permanecemos em silêncio enquanto eu o carreguei de volta para o quarto, onde ajudei ele a se ajustar na cadeira-de-rodas. Assim que ele estava confortável, ele saiu sozinho para o corredor. Por toda a dor que Grisha e eu estávamos passando, eu não fazia ideia de como Eren se sentia, o único que estava realmente doente. O que poderia estar passando pela sua mente nesse momento? Como isso fazia ele se sentir, saber que as suas pessoas mais importantes de sua vida estivessem temendo o futuro do qual ele não faria parte?
Sem Eren aqui para me ver, eu me deixei cair na cama dele, derrotado. Eu puxei o travesseiro dele para o meu peito e enterrei meu rosto nele. Tinha o cheiro dele, mas também cheirava a doença, a remédio e cremes e suor. Mesmo depois de todo esse tempo, eu não podia compreender isso. Eu não conseguia me entender com o que estava acontecendo. Eu não tinha certeza se alguma vez me entenderia com isso, o que me fazia pensar que minha presença aqui estava fazendo mais mal do que bem.
Agora que eu pensava nisso, parecia impraticável para Eren ficar aqui em Shiganshina, uma viagem de duas horas do hospital mais próximo. Da forma que ele estava doente, seria melhor para ele se mudar para Trost, ou outra cidade que pudesse lhe oferecer todas as coisas que ele precisava para viver confortavelmente. A única coisa mantendo ele aqui nessa cidade de merda era eu.
Eu me virei de barriga, meu corpo se movendo sozinho, incapaz de ficar parado por mais que alguns segundos a cada vez. Tudo parecia bagunçado e infeliz. Eu não conseguia remendar nada porque, no segundo que eu o fazia, isso desmoronava de novo. Essa coisa toda estava ficando muito maior do que Eren, ou eu. Estava girando fora de controle e nos levando junto com ela. Mesmo hoje, quando nós decidimos protelar a realidade por algumas horas, isso nos alcançou e nos arrastou de volta para isso... Seja lá o que isso fosse.
Eu não estava ciente de quanto tempo havia passado quando eu ouvi Eren se empurrar de volta para o quarto. Ele não disse nada para quebrar o silêncio, então eu também não. Ao invés disso, eu mantive meu rosto enterrado no travesseiro. Se eu não pudesse ver a devastação no rosto dele, então, talvez, isso não fosse real.
“Levi?” Eren disse. O tom na voz dele me fez querer derreter nos lençóis da cama.
Eu levantei minha cabeça. Ele não estava olhando para mim. Ele estava olhando além de mim, para fora da janela que lhe mostrava a visão das duas casas à frente da dele. “Eram más notícias, não eram?”
Ele balançou a cabeça. Não como se ele estivesse negando isso, mas como se ele estivesse tentando clarear sua cabeça de pensamentos à deriva. “Eram notícias preocupantes.”
O que aquilo sequer significava?
“Notícias preocupantes?” Eu perguntei.
“Só... me dê um minuto para absorver tudo isso, okay? Eu preciso de um minuto para processar isso.”
Um minuto virou cinco minutos, que viraram dez. Todo o tempo, Eren permaneceu sentado imóvel em sua cadeira-de-rodas, a cabeça em suas mãos. Seus ombros estavam curvados como se ele estivesse tentando proteger a si mesmo de alguma coisa. O que quer que Grisha dissera a ela, havia sido suficiente para perturbá-lo de alguma forma. O que podia fazer aquilo a ele?
“Nós não precisamos falar disso se você não quiser,” eu disse, porque vê-lo assim doía. “Venha se deitar comigo.”
Eren expirou um suspiro estremecido. Ele disse alguma coisa, mas eu não consegui entender.
Então eu perguntei, “O que?”
Ele levantou sua cabeça apenas o suficiente para que eu pudesse ver seus olhos. “Até as estrelas se apagarem. Você lembra de quando lhe disse isso?”
Aquela memória estava vívida em minha mente. “Quando eu pedi para você ficar comigo.”
“É. Você ainda não percebeu o problema com essa resposta?” Antes que eu pudesse pensar nisso, ele continuou com, “A maioria das estrelas no céu já se apagaram.”
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Notas da Autora:
Isso terminou como um suspense? Estou incerta. Mas uggghhh, está tão perto do final. Eu queria poder escrever mais rápido, mas escrever é tão difícil para mim esses dias. Precisa de tanto tempo e esforço, nem um pouco como costumava ser. Eu realmente odeio estar em uso de medicação. E por que eu sempre divago?
Eu também estou ficando bem ruim em responder comentários. xD
Mas vocês sabem que amo todos vocês. Eu aprecio a todos que continuam lendo essa minha história. <3
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Notas da Tradutora:
[1] Citação da música Falling Away From You da banda Muse. Vejam o videozinho com a letra traduzida. ^^


Uggghhh! Trish, puq faiz isso? ç_ç Mesmo já tendo lido tudo eu fico emotiva. Amo demais essa história! T^T

12 Comentários

  1. Nesses últimos capítulos eu tô chorando e nem percebo... eu acho que os pulmões de Eren vão parar em uma semana no máximo, pra ele ter feito aquela referência das estrelas daquele jeito. Lena tu pode dar uma dica ou algo assim pra acalmar o coração ou piorar? Não sei

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    1. Eu sei como é. Ibfelizmente não tenho dica pra isso. T-T A primeira vez que li CS, me pegava chorando só de lembrar das partes. Hehe Mas acho que a única receita pra dar uma acalmada no coração é ter esperança de quw o final será feliz. ^^

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  2. Lena uma pergunta o frente pros EUA e mais barato? Porque tenho uma conhecida no Canadá que volta próximo mês será que fica mais barato se eu mandar pra lá e ela trás pra mim?

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    1. Para dentro dos EUA é sim muito mais barato, mas não sei lhe dizer qual o valor. Seria preciso fazer um teste (adicionar o livro no carrinho, colocar o endereço para saber quanto sai o valor do frete), mas eu não tenho nenhum endereço de lá para o qual eu possa testar. XD hahaha
      Mas o Canadá é fora, então seria outro valor, mas imagino que seja mais barato para lá também. ^^

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  3. Lena obrigada por mas um capítulo, essa fic é incrível e a autora tem uma forma de escrever linda,pra mim parece que os personagens dessa fic tipo fazem parte da vida real . Alquem de carne e osso.

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  4. Lena você não vai traduzir essa fic? Por favor termine de traduzir, eu estou morrendo aqui de vontade de ler

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    1. Vou sim! Estava amarrada com Addicted, mas vou retomá-la para terminar. ^^/

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  5. Esse último parágrafo apertou meu coração T_T

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  6. Eu to chorando muito, cara. Desde os primeiros capítulos os malditos ninjas invisíveis cortadores de cebola vem me assombrar. Como posso lidar com isso? Merda, eu amo tanto esses dois.

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  7. Choro por tudo que eles viveram, amaram e sonharam... Choro portudo o que está por vir...
    Mas meu amor não diminui, ao contrário amo cada vez mais esta fic....

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  8. Meu peito está cheio, sufocado, dolorido. Está dificil manter minha respiração tranquila. Essa angústia, esses dois últimos capítulos estão me deixando no chão.

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