Oi gentchi!!!!! ^0^/
Meu avôzinho está de volta em casa! Obrigada pelo apoio e pelas orações mais uma vez. Adoro vocês!!! <3
E, finalmente, consegui terminar a tradução de mais um capítulo de CS. Yay! Já não era sem tempo, eu sei. ç_ç
Fico muito feliz pela Trish (autora) por vocês estarem gostando dessa fic. Como já disse antes, a história dessa fic é, de certa forma, a história dela; ela é nosso CS Eren. Ela é uma pessoa maravilhosa e eu simplesmente adoro ela. *u* Quem quiser mandar recadinhos pra ela, fiquem a vontade, ela é um amorzinho. ;)
Sem mais enrolação, vamos a leitura. ;D

Beijos~                    
Lena Jaeger.
Fanart muito fofa que fizeram pra Trish sobre CS. *-*


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Capítulo 15: Minha Fantasia Desbotada


Resumo:
Você poderia ter meu rosto favorito
E nome favorito
Eu conheço alguém que podia interpretar o papel
Mas não seria a mesma coisa
Como é com você [1]

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“O que você acha?” Eren perguntou, sentando-se de volta na cama para que eu pudesse dar uma boa olhada em meu ombro. Eu virei minha cabeça, analisando a dália de Borgonha que havia florescido em minha pele. Antes de poder responder para ele, ele levantou o pincel mais uma vez, adicionando um toque de branco em uma das pétalas, acentuando a ponta. “Pronto.”

Já por uma semana, nós vínhamos para minha velha casa, criando novas memórias que estavam diluindo as ruins até que elas fossem nada mais que fragmentos que eram fáceis de serem varridos, esquecidos. Eren tinha transformado meu quarto em nosso porto seguro, pintando um pôr-do-sol de laranja, vermelho e púrpura sobre minha cabeceira. Ele tinha me dito que aquela seria a última coisa que eu veria antes de dormir. Mal ele sabia que, contanto que ele dormisse ao meu lado, ele seria a última coisa que eu veria, porque eu sempre estaria olhando para ele.

“Eu nunca vou entender como você pode pintar uma coisa que parece tão real,” eu disse a ele enquanto continuava olhando para a flor que complementava minha pele pálida.

Ele sorriu, cruzando as pernas enquanto inclinava para o lado da cama para pegar sua câmera de filme. “Então você gostou?”

“Sim,” eu disse, descansando minha cabeça em meus braços dobrados. Eu fechei meus olhos, ouvindo o click da câmera enquanto ele tirava uma foto minha. “Eu estou nu.”

“Eu também.”

Eu ri. “Você não está tirando fotos de si mesmo.”

“Eu revelo os filmes. Ninguém mais vai vê-las, então apenas fique deitado aí parecendo inacreditavelmente lindo. E Levi?”

“Humm?” Eu abri meus olhos pela metade, tendo apenas um vislumbre dele antes de ele tirar outra foto. Enquanto eu olhava para ele, ele se inclinou para frente de joelhos, girando o anel de foco até que estivesse satisfeito com o que estava vendo através das lentes. Ele pressionou o botão do obturador. “Logo eu tenho que ir para o trabalho. Eu deveria me levantar, me vestir e agir civilizadamente. Quando foi a última vez que comemos comida de verdade? Eu juro que estamos vivendo de pop-tarts.”

Eren se sentou para colocar a câmera sobre a cabeceira, então deitou do meu lado, pressionando seus pés frios contra os meus quentes. “Eu não faço ideia. Mas eu aceitaria comer ovos agora.” Ele pausou parecendo pensativo. “Minha lombar está doendo. Eu não acho que ela se lembre como meu corpo era antes de ficar bastante íntimo com o seu.”

Eu me sentei empurrando levemente o ombro dele no processo. Ele entendeu e se deitou de barriga. Eu comecei a esfregar a lombar dele e ele fez um “hum” de aprovação. “Eu deveria aparar meu undercut antes de ir para o trabalho. Você tem me distraído, então eu não faço isso há um tempo. Está começando a ficar fora de controle.”

“Eu realmente venho querendo lhe ver fazendo isso desde que você me disse que fazia sozinho. Aqui, deixa eu me levantar. Eu vou preparar tudo no banheiro pra você.” Ele se preparou para rolar, mas eu o mantive no lugar segurando seus quadris. Ele me deu um olhar de relance por cima do ombro, mas não disse nada enquanto eu continuava a massagear suas costas.

Eu gostava de estar aqui com ele, longe de tudo e de todos. Quando estávamos juntos nessa casa, o mundo real parecia impossivelmente distante, imaginário. A única coisa que parecia real para mim nessas primeiras horas da manhã era Eren enrolado ao meu lado nessa cama, me beijando e me contando todas as coisas que ele queria fazer. Ouvi-lo falar sobre seus sonhos fazia sua doença dos pulmões parecer inventada, uma terrível mentira.

“Ei, Levi?” Eren virou de lado, agarrando meu pulso e me puxando para cima dele.

Eu apoiei meus antebraços perto da cabeça dele para segurar meu peso. “Sim?”

“Você acha que algum dia vai ser assim com outra pessoa?”

Eu olhei para baixo, para ele, nossos olhos se encontrando – cinza para verde. O que ele queria que eu dissesse para aquilo? Se fosse para ser honesto com ele, eu diria que não podia me imaginar sendo assim, tão próximo, com mais ninguém além dele. Porém eu também sabia que o tempo tem um jeito engraçado de puxar você para o seu próximo destino, você gostando disso ou não. Eu poderia me apaixonar de novo? Sim, acho que poderia, muitos anos à frente. Mas seria assim tão intenso, tão forte? Não. Eu nem conseguia imaginar eu me entregando para alguém do modo que eu me entreguei para ele.

“Ninguém jamais me terá como você,” eu sussurrei.

Ele estendeu as mãos para segurar meu rosto. “Mas você não vai deixar a memória de mim arruinar sua felicidade com outra pessoa, certo?”

“Eren, eu não sei como vou ser... depois.”

“Quando eu me for, deixe-me ir. Guarde essas memórias, mas não deixe elas machucarem você. Se ela machucarem, então esqueça-as também.”

Eu saí de cima dele e joguei minhas pernas para fora da cama. Como ele podia ficar ali sentado e pedir isso de mim? Ele fazia parecer que seria fácil esquecer dele. Não iria ser fácil. Nada seria fácil sem ele. Viver depois dele ser arrancado desse mundo muito antes do tempo seria a droga da coisa mais difícil que eu jamais terei que fazer. Apagar ele da minha vida seria uma tarefa impossível porque ele estava em todos os lugares que eu olhava, em tudo o que eu fazia.

“Levi?”

Eu me levantei, incapaz de ficar parado por mais um segundo. Ele sempre puxava esse assunto, e eu não podia culpa-lo por isso, porque eu não tinha a mínima ideia de como era viver com algo que estava permanentemente manchando seu futuro. “Você me deu a chance de fugir disso, não deu?” Eu perguntei me virando para encará-lo. Ele ficou pálido, os olhos bem abertos, mas ele foi rápido em se recompor. Ele estava tentando ser corajoso por mim, disposto a me deixar ir se fosse o que eu queria.

“Sim, você ainda tem essa opção também. Você sempre terá essa opção.”

“Eu aceitei essa chance quando você me deu?”

“Não,” ele disse, as sobrancelhas se aproximando, “não aceitou.”

Eu me ajoelhei para que ficássemos no mesmo nível de visão. Então segurei o rosto dele, fazendo-o olhar para mim. “Você me disse incontáveis vezes que você se sente egoísta por estar comigo, e eu vou dizer a você de novo que eu sou tão egoísta quanto. Cada segundo que você tem, eu quero. Eu quero você na minha vida, Eren. Não pense em como eu vou ser depois de você. Essa é a escolha que eu fiz. Você me forçou a isso.”

“Mas eu não quero machucar você. Eu não quero arruinar você, mesmo quando você disse que estava tudo bem, porque não é tudo bem. Nunca vai estar tudo bem fazer isso com você.”

“Me doeria mais perder você agora, enquanto você ainda está aqui, do que perde-lo depois.”

Eren gemeu, quebrado e derrotado. “Eu odeio tanto isso. Não importa o quão feliz eu esteja, sempre terá uma parte de mim que permanece no ruim. Toda vez que eu coloco minha cânula ou sento na minha cadeira de rodas é como levar um soco no estômago.” Ele tocou seu peito. “Está sempre lá. Não tem freio pra isso.”

“Eu sei e eu sinto muito.”

Ele rolou para suas costas, olhando para o teto como se ele fosse encontrar respostas escritas nele. “Você quer saber o que mais me assusta, Levi? Não é essa doença que está me matando lentamente. Eu já me entendi com ela – tive que me entender com ela. O que realmente me assusta é saber que, um dia, eu vou ter que deixar você eu querendo ou não. E eu não acho que algum dia vou querer deixar você.”

Descansando meu joelho no lado da cama, eu puxei ele para meus braços sem aviso. Ele me deu um olhar de qual-é-o-problema, mas eu simplesmente o carreguei para fora do quarto. Ele não reclamou enquanto eu andava pelo corredor, ou abri a porta do banheiro, mas quando eu o coloquei de pé ele colocou as mãos nos quadris. “Eu pensei que você queria me ver aparando meu undercut,” eu expliquei antes que ele pudesse dizer alguma coisa. “E pare de parecer tão fofo. Porra. Isso deveria ser ilegal.”

Isso fez ele sorrir, mas ele fez bico logo em seguida. “Eu queria tirar fotos.”

“Eu vou buscar sua câmera, então.”

De volta ao meu quarto, eu vesti minha boxer e calça de pijama preta. Nós já tínhamos passado tempo o suficiente andando nus por essa casa. Não que eu me importasse, mas eu gostava desses momentos também. Quando nós estávamos fazendo algo terrivelmente normal juntos. Então, depois de pegar a câmera de Eren, eu peguei as roupas dele e joguei por cima do ombro. Daí fiz meu caminho de volta para o banheiro, onde ele estava organizando os clippers com cuidadosa precisão.

“Aqui,” eu disse entregando minha camisa a ele. Ele riu enquanto passava ela pela cabeça.

“Então, como isso funciona?” ele perguntou, dando chutes de karate com a perna para dentro da perna da calça de pijama dele. “Você prende seu cabelo pra cima para não ficar no caminho?”

“Não, normalmente o Jean ou a Petra seguram ele pra cima pra mim.”

Ele balançou o dedo para mim, sorrindo. “Eu tenho uma ideia melhor.” Abrindo o armário de remédios, ele pegou uma liga rosa brilhante que eu reconheci ser da Petra. Ele girou ela em volta do dedo sorrindo de orelha a orelha.

“Você está falando sério agora?” Eu perguntei, olhando para ele o tempo todo.

“Estou. Vire-se.”

Eu me virei e ele se colocou atrás de mim, pressionando sua frente na minha costa. Eu o encarei pelo espelho, observando-o juntar meu cabelo em um rabo de cavalo. Ele enrolou a liga em volta do pequeno bolo de cabelo, então deu um passo para trás para admirar seu trabalho. Eu só continuei olhando para ele, porque ele estava olhando estupidamente para mim, os dentes apertando o lábio inferior.

“Eu preciso de uma foto disso,” ele disse, prático.

“Não. Sem evidências.”

“Por favor. Só uma,” ele implorou. Eu levantei meu dedo indicador, indicando que ele podia tirar uma foto e somente uma. Ele se inclinou para frente para beijar minha bochecha. “Você está adorável.”

“Eu pareço um idiota.”

Levantando a câmera, Eren me disse, “Não é verdade. Mesmo com isso em seu cabelo, você é ridiculamente sexy. Eu nem sei como você faz isso.” Click. “Você é extremamente” – click – “fodível.”

Eu levantei meus olhos para encontrar os dele no espelho. “Um, você tirou duas foto. Eu nunca mais vou confiar em você. E dois, eu não acho que você pode lidar comigo. Eu sou muito difícil de agradar.” Eu sorri pretensiosamente, levantando uma sobrancelha em um desafio que eu sabia que ele aceitaria.

Em um movimento rápido, Eren me girou e pressionou o quadril contra o meu. Não me foi dado nenhum tempo de reagir antes dele me levantar e me pressionar com força contra a parede. Instintivamente, eu coloquei minhas pernas em volta da cintura dele, quase gemendo quando ele inclinou a cabeça e falou com voz rouca, “Ah, eu acho que consigo lidar com você muito bem,” na curva do meu pescoço.

Eu engoli, tentando encontrar as palavras, mas eu não conseguia agarrar nenhuma. Não quando ele estava chupando e mordendo o meu pescoço como se fosse a missão da vida dele arrancar de mim todo som obsceno que eu possivelmente pudesse fazer. Meu cérebro ainda estava procurando por palavras (eu me acomodaria com uma) quando ele, de repente, segurou meus pulsos e os prendeu acima da minha cabeça em um movimento fluido. Porra. Da onde veio isso? Ele sempre foi tão forte assim? “Merda,” eu inspirei, joguei minha cabeça para trás para dar a ele melhor acesso, porque eu precisava dos lábios dele em mim. “Okay, talvez você possa lidar comigo.”

“Talvez?” ele disse roucamente, a respiração quente na minha mandíbula. “Isso diz o contrário.” Ele esfregou a frente da minha calça, onde eu tinha ficado duro com velocidade vertiginosa. Eu, inconscientemente, me esfreguei contra a palma da mão dele, buscando fricção. “Você está tão aberto assim.”

“Cala a boca. Você é o único que eu deixaria me ver assim. Quero dizer, eu tenho a droga de uma liga no meu cabelo agora.”

Ele deu um riso abafado, todo sussurro. “Eu quis dizer que você está sendo vulnerável comigo.”

“Isso é porque estou apaixonado por você,” eu disse a ele, sincero. Eu nunca deixaria ninguém mais tomar controle de mim, mas parecia natural baixar minha guarda com Eren. “Se eu pudesse lhe mostrar minha alma, eu mostraria.” Ele trouxe a cabeça de volta para olhar para mim, os olhos perfurando os meus, vendo alguma coisa neles que fez ele me colocar de pé. “O que está fazendo?” Ele não percebia que eu podia literalmente cortar lenha com essa ereção?

Ele colocou as mãos nos meus quadris. “Você foi muito gentil comigo na nossa primeira vez. Eu quero ser gentil com você também.”

“Você pensa nisso depois de me deixar duro como uma pedra?” Sério, eu podia fazer mais do que cortar lenha. Eu podia aniquilar ela.

“Shh”. Ele tocou os lábios nos meus em um beijo suave. “De noche, amado, amarra tu corazón al mio.”

“O que isso quer dizer?” Eu perguntei.

Eren descansou a testa na minha. “ ‘De noite, meu amor, amarre seu coração ao meu.’ Seja meu essa noite. Me deixe amá-lo como você me amou.”

Eu sorri, porque ele foi de eu-vou-te-foder-contra-essa-parede-agora-mesmo para deixe-me-fazer-amor-com-você-suave-e-docemente em questão de segundos. “Essa noite, então. É melhor você não recuar. Agora deixa eu aparar o undercut porque logo tenho que trabalhar.”

“Kay,” ele disse, vendo eu me ajustar dentro de minhas calças, porque essa ereção tinha uma mente própria agora.

Com a liga idiota ainda segurando meu cabelo para cima, eu liguei a máquina. Eren foi se sentar na borda da banheira, respirando irregularmente. Ele tinha uma expressão pensativa no rosto, então eu me concentrei no trabalho em mãos. Eu tinha feito isso muitas vezes antes. Isso deveria ter sido fácil, mas eu conseguia me concentrar nem para salvar minha vida. Eu ia acabar me cortando se continuasse assim, então me virei para ele e perguntei, “Faz isso pra mim?”

Os olhos dele dispararam para meu rosto, comicamente arregalados. “Mas eu nunca fiz isso antes. E seu eu fizer besteira?”

“Então você fez.” Eu dei de ombros.

Ele se levantou e cruzou o espaço entre nós. Então, com um olhar duvidoso, ele pegou a máquina que eu estendia para ele. “Você vai ter que me guiar nesse processo.”

“Vai ser fácil. Relaxa.”

Vinte minutos depois, depois de casualidades mínimas, meu undercut estava aparado. Eren desligou a máquina e a colocou sobre a pia antes de puxar aquela liga ridícula do meu cabelo. Passando os dedos pelas mechas longas, ele disse, “Parece bom.”

“Viu? Não foi tão difícil. Eu passei meus braços pela cintura dele. “Está se sentindo bem? Você está de pé há um tempo já.”

“Eu sempre estou bem quando estou com você.”

Sabendo que ele estava bem, eu o levantei, carregando-o no estilo noiva. “Vamos. Eu tenho que me vestir ou chegarei atrasado. Eu não acho que o treinador Smith vá tolerar mais das minhas merdas essa semana. Você lembra da última vez?”

Eren riu. “Você quer dizer da vez que você apareceu parecendo que tinha acabado de transar, porque você tinha acabado de transar?”

“É,” eu disse. “Eu juro que meu cabelo parecia que alguém tinha passado o aspirador de pó em cima e minha camisa estava abotoada toda errada.”

“Você sempre fica com um cabelo de sexo maluco.”

Eu olhei para ele. “Huh, você pode culpar a si mesmo por isso. Você praticamente arrancou ele do meu crânio.”

Ele pareceu envergonhado, o que me fez rir. “Você nunca reclamou antes.”

“E não estou reclamando agora.”

Quando entrei no meu quarto, eu ouvi meu celular tocando. Eu sentei Eren na cama e, então, saí em busca do meu celular, que acabou por estar embaixo de uma pilha de roupas perto da cama. “Alô?”

“Que droga, Levi,” Petra resmungou, soando aliviada e irritada ao mesmo tempo. “Por que demorou tanto pra você atender? Estou ligando há uma hora.”

“Desculpa. Eu estava ocupado com o Eren. O que tá acontecendo? Você parece estranha.”

“É o Jean. O pai dele... Levi, o pai dele voltou. Ele o levou de volta pra casa. Estou tentando contatar o Xerife Flagon, mas ninguém responde na delegacia. Eu não sei o que fazer. Eu estiver correndo por aí pela última hora esperando encontra-lo, ou a Hanji, mas sem sorte. Você sabe o que isso quer dizer?”

Eu sabia exatamente o que isso significava. “Volte pra sua casa. Eu vou deixar o Eren lá e, então, vou buscar o Jean. Ligue para o treinador Smith e diga a ele o que está acontecendo.”

“Você não pode ir sozinho. Ele vai machucar você também. A melhor coisa a fazer seria esperar Erwin chegar lá. Levi—”

“Estarei lá em breve.” Eu desliguei sem dar a ela a chance de terminar. Ela não seria capaz de me convencer a não ir. Não importava se eu teria que encarar o pai do Jean sozinho, ou que ele pudesse me machucar por entrar lá para tentar proteger o único filho dele. Eu iria buscar o Jean. Eu não o deixaria sozinho nisso. “Nós temos que ir.”

Eren olhou para mim em confusão. “O que houve?”

“O pai do Jean voltou.” Eu me ajoelhei sem dar a ele mais detalhes, pegando seus tênis pelos cadarços. Eu os joguei para ele. “Eu vou lhe deixar na casa da Petra.”

“Está tudo bem?”

Por um breve momento eu pensei em mentir para ele. Eu não queria que ele se estressa-se com isso, mas eu sabia que ele não suportava que mentissem para ele, então eu disse, “Eu não sei.”

Eu só podia esperar que tudo estivesse bem, que Jean não estivesse machucado. Se alguma coisa acontecesse com ele...

Não. Ele estava bem. Ele tinha de estar bem.

Depois de Eren calçar seus sapatos, eu o carreguei para a caminhonete. Eu não me importei em colocar roupas, porque eu tinha que chegar até Jean. Quanto mais eu demorasse, maiores eram as chances de ele se machucar. Eu preferia aparecer lá em nada além de minhas calças de pijama do que dar ao pai dele a chance de descontar sua raiva o rosto de seu único filho. Por que ele tinha que voltar? Por que ele não podia ficar bem longe dessa cidade?

Meu coração estava martelando em meu peito no tempo que estacionei na frente da casa da Petra. Ela já estava do lado de fora esperando por nós, as bochechas avermelhadas por causa do clima frio.

Pisando no asfalto, eu corri para o lado do passageiro, arreganhando a porta. Eren não olhou para mim enquanto eu o pegava em meus braços. Eu queria confortá-lo, apagar aquela expressão preocupada, mas eu tinha que ir. “Eu amo você,” eu lhe disse, dando um beijo no canto de sua boca. Então ele passou os braços em volta de mim, grudando em mim até que eu o sentasse no sofá da Petra. “Eu vou ficar bem. Não se preocupe comigo, okay?”

“É mais fácil falar do que fazer.”

“Eu ficarei bem,” eu assegurei. “Confie em mim.” Então eu estava correndo para fora da casa, me precipitando para dentro da caminhonete quando a alcancei. Centenas de imagens do rosto do Jean passaram pela minha mente enquanto eu dirigia para a casa dele. O pai dele o deixara quebrado, despedaçado e derrotado, e agora ele voltou para fazer isso tudo de novo.

Eu não o deixaria.

Eu sentia que o tempo tinha parado e acelerado tudo de uma vez. Tudo estava passando muito devagar, mas rápido demais. Estava ficando difícil de pensar, de formar pensamentos lógicos, mas eu não precisa pensar para agir.

No segundo que parei na entrada da casa do Jean eu já estava fora do carro. Eu corri o mais rápido que meus pés podiam me levar, atropelando a porta da frente com força suficiente para fazê-la bater contra a parede. A casa estava assustadoramente quieta enquanto eu pisava na entrada, tudo o que eu podia ouvir era minha respiração puxada, mas eu continuei andando, continuei ouvindo a qualquer indicação de que Jean estivesse aqui. Só quando eu alcancei a sala de estar que eu vi alguma evidência de que o pai de Jean estava aqui. Tinha um cigarro apagado na mesinha de canto, as cinzas estragando a madeira polida.

Eu fiquei parado olhando para aquilo, uma coisa tão pequena, mas que fez tudo parecer errado. Foi enquanto eu estava encarando isso quando ouvi um som baixo e abafado. Eu não esperei para ouvir mais, correndo para o quarto do Jean, explodindo para dentro para vê-lo preso à parede pelo homem que eu esperava nunca mais ver. Sangue cobria a bochecha dele, o lábio partido e inchado. Quando os olhos dele encontraram os meus, eu vi o garotinho para o qual eu construíra o forte.

Não tinha nada além daqueles olhos e o cheiro distinto de álcool no ar.

“Seu filho da puta,” eu cuspi, correndo para o pai de Jean, a raiva borbulhando e tomando conta de minhas ações.

“Levi, não,” Jean implorou. Eu não o ouvi. Mas antes que eu sequer pudesse chegar até eles, o pai de Jean se virou, olhos vívidos com raiva, e a lâmina de uma faca entrou em meu antebraço. “NÃO!” O grito de Jean era impossivelmente alto nesse quarto pequeno. Eu queria dizer a ele para ficar quieto, que eu estava bem, mas eu estava tropeçando para trás. “Deixe ele em paz! Bata em mim!”

Meu braço estava em agonia. Nesse momento, eu não podia nem lembrar como lutar. Era como tentar segurar água, impossível, inútil. Mas então eu ouvi o grito de Jean cortando o silêncio e isso me sacudiu para a ação. Meus olhos focaram no homem que segurava meu melhor amigo, vendo suas mãos em volta do pescoço do Jean, as unhas cavando a pele. Eu precisava fazer alguma coisa.

Eu não pensei em nada, só fui adiante e agarrei um dos pulsos do pai de Jean, usando toda a minha força para puxar o braço dele reto. Então, com minha mão livre, eu martelei o cotovelo dele para cima até ouvir o osso estalar. O grito gutural que se seguiu fez meu estômago se agitar, mas eu não dei atenção a isso. Eu usei esse momento de fraqueza para empurrá-lo com força contra a parede.

“Vai pra caminhonete!” Eu ordenei a Jean.

Ele estava caído no chão, com as mãos na garganta. “Não... sem você.”

Eu cerrei os dentes, sabendo que só tínhamos alguns segundos, mas era agora ou nunca. Eu tirei minha mão que segurava o pai de Jean e me virei para puxar o Jean, levantando-o. nós não esperamos. Nós corremos, nossos pés pisando com força o chão de madeira de lei. Nós não prestamos atenção ao som de passos atrás da gente; nós só continuamos correndo até estarmos seguros dentro da caminhonete da Petra. Eu fiquei feliz por ter deixado ela ligado na minha pressa, porque isso facilitou a fuga.

Eu passei a marcha ré e os pneus cantaram enquanto eu saía da entrada de carros. Quando estávamos longe o suficiente da casa, a adrenalina que me mantinha ligado começou a acabar e eu comecei a tremer. Meu braço estava frio.

“Mas que droga, mas que droga, mas que droga!” Jean gritou, batendo os punhos no painel. Os olhos dele focaram em meu braço e depois para o meu rosto. “Porra, Levi. Me desculpa. Eu vou matar aquele bastardo por isso.”

“Não é culpa sua. Só estou feliz por termos saído de lá.”

Por algum milagre, eu consegui chegar na cada da Petra. O carro do Grisha estava estacionado a frente, um brilho prateado na minha visão periférica. Eren deve ter ligado para ele, ou talvez Petra ligou em seu desespero. De qualquer modo, era bom que ele estivesse aqui, porque eu tinha certeza que precisaria de pontos.

Girando a chave na ignição, ouvindo o ronco do motor parar, eu abri minha porta. Enquanto andava para a porta da frente, segurando meu braço machucado contra meu peito, eu sabia que Eren iria enlouquecer quando me visse. Eu não podia realmente culpa-lo, se ele ficasse. Meu braço estava coberto de sangue, assim como meu peito nu e barriga. Parecia bem macabro, mas eu estava esperando que não fosse tão ruim.

Assim que eu entrei, com Jean ao meu lado, eu senti meus arredores familiares. A casa da Petra sempre cheirava a trigo e manteiga, e isso com muita certeza derrotava o cheiro de sangue, que era todo enferrujado e metálico.

“Levi?” Petra veio correndo pelo corredor, seus olhos se arregalando quando nos viu. Ela colocou as mãos sobre a boca.

“Nem se preocupe comigo,” Jean disse. “Ajude o Levi.”

Grisha veio em seguida, os olhos avaliando minha ferida. “Venha para o banheiro. Nós vamos lavar isso para ver o quão fundo é o corte.”

“Okay,” eu disse, seguindo-o pelo corredor e para dentro do banheiro.

Onde Eren estava?

Grisha abriu a torneira, esperando a água aquecer antes de me chamar com um aceno. Sob suas instruções, eu coloquei meu braço debaixo do fluxo de água, observando meu sangue escorrer pelo ralo. Era vermelho vivo, se destacando contra a pia branca. “Não é tão ruim quanto pensei,” ele disse depois que um tempo passou. “Você não vai precisar de pontos. Por enquanto, nós vamos fazer um curativo para estancar o sangramento.”

Com antisséptico que ele encontrou no armário de remédio, Grisha limpou minha ferida e, então, passou gaze em volta dela. Ele não falou sobre Eren, e alguma coisa no fundo do meu estômago se contorceu de preocupação. Não era do feitio dele não estar aqui comigo. Alguma coisa deve ter acontecido.

“Tudo pronto,” Grisha disse. “Você limpa. Eu vou dar uma olhada no Jean.”

Eu assenti, esperando que ele saísse antes de encharcar uma toalha com água. Eu esfreguei minha pele até estar limpa. Então sequei e saí do banheiro a procura do Eren. Eu segui as vozes até a sala de estar, onde todos estavam, mas Eren estava deitado de costas no sofá usando uma máscara de oxigênio. Ele parecia pequeno deitado ali, mesmo quando ele estava completamente esticado em todo seu comprimento. “O que tem de errado? O que aconteceu?”

Grisha espiou na minha direção. “Ataque de pânico. É difícil para ele respirar quando tem um, mas ele ficará bem.”

Eu fui me sentar no sofá. Eren rapidamente pressionou os pés contra minha perna, uma afirmação silenciosa de que ele ficaria bem, mas então ele viu meu braço e sentou em disparada. “Se acalme,” eu disse, não querendo que ele tivesse outro ataque de pânico. “Estou bem.”

Ele subiu para meu colo depois disso, seu cilindro de oxigênio deslizando pelo chão. Eu estava tão ciente do pai dele nos observando que eu nem podia reagir, mas Eren simplesmente deitou a cabeça em meu ombro, inspirando e expirando em arquejos.

“Eu deveria estar voltando para o trabalho,” Grisha disse se levantando. “Eu consegui entrar em contato com o Xerife Flagon e ele já está indo para a casa de Jean. Vocês devem ficar bem.”

Petra o acompanhou até a porta e eu me permiti abraçar Eren de um jeito que só estava okay quando adultos não estavam por perto. Eu inspirei o aroma dele, os dedos se fechando no cabelo dele, só abraçando ele. Nós não nos afastamos, mesmo quando Petra voltou. Ela não estava nos dando nenhuma atenção de qualquer forma, seus olhos grudados em Jean, que estava adormecido no sofá.

“Estou bem,” Jean resmungou sem abrir os olhos. Sua bochecha estava começando a ficar roxa. Parecia doloroso. “Pare de se preocupar.”

“Eu quero sair dessa cidade,” Petra disse. “Eu quero ir tão longe que ele não terá nem esperança de encontrar você.”

Os olhos de Jean se abriram parcialmente. “Nós ainda temos mais um ano de escola.”
“Eu não me importo!” Ela andou até onde ele estava, se inclinando para pegar o rosto dele em suas mãos. “Eu não me importo,” ela repetiu. “Eu não quero mais que ele lhe machuque. Eu não quero que ninguém machuque você.”

Ele colocou as mãos sobre as dela. “Não chore, Petra. Eu realmente estou bem.”

Ela o encarou por um longo tempo, e então se moveu para pressionar seus lábios sobre os dele. Eren e eu trocamos olhares, vendo algo se desenrolar entre eles. Quando Petra se afastou, os olhos ainda fechados, eu sabia que ela tinha sentido algo mais que amizade. Mas, então, ela saiu da sala de estar e Jean simplesmente ficou sentado lá parecendo idiota.

“Ela acabou—aquilo realmente acabou de acontecer?” ele perguntou.

“Sim, seu idiota,” eu disse, sorrindo. “Vai atrás dela.”

Ele se levantou de um pulo como se eu o tivesse chutado fisicamente, desaparecendo pelo corredor.

Eren guinchou, mas a máscara abafou o som. Ela apertou o abraço em volta do meu pescoço até estar quase me enforcando. “Você viu aquilo? Eles são tão fofos.” A cabeça dele girou como se tivesse acabado de lembrar o que tinha acontecido antes de tudo isso. “Seu braço.”

“Não é tão ruim.”

Ele levantou meu braço cuidadosamente. “Eu odeio ver você machucado.”

“Mas estou bem,” eu lhe disse. “Pelo menos algo de bom veio disso. Tenho certeza que aqueles dois vão ficar juntos agora.”

Eren sorriu. “Podemos ir em encontros duplos?”

“Podemos fazer o que você quiser.”

“Bem, eu já lhe disse o que quero essa noite,” ele sussurrou, a voz baixa e macia.

Meus olhos mudaram para o rosto dele. “Oh?” Eu impliquei, me fazendo de bobo. “E o que isso poderia ser?”

Ele sorriu afetado, parecendo mudar para o modo dominante. Porra, ele era gostoso.

Pressionando o dedo em meu peito, ele disse, “Você.”

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Notas da Autora:

    Jeantra! Sim!
    Eu espero que vocês tenham percebido o quanto Jean é importante para o Levi e vice versa. A amizade deles é tão fofa, mesmo com sangue. “Não me escutem. Estou funcionando sem dormir.)
    Para ser honesta, o ponto principal de todo esse capítulo era juntar Jean e Petra, porque eles têm um papel muito importante, como um casal, nos últimos capítulos. Eu sei que isso não faz muito sentido, mas confiem em mim, esse evento extremo precisava ser feito, porque a Petra é, na verdade, bem teimosa. Eu nunca saberia.
    Porém, um pequeno fato que aprendi enquanto escrevia esse capítulo: Eren pode ser bem seme. Ele está tão sintonizado com como ele se sente e com o que ele quer que ele é incrivelmente... assertivo. *sorriso astuto*
    Além disso, eu estarei elaborando mais do pai cuzão do Jean no próximo capítulo.

    De qualquer forma, antes de eu vaguear a noite inteira, obrigada por lerem, deixarem comentário e serem simplesmente incríveis. ;)

Nota de Tradução:

[1] O resumo é uma citação da música de Damien Rice, My favorite faded fantasy. Tem um videozinho com legenda, mas só encontrei com legenda em espanhol. XD



11 Comentários

  1. Que bom q o vó saiu. Uhuuu.������ vlw pelo trabalho

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  2. Nossa Lena que maravilhoso esse cap... Ocorreu tanta coisa nele, aiai, obg!

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  3. É pena saber que monstros como o pai de Jean existem na realidade, capitulo linda Obrigado Bjss.

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  4. Um capítulo q me fez rir e chorar <3

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  5. Feliz por Petra e Jean . Amando . Obrigada Trish e Lena. Se cuidem 👍beijos beijos 💋💋💋💋amor 💘💘💘

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  6. Trish, o que é undercut? Rsss
    Boa tarde e se cuide 👍 beijos beijos 💋💋💋

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    1. Valdira, undercut é um tipo de corte onde se raspa ou passa a máquina bem baixinho em parte do cabelo. =)

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    2. Obrigada Lena. Boa noite e se cuide 👍 beijos 💋💋💋

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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